quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cerco policial contra a população pobre da Tijuca

Rafael Gomes

No último dia 28 de abril, os morros do Borel, da Casa Branca, do Cruz, da Formiga e a Chácara do Céu, localizados na Tijuca, tradicional bairro da zona Norte do Rio de Janeiro, amanheceram invadidos por mais de 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 6° Batalhão da PM (Tijuca).

Esta operação da polícia é a continuidade da política fascista chamada de “pacificação” das favelas. O próximo passo a ser dado é a implantação de uma Unidade de Polícia “Pacificadora”, a UPP.

Já na madrugada do dia 29 as forças de repressão reforçaram seus efetivos com viaturas, mais policiais e mais carros blindados, os famigerados “caveirões”.

Polícia e gerentes do velho Estado comemoram a invasão dos morros “sem que um tiro fosse disparado”. Também pudera, nem os mais tolos acreditariam que, com o anúncio antecipado das invasões, o tráfico varejista ofereceria algum tipo de resistência à ocupação.

E o que é esperado para o futuro? Vejamos alguns exemplos do pós-UPPs. O que mudou para o povo?

1- Na Ladeira dos Tabajaras, zona sul do Rio, após a prisão arbitrária de 3 moradores, dezenas de pessoas foram às ruas em protesto denunciando as arbitrariedades da UPP.

(clique AQUI para ver a notícia relacionada)

2- Um policial militar da UPP do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, foi preso na madrugada do dia 18 de março, quando tentava roubar uma agência bancária no bairro do Ingá, na região metropolitana de Niterói.

(clique AQUI para ver a notícia relacionada)

3- Imediatamente após a ocupação, ou mesmo antes, apenas com seu anúncio, começa a especulação imobiliária. O que chamam de “valorização” das áreas invadias pela PM faz aumentar imediatamente o preço dos imóveis, consequentemente o preço dos produtos de primeira necessidade e, paulatinamente, as famílias são expulsas das favelas para dar lugar aos especuladores, sedentos pela vista deslumbrante que essas favelas têm e o lucro que seus imóveis podem gerar, às vésperas da copa e das olimpíadas.

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4- Com os morros invadidos, entram os agentes do “choque de ordem” derrubando barracas de camelôs, roubando produtos de vendedores ambulantes, derrubando prédios considerados “irregulares”, etc. Tornando impossível a sobrevivência de centenas de trabalhadores que vivem nessas favelas.

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Já foram anunciadas novas invasões do Bope para implantação de UPPs nos morros do Salgueiro, Andaraí e dos Macacos. Essas são apenas algumas evidências de que as políticas do velho Estado visam, em primeira mão, expulsar os pobres das aquilatadas áreas da orla de Copacabana, que possuem vistas privilegiadas da natureza do Rio. A região da Tijuca, onde está localizado o estádio do Maracanã. A região de Santa Tereza, um dos acessos ao Corcovado (onde se encontra o Cristo Redentor) e bairro tradicional do Rio. Dessa forma começam desde já a limpar o caminho para o Rio da copa do mundo, das olimpíadas e dos sonhos da burguesia.

Clique AQUI para ver em reportagem da revista Veja Rio de 31 de março de 2010 um infográfico de como se dá a invasão das favelas no Rio. Como seria de se esperar, a revista procura fazer uma animação e termina comemorando a “pacificação” da favela. Não poderia ser diferente, por se tratar de um legítimo porta-voz das classes dominantes. Mas retrata bem a forma como a reação pensa a dita “pacificação”.




sábado, 24 de abril de 2010

Camponeses do Brasil exigem o fim da Operação "Caçada Verde" e agressão aos camponeses da Índia

English Version

Brazilian peasants require the end of “Green Hunt” operation and aggressions to the peasants of India



Com informações da Abrapo - Associação Brasileira dos Advogados do Povo


No dia 19 de abril, dezenas de camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres do Brasil – LCP realizaram um protesto em Brasília (Distrito Federal) em frente à embaixada da Índia exigindo o fim imediato da Operação “Caçada Verde”.

