terça-feira, 29 de março de 2011

Londres: Violento protesto contra cortes no orçamento

Rafael Gomes




Em Londres, capital da Inglaterra, o sábado (26/3) foi marcado por um massivo e violento confronto entre manifestantes e os aparatos repressivos. Cerca de 250 mil pessoas ocuparam o centro da cidade na manifestação, que foi a maior dos últimos anos no país, contra o corte de US$ 130 bilhões em gastos públicos por parte da gerência do primeiro-ministro David Cameron.

Os manifestantes quebraram agências bancárias, fizeram pichações de protestos pelo centro de Londres, atiraram bombas, granadas de fumaça e lâmpadas cheias de amônia contra a tropa de choque da polícia. Alguns jovens conseguiram invadir uma agência do HSBC. Outros escalaram até o topo da loja de alimentos de luxo Fortnum & Mason e atearam fogo a materiais que estavam sendo usados no protesto na Oxford Street, a principal rua de comércio londrina.

O protesto terminou com 214 detidos e 66 pessoas feridas. Também durante o último fim de semana, a polícia britânica ficou em alerta devido às ameaças de protestos violentos durante o casamento do príncipe Willian, um dos parasitas da “família real”.

Manifestações em Buenos Aires relembram golpe militar

No dia 24 de março foram realizadas manifestações em Buenos Aires, na Argentina, lembrando o golpe militar que se abateu sobre o país em 1976.

Durante a ditadura na Argentina, entre 1976 e 1983, o país viveu sob o comando de juntas militares que coordenavam ações de sequestro, tortura, desaparecimento e assassinato de lutadores do povo. De acordo com entidades de direitos humanos do país, o número desaparecidos é de aproximadamente 30 mil pessoas.

Veja as fotos cedidas pela fotógrafa argentina Daniela Yechua.

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Argentina: Trabalhadores bloqueiam os jornais Clarín e La Nación

Ana Lúcia Nunes


Diretamente de Buenos Aires, Argentina


27 de março de 2010


Cerca de 60 trabalhadores de artes gráficas que haviam sido demitidos dos diários argentinos de maior circulação nacional, os jornais Clarín e La Nación, bloquearam no sábado, 26 de março, por volta da meia-noite, a saída dos caminhões que distribuiriam os jornais no domingo.

O bloqueio durou cerca de 12h e impediu a circulação de Clarín, além de atrasar a circulação de La Nación. Em manifesto, os trabalhadores afirmaram que o piquete foi realizado contra a perseguição empreendida pelos patrões aos delegados sindicais. Os trabalhadores, ao levantar o bloqueio, consideraram-no uma vitória política importante, pois é a segunda vez que o diário Clarín não circula em um domingo. A primeira vez foi durante uma greve realizada pelos trabalhadores em 1989.

O governo afirma que o conflito é trabalhista, enquanto os jornais afirmam que não passa de uma manobra dos sindicatos favoráveis ao governo, no caso a Central Geral dos Trabalhadores (CGT) para prejudicá-los. Os jornais também acusam ao presidente da CGT, Hugo Moyano, de promover o piquete como vingança por denúncias contra ele publicadas pelos diários. O presidente da CGT negou ser responsável pelos piquetes realizados pelos trabalhadores.

Na rede social Facebook, vários internautas se solidarizavam com os trabalhadores e comemoravam a não circulação dos jornais, que são claramente antipovo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Blogueiro que denunciava crimes do Estado sofre atentado no Rio

Patrick Granja




Na manhã do dia 23 de março, o blogueiro e advogado Ricardo Gama, de 40 anos, foi baleado com três tiros em uma travessa do bairro de Copacabana. Dois tiros acertaram o rosto de Ricardo e um, o peito. Ricardo foi socorrido por moradores do bairro e lavado para o Hospital Copa D’or.

