sábado, 16 de julho de 2011

Juventude chilena na luta pela educação pública de qualidade


Nas últimas semanas, centenas de milhares de estudantes e professores chilenos vêm se mobilizando na luta contra a péssima qualidade do ensino no país, por melhores condições de trabalho e salário digno para os trabalhadores do setor público. Estas mobilizações estão sendo consideradas como as maiores já realizadas no Chile desde fim do regime militar, em 1990.
Na última quinta-feira (30/6) pelo menos 400 mil pessoas foram às ruas, enfrentaram o aparato policial e obrigaram a gerência Sebastián Piñera a tomar medidas para tentar apaziguar os levantes, que tiveram forte adesão de universitários, secundaristas e professores em pelo menos seis regiões do Chile. Devido aos massivos protestos, no dia 29 de junho o governo antecipou as férias em 206 instituições de ensino ocupadas por estudantes.
Duas semanas antes, no dia 16 de junho, mais de cem mil pessoas aderiram aos protestos. Apenas nas primeiras horas das manifestações, mais de 50 mil pessoas ocuparam 20 quadras de extensão na capital Santiago. Em Valparaíso, na parte litoral central do Chile, 90% das escolas e universidades entraram em greve.
Uma estudante da cidade de Arica, no norte do Chile, foi expulsa da escola por participar da luta por melhores condições na educação. Segundo a diretora da escola, a estudante do ensino médio, Lorena Mussa, foi punida por ter mobilizado os colegas por meio da rede Facebook para que a escola se somasse aos protestos realizados em diversas cidades do país.
Não bastasse o caos no ensino público, o Estado chileno somente financia 14% da educação pública, enquanto faz contribuições para universidades privadas. Com isso, os estudantes são obrigados a pagar mensalidades nas universidades públicas.

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