A Operação “Caçada Verde” é a aplicação da política genocida do velho Estado indiano contra os povo adivasi (povos tribais daquele pais) e todos os camponeses da Índia, e visa atacar os povos em luta, principalmente nas áreas onde atuam os naxalitas (como são conhecidos os membros do Partido Comunista da Índia (maoísta)).

A combativa manifestação dos camponeses do Brasil em solidariedade aos camponeses e povos tribais indianos, que contou com a presença de representantes da ILPS-seção Brasil (Liga Internacional de Luta dos Povos); MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário); MFP (Movimento Feminino Popular); FRDDP (Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo), levantou as palavras de ordem: “Viva a heróica resistência do povo advasi e de todos os camponeses indianos!” “Abaixo a “operação caçada verde”! “Abaixo o Estado fascista e expansionista indiano!”.

Uma delegação de integrantes do Cebraspo (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos) e da ABRAPO (Associação Brasileira dos Advogados do Povo) entregou um documento ao embaixador da Índia no Brasil, B. S. Prakash, que de forma arrogante recusava-se em receber os manifestantes e cinicamente negou o genocídio perpetrado pelo Estado indiano contra os adivasi e camponeses daquele país. Ele recebeu a comissão unicamente devido à persistência e combatividade dos manifestantes.

Durante o protesto o Cebraspo – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos – distribuiu manifesto de repúdio à “Operação Caçada Verde” e à perseguição ao povo indiano e exigindo:

1- O fim imediato da operação “caçada verde” e a perseguição ao povo adivasi, demais nacionalidades, e ao PCI (M);

2- O imediato cessar de todas as operações armadas contra o povo indiano;

3- A suspensão imediata do roubo de terras e expulsão das populações locais, pelas empresas transnacionais e pelo Estado indiano.

Assista o vídeo da manifestação:



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Datas memoráveis do proletariado

A Conjuração Mineira

Em 21 de abril último completaram-se 221 anos da heróica Conjuração Mineira de 1789.

A Conjuração Mineira foi um movimento de caráter popular-revolucionário com o propósito de libertar o Brasil do jugo colonial.

O movimento teve como inspiração as idéias revolucionárias e progressistas trazidas da França e do USA por filhos de famílias tradicionais que saíam de Minas Gerais para estudar no exterior.

Tiradentes, líder inconteste do movimento revolucionário, nasceu em uma fazenda localizada entre as vilas de São José (hoje cidade de Tiradentes) e São João del Rei, no ano de 1746.

O ainda jovem o revolucionário conheceu o Brasil trabalhando e viajando e assim aprendeu com a própria experiência o quanto era rico o solo mineiro e o tamanho da espoliação das nossas riquezas pela coroa portuguesa. Assim Tiradentes compreendeu que não haveria saída para o nosso país que não fosse uma revolução que depusesse a coroa e libertasse o Brasil.

Junto aos seus companheiros conjurados, iniciou um amplo trabalho de pregação revolucionária e arregimentação de forças e recursos materiais para a luta de libertação.

A Conjuração Mineira foi uma das primeiras elaborações autênticas do pensamento e da ação do povo brasileiro que fica expresso no Programa de Governo elaborado pelos conjurados de 1789 que propunha a independência nacional; liberdade para o povo se instruir e divulgar suas idéias, produzir e comercializar segundo suas necessidades; o estabelecimento de uma República Federativa; o fim da opressão e a passagem às mãos do Estado dos postos de mando da economia nacional; o desenvolvimento do Progresso e da cultura, a industrialização do país e a educação do povo; o direito da população se armar e defender seu país, além de garantias econômicas e sociais, como o direito a toda mulher que tivesse um filho receber um prêmio do Estado, por causa da baixa densidade populacional. Os escravos seriam libertados para que engrossassem a revolução.