Ricardo Gama tornou-se conhecido no Rio de Janeiro por seu blog na internet, onde denuncia os crimes do Estado contra o povo, em especial o choque de ordem do prefeito Eduardo Paes, encarregado de roubar camelôs, prender moradores de rua e demolir casas e estabelecimentos comerciais em favelas e bairros pobres. Através de seu portal, Ricardo Gama denunciava também os crimes do gerenciamento estadual, como a corrupção na secretaria estadual de cultura e nas polícias militar e civil e, até mesmo, um vídeo exclusivo onde o jovem Leandro dos Santos de Paula, de 18 anos, morador da favela de Manguinhos, zona norte do Rio, aparece sendo chamado de otário pelo gerente estadual Sérgio Cabral, na companhia de Luiz Inácio. Antes de ser insultado por Cabral, o rapaz reivindicava melhorias na favela, como a construção de centros esportivos e a abertura para a população de um centro de lazer, construído meses antes pelos gerenciamentos de turno.

Depois de passar por duas cirurgias, o quadro de saúde de Ricardo, segundo a direção do hospital, é estável e no final de março, o advogado já caminhava pelos corredores da UTI neurológica.

Segundo testemunhas, os tiros foram disparados por um homem em um carro, que chegou a chamar Ricardo pelo nome antes de atirar contra o blogueiro. Além disso, segundo as pessoas que o socorreram, Ricardo chegou ao hospital ainda consciente e dizia, repetidas vezes, que o crime era “queima de arquivo”.

Resta saber qual das inúmeras denúncias de Ricardo incomodou os gerenciamentos de turno, profundamente preocupados com a repercussão mundial que suas atrocidades têm tido graças ao árduo trabalho da imprensa democrática e popular, que inclui portais na internet, jornais como AND e vários outros veículos.

Pará: População destrói prefeitura e prédios do executivo

Revoltados com a decisão dos vereadores de não abriram processo de cassação contra o prefeito Miguel Pedro Pureza Santa Maria (PSDB), acusado de desvio de recursos públicos, cerca de 500 moradores de Curralinho, na ilha de Marajó, Pará, destruíram os prédios do executivo e a prefeitura municipal. O fato ocorreu na última sexta-feira, 25 de março.

O protesto começou na praça principal da cidade, onde a população esperava a decisão de uma sessão na qual o Conselho Municipal iria decidir a abertura de uma investigação. A população se rebelou após o anúncio da negativa dos vereadores, dos quais três rejeitaram a proposta, dois a apoiaram e outros dois se abstiveram.

Os manifestantes quebraram móveis, retiraram objetos do prédio da Câmara, os ergueram em barricada nas ruas e atearam fogo. A polícia teve que enviar reforços de outras cidades para conter a revolta popular.

Segundo uma investigação realizada pela Controladoria Geral da União, Miguel Maria gastou cerca de R$ 9,7 milhões que recebeu do Governo federal sem explicar ou prestar contas do destino dos recursos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

25 de março: 89 anos da fundação do Partido Comunista do Brasil - PCB

Nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922, nove delegados, representando 50 militantes de células comunistas, reuniram-se no congresso de fundação do Partido Comunista do Brasil – PCB. Desde então se passaram 89 anos de batalhas titânicas do proletariado e das massas oprimidas de nosso país. Nos dias atuais o povo brasileiro não dispõe de um autêntico partido revolucionário. Seus elementos mais avançados lutam por sua reconstituição como necessidade histórica para a condução da revolução, para a conquista de uma nova democracia, do socialismo, rumo ao comunismo.

Clique no link para ler na íntegra o artigo de Fausto Arruda: Saudemos o 25 de março de 1922, publicado em AND nº 42.

http://www.anovademocracia.com.br/no-42/1634-saudemos-o-25-de-marco-de-1922-parte-2

PM de Manaus tortura e atira em garoto

Imagens divulgadas recentemente mostram policiais militares de Manaus – AM torturando e atirando em um garoto.

As imagens revoltantes são de agosto de 2010.

O vídeo mostra o garoto indefeso, cercado por policiais, sendo brutalmente agredido. Cinco tiros disparados à queima-roupa pelos policiais atingiram o peito e abdome do menino.

Peritos comentaram que se o vídeo tivesse som, seria possível ouvir os gritos desesperados da mãe do garoto pedindo que não o matassem.

Sete policiais estavam envolvidos no crime. Todos foram identificados, seis estão presos e um foragido.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Chile e El Salvador: Manifestantes antiimperialistas vão às ruas contra Obama

Após sua passagem pelo Brasil, o chefe do imperialismo ianque Barack Obama visitou o Chile, no dia 21, e El Salvador, no dia 22, concluindo sua visita à América Latina.

