quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Polícia britânica prende brasileiros durante protestos

Rafael Gomes

Leandro Santos, 21 anos, e Anderson Fernandes, 22, foram presos e aguardam deportação por terem participado dos protestos que vêm acontecendo na Inglaterra nas últimas semanas. Os dois jovens detidos pela polícia britânica estão sendo acusados pelo tribunal de Manchester, no norte do país, de “saque”, “depredação” e “arrombamento”, e aguardam julgamento.
 O monopólio da comunicação britânica divulgou que Anderson “foi visto roubando duas bolas de sorvete numa delicatessen” e está sendo acusado também por “receptação de objetos roubados”. Leandro Santos foi acusado de tentar saquear uma joalheria do Centro de Manchester. Segundo o tribunal o jovem brasileiro foi preso “em flagrante e em meio a um grupo de cerca de 40 pessoas que teriam roubado quase US$ 50 mil em mercadorias da joalheria”.
 O “governo” e o monopólio da comunicação vêm criando falsas acusações na tentativa de desmoralizar os milhares de jovens que protagonizaram os combativos e radicalizados protestos que sacudiram várias cidades inglesas.
 Tais protestos são a resposta da juventude e dos trabalhadores ingleses contra a crise que ora assola a Inglaterra e demais países da Europa. O Estado fascista britânico, na tentativa de conter os justos protestos populares, realiza perseguições, torturas e prisões de ativistas do movimento popular. O caso dos jovens brasileiros acusados de “saque” e “depredação” é uma cena típica do medo que as classes dominantes têm da mobilização do povo e tentam, a todo custo, passar à opinião pública que se trata de “vândalos”, “saqueadores” e “criminosos comuns”.
 Outro fato que chamou a atenção foi a condenação, a quatro anos de prisão, de dois jovens que publicaram comentários na página Facebook incitando protestos em Warrington, no norte da Inglaterra. O judiciário britânico está usando da sua tradicional “mão de ferro” na punição dos acusados de participação nos levantes em Londres e outras cidades do país, mas mesmo assim uma parcela do povo continua se organizando na luta contra a crise e o Estado policial. Os ventos da Grécia começam a soprar por toda Europa.

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