O padre Toledo, um dos proeminentes líderes Conjurados, destacou em seus depoimentos que para seguir o novo regime todos os cartórios seriam queimados. Todas as terras e dinheiro da coroa portuguesa seriam confiscadas e colocadas a serviço do desenvolvimento nacional. Era fatal o cancelamento da enorme dívida que Portugal insistia em cobrar através da derrama.

Mas o ainda nascente movimento foi traído, delatado por Silvério dos Reis, que conhecia os planos de sublevações. Em 10 de maio de 1789, Tiradentes e outros dirigentes conjurados foram detidos.

A raivosa e sanguinária sentença condenou o líder revolucionário Tiradentes à morte na forca e esquartejamento de seu corpo. Heróica e honradamente, Tiradentes assumiu a responsabilidade principal por todo o plano de Rebelião comportando-se com notável bravura até a execução de sua sentença, em 21 de abril de 1792. Desafiando seus carrascos, ciente do inevitável triunfo do povo sobre a opressão, antes de morrer Tiradentes declarou: "Dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria".

A Conjuração Mineira serviu como inspiração para uma série de Rebeliões pela libertação do domínio português.

Veja clip da música 'Exaltação a Tiradentes', enredo da escola Império Serrano no carnaval de 1949, interpretada por Elis Regina, em homenagem ao alferes Joaquim José da Silva Xavier (o Tiradentes).


terça-feira, 20 de abril de 2010

Mais um crime contra os trabalhadores

Rio de janeiro

Rafael Gomes


61 trabalhadores ficaram feridos após o descarrilamento de uma composição da SuperVia na proximidade da estação de Deodoro, ramal Santa Cruz, zona Oeste da cidade, por volta das 6h10 do dia 16/4.

Os passageiros afirmaram que a composição apresentou problemas desde a saída e que as portas estavam abrindo do lado errado nas estações.

A SuperVia, concessionária responsável pelos trens do Rio, como sempre, lavou suas mãos já manchadas com o sangue de muitos trabalhadores, em inúmeros "acidentes", também responsável por chicotadas desferidas pelos seus funcionários em passageiros de trens superlotados no ano passado, prometeu (pela enésima vez) melhorias e soluções.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

RIO ARAGUAIA - Canção em homenagem aos guerrilheiros do Araguaia

Composição de Cadinho Faria e Toninho Camargos

Brotará o teu sorriso
Teu olhar futuro
Teu amor sincero
Essa terra que te guarda
Conservou teu sangue
Levantou teu nome
Nunca há de te esquecer

Ficará tua certeza
Teu caminho oculto
Tua fantasia
Esse sonho vai ligeiro
Rio de águas turvas
Livre pelo tempo
Até o mar se enfurecer

E esse dia, quando o dia?
Eu não vejo a hora de
Gritar a festa
E essa festa
Vai acontecer

O teu sonho, lindo sonho
Veja, ainda é hora de
Levar à frente
E pela frente
Muito que aprender

No Araguaia passa um rio
Rio onde plantaste tua liberdade
Camponês, homem da terra
Vingará teu sangue
Sonhará contigo
Nunca há de te esquecer

Vozes: Cadinho Faria e Titane
Violão: Cadinho Faria
Bandolim: Hudson Brasil

Ouça a Música 

terça-feira, 13 de abril de 2010

PERU - Mineiros em greve enfrentam a polícia

Patrick Granja

Milhares de mineiros em greve desde o início de abril bloquearam ao menos duas rodovias arteriais no Sul do Peru extravasando toda a sua revolta contra um decreto e duas leis anunciadas pelo gerente Alan García impondo a criação de uma zona de exclusão em Madre de Diós, fronteira com o Brasil, uma das regiões mais contaminadas do país.