Na segunda-feira, 21, centenas de chilenos entraram em confronto com a polícia a duas quadras do palácio La Moneda, na capital Santiago, e em diversas cidades do país. Pelo menos 15 manifestantes foram presos durante os protestos.

[nggallery id=24]Na tentativa de conter o repúdio popular à presença de Obama, os aparatos repressivos do Estado chileno usaram carros hidrantes e armaram forte esquema de segurança. A população sustentava a palavra de ordem “Fora ianques da América Latina!”.

Um dia antes, no domingo, uma bomba de ruído explodiu na sede do Instituto Chileno Norte-Americano de Cultura, horas antes da chegada do líder ianque.

Em El Salvador, no último dia de Obama em solo latino, terça-feira, 22, milhares também marcharam em protesto. As manifestações começaram antes mesmo da chegada do chefe ianque. 15 pessoas foram presas. Os manifestantes exigiram a saída de Obama e contestaram a política de imigração contra latinos que vivem no USA.

terça-feira, 22 de março de 2011

A BATALHA NÃO É PELA LÍBIA

A batalha não é pela Líbia
Como diz a grande mídia

A batalha não é pela Líbia
É sim por aqueles que decidem
O que temos que ver
Comer
Vestir
Adorar
A batalha é pela saúde
Da OTAN

segunda-feira, 21 de março de 2011

Protesto no Rio rechaça a presença de Obama no Brasil

No dia 18 de março, no Rio de Janeiro, cerca de 150 manifestantes protestaram contra a presença de Barack Obama no Brasil.

Representando os anseios antiimperialistas dos povos em luta em todo o mundo, os manifestantes dirigiram-se da Candelária, no centro do Rio até o consulado ianque, com palavras de ordem “Fora já daí, Obama do Brasil e Dilma do Haiti”, “Fora ianques da América Latina”, “Fora do Brasil, Obama genocida”, “Yankees, go home” (ianques, voltem para casa).

Durante o protesto em frente ao consulado ianque, do meio dos manifestantes foram arremessados coquetéis molotov (artefatos explosivos incendiários amplamente utilizados em protestos de massas em todo o mundo) contra o prédio do consulado. Um segurança do consulado foi ferido.

Durante todo o tempo, desde a concentração dos manifestantes, a Polícia Militar agiu com truculência, primeiramente exibindo ostensivamente escopetas e cassetetes com o intuito de intimidar os presentes no ato, proibindo que o carro de som circulasse junto aos manifestantes. Quando os manifestantes protestavam em frente ao consulado ianque, utilizaram contra eles bombas e dispararam com armas de fogo.

Após o protesto, a PM do Rio cercou um grupo de manifestantes, revistou-os e prendeu 13 pessoas, entre elas um menor. Na manhã desta segunda-feira, os manifestantes foram soltos. Várias entidades declararam seu repúdio à repressão ao protesto. Abaixo, AND reproduz, uma delas, do Centro Brasileiro de solidariedade aos Povos – Cebraspo.

O que as classes reacionárias serviçais do imperialismo, as forças de repressão e o monopólio das comunicações não puderam impedir foi que as festividades e o festival de servilismo preparado pelos gerenciamentos de turno fossem combativamente maculados pelos manifestantes, que com seu ato vigoroso registraram que Obama, representante do Estado e do exército mais assassinos do mundo, não é bem vindo em nosso país.

Em repúdio à vassalagem e à repressão

Reproduzimos a nota do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos sobre as prisões dos manifestantes do dia 18 de março contra a presença de Barack Obama no Brasil.

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Nota de repúdio

A repressão pela Polícia Militar à manifestação realizada no Rio de Janeiro do dia 18/03/2011 contra a presença de Barack Obama no Brasil é a comprovação da submissão do Estado brasileiro e seus gerentes ao império norte americano.

Não bastasse a repressão no dia a dia contra o povo pobre da cidade e do campo, têm que mostrar serviço ao seu amo redobrando a repressão policial sobre quaisquer manifestações contra a presença do chefe do império.

O objetivo da presença de Obama no Brasil é renovar os acordos de submissão e saqueio das riquezas nacionais bem como de outros convênios de cooperação para o incremento da repressão dos povos no continente (ocupação do Haiti) e outras regiões de conflitos do mundo.

