sábado, 16 de julho de 2011

RJ: Mais agressões e arbitrariedades da UPP do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo


Comissão de comunicação da Rede Contra a Violência

Quase duas semanas após a execução sumária de André de Lima Cardoso Ferreira por policiais da UPP instalada nas favelas do Cantagalo e Pavão- Pavãozinho, mais um caso grave de arbitrariedade aconteceu ontem.
Segundo moradores, por volta das 24 horas de ontem (23/06, feriado de Corpus Christi) um grupo de jovens da comunidade encontrava-se reunido e divertindo-se tranquilamente na rua (Estrada doCantagalo), próximo à quadra da escola de samba Alegria da Zona Sul, quando um PM conhecido como Pimenta, que se encontrava numa laje observando o grupo, chamou pelo rádio outros oito ou nove policiais para “abordarem” os jovens.
Na verdade, os PMs já chegaram agredindo, xingando e mandando os jovens  encostarem na parede com os policiais encostando a ponta dos fuzis no peito  de alguns. Segundo as testemunhas, um jovem foi pisado na cabeça por um PM, outro foi jogado no valão que corre ao lado do meio fio, crianças de 8 e 9 anos foram agredidos com chutes e tapas na cara. Outro jovem, menor de idade, desmaiou devido a uma cabeçada desferida por um PM.
Revoltados com a atitude dos policiais (que não estavam detendo ninguém nem  conduzindo à delegacia ou outro lugar, somente agredindo e xingando), moradores e as mães de alguns dos jovens começaram a intervir e reclamar, mas os PMs “responderam” lançando gás de pimenta de forma generalizada sobre as pessoas, causando o desmaio de pelo menos uma mulher. Ainda mais revoltados, vários moradores reagiram inclusive lançando pedras sobre os policiais, que não cessavam as agressões. O conflito durou vários minutos, e os PMs não prenderam nem detiveram ninguém.
Moradores acusam os PMs de serem do mesmo plantão que assassinou André  Ferreira no dia 12/06, e afirmam que é o plantão que mais se dedica a  perseguir, provocar e agredir os jovens das comunidades, interrompendo qualquer tipo de atividade de diversão ou cultural, principalmente à noite.
Militantes da Rede já estão na comunidade, e outros estão se dirigindo para lá, para colherem mais informações e organizarem o registro de queixa das pessoas agredidas.

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