Os protestos se concentraram nas cidades de Chala e Arequipa, bloqueando todas as ligações entre o Peru e o Chile. Para reprimir os milhares de mineiros que participavam da manifestação — incluindo mulheres e idosos — a polícia assassina de Alan García foi para o local e chegou atirando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Ao fim do ataque, seis mineiros foram mortos e mais de 20 ficaram feridos. Pelo menos doze policiais ficaram feridos no confronto e, apesar das baixas de trabalhadores, as rodovias não foram liberadas pela massa, que promete não recuar.

Garcia é um presidente selvagem que quer resolver os problemas do país, com balas, matando peruanos indefesos, perseguindo com "leis" os líderes dos povos e das organizações que lutam por seus direitos e encarcerando todos aqueles que defendem a vida e o trabalho — disse um dos líderes do movimento, Teodulo Medina.

Nós extraímos três a quatro quilos de ouro por semana, ficamos doentes e, com todo esse esforço, não conseguimos mais que nossa sobrevivência, sem dignidade alguma — reforçou um trabalhador.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cortadores de cana fecham BR-104

Alagoas

Nota enviada por e-mail pelo blogueiro alagoano, assíduo leitor e seguidor do blog da redação de AND, Boca de Caêra.

http://revoltaal.blogspot.com/

As 15h do dia 05 de abril, trabalhadores da usina sucroalcoleira Laginha S/A, localizada na cidade de União dos palmares, 80Km de Maceió, fecharam a via da BR-104/AL (União dos Palmares/Branquinha). Durante aproximadamente duas horas, os trabalhadores cobraram do usineiro, latifundiário e ex-deputado federal João Lyra, a soma de três meses de ordenado, a questão é que a colheita da cana de açúcar acabou a 2 meses, significa que já havia um mês em atraso e após o fim da colheita, pra variar não pagaram também as garantias trabalhistas. Aqui no Boca de Caêra nos mostramos os números do início dessa colheita.

A manifestação foi pacífica, pois os trabalhadores apenas queriam conversar com o gerente da usina; "eles só nos escutam quando fechamos a pista!" - exclamou um dos trabalhadores revoltado. Mesmo assim, as condições não foram propícia a paz, uma vez que os guarda-costas do latifúndio foram convocados a oprimirem o povo, no local havia um aparato de 1 viatura da PM-AL, 1 viatura da Polícia Rodoviária Federal e 1 CAMBURÃO do BOPE. que nada fizeram quando um grupo de motoristas pequenos burgueses tentaram usar da força bruta contra os ativistas para obstruir a passagem. Três cidadãos se empenharam em ajudam os interesses do Dr. João Lyra, tentando abrir a BR na marra! e atentando contra os trabalhadores, e enquanto os policiais ficaram de longe esperando que algum trabalhador fosse seriamente machucado, mostrando a sua verdadeira natureza fascista.

Um dos ditos motoristas ameaçou o fotografo e redator do Blog Boca de Caêra, logo após ateou fogo nas canas na tentaiva de incriminar os trabalhadores. As 14h30min, o gerente da usina chamou os bombeiros para apagar o fogo que se alastrava e prometeu pagar os salários atrasados.

"Sem dinheiro, sem Copa do Mundo"

África do Sul

Uma greve geral por melhores salários mobiliza mais de 100 mil trabalhadores da África do Sul.

No dia 12 de abril cerca de oito mil servidores públicos deflagraram a greve geral. Os trabalhadores do serviço público de saúde, coleta de lixo e dos transportes reivindicam 15% de aumento.

Ocorreram protestos em Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durbam. Em East London os protestos foram mais radicalizados e houve confrontos entre manifestantes e a polícia.

"Sem dinheiro, sem Copa do Mundo", gritavam os manifestantes, alertando para o evento esportivo previsto para junho.

Os grevistas marcaram novo protesto para o dia 15, dia em que a Fifa abrirá a última fase da venda de ingressos para a Copa.