Não tem limites para as exigências feitas pelo império para a simples passagem da corte imperial por dois dias em duas cidades do país impondo o fechamento do espaço aéreo em regiões inteiras, paralisação de todas as atividades no seu itinerário e seu entorno, supressão do direito de ir e vir de milhares de cidadãos em seu próprio país.

Em correspondência, também não há limites para tanta vassalagem, bajulação e a forma vergonhosa com que as “autoridades” fazem questão de cumprir o exigido. Como verdadeiros sabujos correm de um lado para o outro num frenesi ridículo para atendê-los. Mais ridícula ainda é a decepção dos milhares que foram cortados, sem satisfação alguma, da lista de puxa-sacos oficiais para o encontro com o sr. Obama.

Repudiamos a presença do sr. Obama no país e repudiamos mais uma vez a repressão contra os manifestantes e exigimos a imediata libertação dos estudantes e demais manifestantes presos.

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Abaixo o servilismo ao império!

Pela soberania nacional!

Pelos direitos democráticos do povo!

Pela liberdade de manifestação!

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Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – Cebraspo



Rio de janeiro, 19 de março de 2011

Onu ordena banho de sangue na Líbia

No dia 17 de março a ONU, organização dirigida pelo imperialismo ianque, autorizou a intervenção militar na líbia. A votação da proposta ianque ganhou por dez votos a favor e cinco abstenções no Conselho de Segurança do balcão de negócios do USA. No dia 20 um forte bombardeio das forças intervencionistas ianques e da Europa provocou grandes explosões no território Líbio, cujo governo anunciou que mais de 40 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas. Barack Obama, desde o Brasil ordenou diretamente o início do banho de sangue promovido pela Onu.

No domingo novos ataques foram lançados, também sob a desculpa da “proteção dos civis”. Kadafi declarou um cessar fogo que não foi “aceito” por Obama, que ordenou a continuação dos ataques.

O porta-voz da Liga árabe ensaiou uma tímida crítica, a respeito de ‘exageros’ nos ataques, mas no mesmo dia foi enquadrado e desautorizado. Para os próximos dias países do Oriente médio devem participar da agressão, já que estão adiantados os preparativos de Omã e Jordânia para demonstrarem sua sabujisse.

A gerência semicolonial de kadafi promete armar o povo e diz estar preparada para uma longa guerra, o que de fato deve ocorrer, devido a que o regime tem uma relativamente grande base de massas disposta a defendê-lo.

Mais uma vez, o imperialismo não esconde seu intento de promover uma nova partilha do mundo e conjurar sua profunda crise, agravada pelos levantamentos na região do Magreb e do Oriente Médio, que fizeram subir o preço do petróleo, e ainda pelo terremoto no Japão e o acidente nuclear, que arruinou uma das maiores economias do mundo e fizeram desaparecer do dia para a noite, trilhões de dólares das bolsas de valores.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Camponesas celebram o 8 de março

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Com informações do Movimento Feminino Popular

Os Núcleos do Movimento Feminino Popular de Jaru, de Porto Velho e de Corumbiara - Rondônia – divulgam as atividades realizadas em celebração do 8 de março, dia internacional da mulher trabalhadora.

Contra a criminalização do aborto

Para celebrar a data, foram promovidas duas palestras na Universidade Federal de Rondônia - UNIR de Porto Velho contra a criminalização do aborto, nas quais participaram cerca de 140 estudantes de pedagogia, letras, ciências sociais, direito e outros cursos. a . Durante as palestras, foi exibido o documentário “Habeas corpus”. O documentário narra a história real de uma jovem de 19 anos que estava grávida, porém o bebê era portador de uma rara síndrome que o condenaria à morte logo após seu nascimento. A justiça permitiu o aborto que foi iniciado num hospital em Goiânia. Pouco tempo depois, os médicos interromperam o procedimento, devido a um habeas corpus redigido à mão por um padre.

