quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mais uma vez judiciário mostra a quem serve

Na semana passada a Justiça Federal novamente demonstrou como trata dos crimes cometidos pelo Estado e seus agentes. Dos onze militares do Exército que seqüestraram, torturaram e entregaram três jovens do Morro da Providência a traficantes do Morro da Mineira, apenas três continuam presos. Três foram libertados na semana passada, sob a alegação de que não participaram “ativamente” do caso e, livres, não representam ameaça.

É bom lembrar que a prisão dos militares apenas ocorreu porque houve grande mobilização e um levante dos moradores da Providência que enfrentaram a tropa de choque do Exército e atacaram o Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro. Detalhes sobre o assassinato dos três jovens podem ser vistos em Exército fascista sequestra, tortura e vende três jovens a traficantes , em AND 44.

Já ontem, 10 de dezembro, o 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro absolveu um dos policiais que mataram o menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, em julho deste ano (ver AND 45, Estado policial mata primeiro e se justifica depois .

– Quer dizer que a polícia mata e fica por isso mesmo? – dizia o pai de João, Paulo Roberto, ao final do Julgamento.

A mãe, indignada, dizia:

– Eu estou chocada, meu filho morreu à toa, ele [o PM] cumpriu o dever dele: matar o meu filho.

Se o judiciário em todas as suas esferas, parte integrante do mesmo Estado criminoso, não se digna a fazer justiça quando se trata do povo, é bom que se diga que as massas já condenaram o Estado e seus numerosos crimes. Cresce o repúdio a essa hedionda política que arroja populações inteiras à miséria e as submete à tortura e terrorismo cotidianamente. Vejam o que ocorre neste momento na Grécia, onde o país todo foi para as ruas depois que um policial assassinou um jovem de 15 anos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Atentados na Índia têm cheiro de provocação

Os recentes atentados ocorridos em Mumbai (antiga Bombaim), na Índia, que deixaram quase 200 mortos, despertam uma série de graves suspeitas sobre as circunstâncias em que ocorreram. Tais acontecimentos cheiram a provocação imperialista, ao estilo do 11 de setembro, no USA, que serviu como uma luva para o imperialismo ianque desencadear nova onda de agressões pelo mundo.

Por exemplo: os templos judeus pelo mundo são identificados pelos sionistas como alvo em potencial em qualquer país com população muçulmana. É de se imaginar que sejam ultra-protegidos em tempo integral por agentes do serviço de inteligência israelense, o Mossad. Tal ação ousada da parte das pessoas que invadiram o templo de Chabad e mataram 6 judeus, não pode ter passado despercebida por tão perspicazes espiões.

Igualmente se tratando do serviço de inteligência indiano que, assim como os de outros países, trabalha em estreita colaboração com a CIA e demais serviços ianques. Num clima de permanente tensão e ameaças de ataques e guerra por parte do Paquistão, que reivindica a região da Cachemira desde a independência dessa região do domínio britânico em 1947, é também estranho que dois dos hotéis mais luxuosos da Índia fossem atacados despercebidamente.

Porém, o grande efetivo policial mobilizado para esmagar os atacantes foi espetacular e por pouco não sobram um único sobrevivente, que convenientemente confessou tudo que era necessário para manter a região em extrema mobilização militar.

Manter acesa a chama da disputa pela Cachemira entre Índia e Paquistão é muito conveniente, tanto para os países envolvidos como para as potências imperialistas, principalmente o USA, que domina a região. Mas por que interessaria aos gerentes semicoloniais da região manter a tensão na península indiana?

O que o monopólio dos meios de comunicação não fez uma menção sequer é ao fato de que grande parte da Índia se acha levantada contra o Estado semicolonial indiano, participando de uma revolução que há décadas vem conduzindo o povo indiano na luta contra a semifeudalidade e o imperialismo.

O próprio governo de Nova Delhi havia declarado recentemente que o maior inimigo do Estado indiano é a guerrilha maoísta (naxalita), um tradicional movimento revolucionário dirigido pelo Partido Comunista da Índia (maoísta) que retomou a trajetória de um levantamento ocorrido na década de 1960, na aldeia bengali de Naxalbari. Há outros movimentos maoístas na índia e ainda grupos de minorias nacionais oprimidas pelo Estado indiano que lutam pela sua libertação.