Datas memoráveis do proletariado - ABRIL

10 de abril (1870)

140 anos de Vladimir Ilich Lenin


11 de abril (1972)
Heróica Guerrilha do Araguaia

19 de abril
Dia nacional do índio


21 de abril (1789)
Conjuração Mineira

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mais de 180 mortes no Rio de Janeiro. Mais de 100 permanecem soterrados em Niteroi.

Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro onde as conseqüências das chuvas foram mais graves: mais de 100 mortes até a manhã do dia 9 de abril

Apenas no morro do Bumba, em Niterói, após o desabamento de 8 de abril, 17 corpos foram encontrados nos escombros

Em todo o estado do Rio de Janeiro o número de mortes já ultrapassou 182

As terríveis consequências das fortes chuvas que assolam o Rio de Janeiro comovem todo o Brasil e o mundo.

Apesar das causas do desastre residirem nas fortes chuvas, a razão principal do enorme número de mortes, feridos e desabrigados é a mesma encontrada no Haiti ou no Chile, após os terremotos ocorridos recentemente: para o capitalismo burocrático, para o Estado burguês-latifundiário, para o imperialismo, as vidas dos povos das semicolônias são descartáveis.

As famílias que vivem nos bairros das periferias e favelas, não só do Rio de Janeiro, são reféns da política de exclusão, dura repressão, exploração, e completo esquecimento por parte das classes dominantes, à exceção de raros momentos. As classes reacionárias só se recordam do povo quando ele se rebela, para reprimi-lo; quando se realiza o circo eleitoral, para enganar e pedir votos; ou momentos similares.

Mas o desastre causado pelas chuvas foi maior que todas as expectativas.

As enchentes e desabamentos que dizimaram famílias inteiras foi maior que o “Rio olímpico”.

O lustro e a maquiagem gastos pelas gerências de turno federal, estadual e municipal não foram capazes de esconder o drama vivido diuturnamente pelo povo trabalhador.

E os gerentes de turno surgiram de suas seguras mansões para vociferar reacionarismos de baixo calão, culpando as massas empobrecidas por “construírem em morros e áreas de risco”. Assim como no surto da gripe H1N1, foram às câmeras do monopólio da imprensa recomendar que as pessoas “ficassem em casa”. Acionaram seus especialistas para propor a “remoção”, mesmo que à força, das famílias de suas casas para “assentamentos”.

A tragédia das famílias do Rio de Janeiro retratada por toda a imprensa tem cores muito mais amargas que a lama que soterra as casas das famílias mutiladas. Tem contornos muito mais dramáticos que o choro desesperado dos parentes que perderam pais, mães, filhos, entre outros.

O desastre que sucedeu as chuvas é fruto do total descaso dos governos e do Estado para com os problemas do povo: até bem pouco tempo, ao contrário de promover políticas preventivas contra deslizamentos e alagamentos (que diga-se de passagem ocorrem todos os anos), havia (e ainda há) forças invasoras policiais atacando as favelas com discursos de “pacificação”, matança e repressão do povo das favelas, assalto promovido pela Guarda Municipal com seus “choques de ordem”, etc.

Pouquíssimas e abnegadas equipes de salvamento, engrossadas por dezenas de moradores das próprias comunidades atingidas por desabamentos trabalham dia e noite removendo escombros empenhando-se na tentativa de salvamento de pessoas soterradas. Centenas de pessoas ainda estão soterradas sob toneladas de lama e escombros. Outras tantas perderam tudo, o pouco que construíram e uma vida de trabalho.

O povo dos morros e bairros atingidos só pode contar de fato com ele mesmo, com seu trabalho e apoio mútuo, e com o apoio e solidariedade do povo trabalhador do Brasil, que se mobiliza por todo o país recolhendo roupas, água, remédios, alimentos, entre outros recursos de primeira necessidade.