Camponesas celebram o 8 de março

A Área Revolucionária Zé Bentão, antiga fazenda Santa Elina, em Corumbiara, retomada por camponeses em 2010, foi o palco escolhido pelo MFP para as celebrações deste ano. Bandeiras vermelhas do Movimento ornavam a área. Na entrada do barracão onde funciona a Assembleia Popular, uma faixa conclamava a “Despertar a fúria revolucionária da mulher”, ao lado das bandeiras da Palestina, do MFP, da Liga dos Camponeses Pobres e do Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina – Codevise.

O ato contou com a participação de dezenas de camponesas e camponeses. A camponesa Dina, viúva do dirigente camponês Zé Bentão, foi homenageada por sua participação ativa na Revolução Agrária e no MFP. Outra homenagem especial foi feita à camponesa Maria Helena, conhecida como Nega. Ela foi moradora da Área Revolucionária Zé Bentão e faleceu em novembro de 2010, aos 32 anos, vítima do descaso do Estado com a saúde pública. No pouco tempo que viveu na área, teve uma participação intensa, foi uma das coordenadoras da festa do corte Popular das terras. Maria Helena deixou esposo, um casal de filhos e a saudade entre familiares e amigos.

Após as homenagens, o ato foi encerrado com o canto da música “Aroeira” (Geraldo Vandré), apresentado pelas mulheres.

Ainda como parte da celebração do 8 de março, os núcleos do MFP de Corumbiara e Porto velho realizaram reuniões e atividades de formação, debateram os princípios do movimento e tarefas práticas com camponesas, estudantes e professoras da região. O MFP organizou panfletagens sobre a data em Corumbiara, Cerejeiras, Espigão D’Oeste, Jaru e Porto Velho. Em Corumbiara, duas militantes do Movimento Feminino Popular falaram em uma rádio local sobre o movimento e o 8 de março.

terça-feira, 15 de março de 2011

Monarquias reacionárias se unem contra revolta popular: tudo que seu mestre mandar...

Preocupado com a onda de rebeliões que agita o norte da África e o Oriente Médio, o USA toma providências para manter tudo como está, quer tentando influenciar os novos governos, quer tentando impedir que os aliados restantes caiam.

Na sexta-feira, dia 11, o secretário de defesa ianque esteve no Bahrein reunido com altos funcionários barenitas. Hoje a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos invadem o Bahrein para sufocar a rebelião. Coincidência como esse é só o encontro do coelhinho da Páscoa com o Papai Noel em abril em um país muçulmano. O fato é que 1000 militares sauditas e 500 dos Emirados entraram em território barenita sob o alerta de Hilary Clinton para que tenham moderação, entenda-se não percam o Bahrein de forma alguma.

sexta-feira, 11 de março de 2011

UPP acaba com carnaval a tiros na Cidade de Deus, RJ

Moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, denunciam que foram agredidos por policiais da UPP instalada no local durante uma festa de carnaval na madrugada de 9 de março.

Após uma briga entre duas pessoas, os policiais tentaram acabar com a festa. Diante da recusa dos moradores em encerrar a festa de carnaval, os policiais iniciaram as agressões com cassetetes, spray de pimenta e fizeram vários disparos.

A ação policial foi registrada pelo fotógrafo Toni Barros e, quando os policiais perceberam que estavam sendo filmados, tentaram tomar a câmera. Nas imagens é possível ouvir a resposta do fotógrafo: “Não vou dar não. Sou fotógrafo, jornalista, eu sou jornalista”. A câmera foi destruída, mas o cartão de memória que armazenava as imagens ficou intacto e, mais uma vez, todos puderam ver o que significa a política de “pacificação” nas favelas do Rio.

Enquanto os plantões do monopólio dos meios de comunicação falavam apenas de “folia” e adereços, nas favelas do Rio a rotina de repressão e criminalização da pobreza se manteve inalterada.

quinta-feira, 10 de março de 2011

SP: Transportes caros e de péssima qualidade.


Cansada de lotar ônibus que demoram de três a quatro horas para levar o trabalhador de casa ao trabalho e pagar cada vês mais caro por isso (o último aumento foi de absurdos 17,4%) a população paulistana saiu às ruas em protesto. Por volta das 7:15 da manhã do dia 4 milhares de pessoas bloquearam a estrada M'Boi Mirim exigindo melhores condições de transporte. O protesto afetou 59 linhas de ônibus que trafegam no local e a prefeitura se viu obrigada a marcar uma reunião para “discutir o assunto”. Causou especial revolta o fato de muitos policiais presentes terem suas identificações escondidas.

