sábado, 16 de julho de 2011

Povo egípcio toma as ruas para derrubar novo gerente de turno


Depois de meses de luta por uma democracia popular que resultou na queda de Hosni Mubarak, o povo egípcio prossegue em sua luta. O atual gerenciamento do velho Estado egípcio é encabeçado pelo antigo ministro da defesa de Mubarak, o presidente do Conselho Supremo das Forças Armadas, Mohammed Hussein Tantawi. No poder há quatro meses, ele é apontado por dossiês do portal Wikileaks como o “cachorrinho poodle” e “protegido” do seu antecessor deposto. O gerenciamento interino de Tantawi começou a ser visto com desconfiança pelo povo depois que o militar suspendeu a constituição e dissolveu o parlamento.
Milhares de pessoas ocuparam a conhecida Praça Tahrir na manhã do dia 27 de junho para exigir a saída de Tantawi. Os manifestantes também reivindicavam agilidade no processo penal contra Mubarak e seus ministros pelo assassinato de 850 pessoas durante os protestos que levaram à sua derrubada.
A tensão entre a polícia e os manifestantes começou durante o julgamento do antigo ministro do Interior do país, Habib el-Adli, no prédio do ministério. Familiares dos mártires tentavam assistir à possível condenação de um dos assassinos, mas foram impedidos pela polícia, o que causou grande revolta. Iniciado na Avenida Mohammed Mahmoud, um grande confronto entre a tropa de choque e manifestantes se estendeu até a praça Tahrir e deixou 48 policiais e 132 manifestantes feridos.
Atacadas com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de armas de fogo as massas resistiram bravamente com paus, pedras e coquetéis molotov. Pelo menos oito carros de polícia foram destruídos.
No dia 28, o adiamento do julgamento de el-Adli aumentou ainda mais a revolta popular. Novos confrontos foram registrados em vários pontos do Cairo. Como fez durante a rebelião de janeiro e fevereiro desse ano, o monopólio dos meios de comunicação e suas principais agências de notícias uniram esforços para criminalizar o movimento, classificando-o como “oportunista” e “contrário à estabilidade do Egito”. Resta saber que estabilidade. Durante o gerenciamento de Tantawi, nada mudou no Egito, a não ser o aumento no índice de criminalidade e a crise financeira que, atualmente, assola o país.


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