Pesar pelo falecimento de Paulo Queiroz

Paulo QueirozRecebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do jornalista Paulo Queiroz Bezerra.

Paulo Queiroz era membro do conselho editorial de A Nova Democracia e, desde Rondônia, colaborava com a luta pela imprensa democrática e popular.

Há três décadas o companheiro, paraibano de nascença, vivia e trabalhava em Rondônia. Colaborou com vários veículos de imprensa e foi justamente através da sua valente coluna Política em Três Tempos no Estadão do Norte que travamos conhecimento. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Rondônia, correspondente do Jornal do Brasil (RJ) na Amazônia, foi articulista político dos jornais O Guaporé, Diário da Amazônia, Estadão do Norte, entre outros. Colaborou também com o portal Tudo Rondônia e era o editor geral da página na internet Rondônia Sim.

Aqueles que encontravam as portas do monopólio da comunicação fechadas para os apelos populares, tinham em Paulo Queiroz um porta-voz militante. Dava voz aos camponeses, operários, estudantes, povos indígenas...

Aos 63 anos de idade, Paulo Queiroz não impunha limites para o seu trabalho. Faleceu na sede do Rondônia Sim. Seu corpo foi encontrado por parentes na tarde de ontem, dia 9 de março, e está sendo velado na sede da Reitoria da Unir desde 12 horas desta quinta-feira.

A Nova Democracia lamenta profundamente a perda do companheiro Paulo Queiroz. Em sua homenagem publicamos uma de suas colunas Política em Três Tempos.

Homenagem ao dia internacional da mulher trabalhadora

Vídeo produzido por A Nova Democracia em celebração ao 8 de março, o dia internacional da mulher trabalhadora.


quarta-feira, 2 de março de 2011

Vídeo: Vila Harmonia é atacada pelas tropas da prefeitura do Rio de Janeiro

Patrick Granja


No dia 25 de fevereiro, a Vila Harmonia amanheceu cercada de caminhões de mudanças, retroescavadeiras e funcionários da Prefeitura do Rio, sob o comando do prefeito Eduardo Paes. Após algumas semanas de reassentamentos negociados nas comunidades do Campinho e do Metrô/Mangueira, a Prefeitura acionou todo seu lobby junto ao Tribunal de Justiça do Rio para atacar a Vila Harmonia.

Os funcionários da Subprefeitura da Barra da Tijuca chegaram, como sempre, com seu aparato de arrogância e seus capangas da Guarda Municipal, e deram logo início às diversas ameaças de que não deixariam pedra sobre pedra e de que derrubariam as casas com gente dentro, caso necessário.

Os Desembargadores do tribunal de Justiça do Rio, inebriados por algum canto maldito do Prefeito após suas reuniões com o Presidente do TJ, nada fizeram para proteger as famílias. Nenhum dos argumentos dos defesnsores públicos foi ouvido e nenhuma outra possibilidade de negociação é oferecida. A comunidade Vila Harmonia abriga famílias que residem há mais de cem anos na região do Recreio dos Bandeirantes. Chegaram lá, provavelmente como sobreviventes de famílias escravas, ainda no início do século XX e possuiam documentação que comprova isso.

Depois de meses de resistência e frente aos problemas de saúde de alguns trabalhadores e trabalhadoras por conta dos ataques da prefeitura, a Vila Harmonia aceitou sair. Contudo, os moradores prometem continuar engordando as fileiras daqueles que resistem aos desmandos desse gerenciamento fascista que já expulsou mais de 15 mil famílias de suas casas.





Muito além da UPP: a limpeza étnica em torno dos enclaves fortificados dos ricos

mais de dois anos da implantação da UPP (Unidade de Policia Pacificadora) no morro Santa Marta, Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O que melhorou? Aqui apresento uma ótica de quem vive lá.

Já estamos em 2011, e ainda quase nada de melhoria coletiva chegou ao morro do Santa Marta. Sim, medidas paliativas sim, isso chegou e irá chegar sempre. Eu me refiro a mudanças revolucionárias, onde o povo poderá viver de forma igualitária, com mais saúde, moradia digna, alimentação de qualidade. Isso não chegou e vai além da UPP.

Falo além da UPP, porque me lembro de toda a midiática em prol da revolução chamada de UPP. Isso fez até os próprios policiais acreditarem que eles realmente são revolucionários. Certo dia eu conversei com um deles e ele mim afirmou que trouxe melhoria para a favela Santa Marta. Eu em seguida o perguntei se ele poderia fazer uma reforma na minha casa, pois estar com várias infiltrações. Ele ficou sem me responder.

Agora, eu quero tirar a UPP desse texto e falar sobre a nossa vida hoje no morro Santa Marta. O desafio que será para todos os moradores permanecerem neste território de negócios para a especulação imobiliária. Vejo um outro morro Santa Marta, onde moram estudantes de classe media, estrangeiros. Onde há disputa para alugar um barraco de dois metros quadrados pela quantia de R$ 350. Vejo bar se transformando em república, vejo bares tendo que se adaptar à tendência de ser empreendedor. Vejo as marcas excedentes de bebidas alcoólicas nesses bares, em troca de cadeiras e mesas. Vejo também muitos comércios agonizando para resistir à morte, demitindo funcionários e aumentando seus preços.

Cadê a melhoria que falaram tanto na TV Globo e nos outros meios de comunicação? A Globo viveu ineditamente 30 dias aqui no Santa Marta durante o dia para mostrar as melhorias. Mas nunca nos deu voz.

Agora, existe uma melhoria que eu também reconheço: diminuíram as armas nas mãos dos civis e hoje não ouvimos mais tiros a esmo. O número de mortes com armas letais reduziu. Isso é muito bacana e direito nosso, já que no Brasil não vivemos em uma guerra. Porém, sabemos quem bota essas armas nas mãos dos consumistas do tráfico. E não é morador de favela não.

Fiz uma pesquisa e constatei que para nós trabalhadores e moradores das favelas da Zona Sul, para sobreviver só com esses quatro itens: aluguel (R$ 350 mensais), café da manhã (R$ 3,50 por dia, total de R$ 105 em 30 dias), almoço (R$ 7 por dia, total de 210 em 30 dias), jantar (R$ 7 por dia, total de 210 em 30 dias) terá que desembolsar a quantia de: 875,00 reais. Vale lembrar que o salário mínimo é de R$ 530. Eu não incluo comprar leite, gás de cozinha, remédio, roupa, pagar conta de luz, TV a cabo etc.

Até a chegada das Olimpíadas, não sei se estaremos aqui no morro Santa Marta. Hoje, mais do que nunca, temos um custo de vida muito caro. A nossa conta de luz chega com valores aleatórios. No mês passado eu paguei R$ 50, sem ninguém ficar em casa, pois trabalhamos o dia todo fora. Nesse paguei R$ 45. Tenho conhecimento que alguns moradores estão pagando R$ 80, R$100. Cadê a tarifa social?

Sutilmente, estão “higienizando” a favela, sem que a totalidade dos moradores perceba. A mídia pulveriza a mente do trabalhador com o slogan de favela modelo e que temos que agradecer ao santo Sérgio Cabral governador do Rio de Janeiro. O Presidente Lula veio ao morro Santa Marta em setembro de 2010 e propagou que temos que esquecer o nome favela, pois esse já passou e é feio. Mas ninguém comenta a omissão com os moradores do pico do morro, pois lá não chegou absolutamente nada de urbanização. Toda essa transição beneficiou alguém: os enclaves fortificados dos ricos. Esses estão felizes da vida, com o aumento dos seus imóveis, de R$150 mil para R$ 300 mil e R$ 400 mil etc.

Hoje não podemos realizar o baile funk no morro, mas os blocos de fora do morro, fazem seus eventos aqui e rola mais do que um baile funk. A UPP também fazem suas festas, e não tem nenhum problema.

Faço uma convocação para todos os trabalhadores que querem residir nas favelas, principalmente da Zona Sul. Vamos nos organizar porque as remoções vão vir e toda nossa historia irá virar mais um livro para sociólogos e pesquisadores que não moram em favelas.

Rapper Fiell, coordenador do Coletivo de Hip-hop VISÃO DA FAVELA BRASIL, morador do morro Santa Marta.




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