O sofrimento, a dor atroz sofrida pelas famílias soma-se à dor de milhares e milhões de brasileiros que sofrem dia a dia sob o tacão do velho Estado, que não serve em nada ao povo brasileiro.

AND envia sua solidariedade às famílias e se compadece da dor das mães, pais, órfãos, de todos aqueles que sofrem esse momento difícil. As famílias vítimas de mais esse desastre encontrarão em AND uma tribuna para manifestarem sua revolta, sua dor e sua inabalável decisão de continuar vivendo e lutando, reconstruir sua vida e prosseguir.

Encontrarão também em AND um incansável defensor, não só de seus interesses mas também, e principalmente, de um novo Brasil, onde apesar das chuvas ou quaisquer fenômenos naturais, será, com a luta do povo, um país onde o povo transformará com suas próprias mãos a sua realidade e não será obrigado a viver em condições “de risco”, terá escola para seus filhos, saúde, e todos os seus direitos. Terá o poder em suas mãos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Mais de 100 mortes após temporal no Rio de Janeiro

Rafael Gomes

Mais de 100 mortes (105 até as 13:41 do dia 7 de abril), dezenas de desaparecidos, centenas de desabrigados, engarrafamentos, deslizamentos, suspensão dos serviços públicos, 89 pessoas resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e várias regiões sem energia elétrica foram os resultados (até o momento) do temporal que desabou na região metropolitana do Rio de Janeiro na tarde da segunda-feira, 5 de abril e perdurou por mais de 24 horas. As graves consequências recaem pesadamente e principalmente sobre as populações mais empobrecidas. As cidades mais atingidas foram Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e a capital. As rádios e canais de TV anunciam a cada momento um número maior de mortos, tornando inexato o número de pessoas atingidas fatalmente pelas chuvas.

Na cidade do Rio vários bairros ficaram completamente submersos. Os deslizamentos de maiores proporções aconteceram no Recreio dos Bandeirantes, zona Oeste; nos morros do Borel, do Turano, da Formiga e dos Macacos, zona norte. Em São Conrado, zona Sul, uma encosta desabou e interditou os dois sentidos da Avenida Niemeyer. Na zona Norte os bairros mais atingidos foram Ramos, Penha, Manguinhos, Bonsucesso, Parada de Lucas, Praça da Bandeira e Caju, na zona Portuária.

Outros pontos mais críticos de alagamento foram na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, zona Norte, e no Túnel Noel Rosa no sentido Vila Isabel. Na Av. Maracanã o rio que atravessa a via transbordou alagando a região. Em toda a cidade o trânsito ficou completamente caótico. Em vários pontos de ônibus, trabalhadores tiveram de esperar o dia amanhecer para voltarem para suas casas.

Em Niterói, São Gonçalo, Nilópolis e Paracambi também foram registrados dezenas de mortos, desabrigados, desaparecidos e deslizamentos de terra.

Os gerentes municipal e estadual, Eduardo Paes e Sérgio Cabral, foram aos maiores canais de TV pronunciar sobre a tragédia que infernizou uma vez mais a população trabalhadora do Rio de Janeiro. Eles foram obrigados a admitir a total falta de planejamento para lidar com tais situações que, apesar de antiquíssimas, perduram até hoje e nada de eficaz é feito para impedi-las. De forma arrogante, o prefeito Eduardo Paes tentou ainda atacar seus opositores tachando-os de oportunistas, como se ele próprio não fosse um de seus maiores exemplares, quando criticaram a lentidão na solução do caos que se instalou em toda a cidade. Paes colocou a culpa nos moradores de favelas que construíram casas irregulares em mais uma de suas justificativas para aumentar o seu “choque de ordem” e tentar isentar a prefeitura de culpa nos acontecimentos. E diante de toda catástrofe, a única coisa que o “poder público” é capaz de fazer é aconselhar a população a “não sair de casa”.

Centenas de famílias sofrem com o desastre da perda de suas moradias e entes queridos, contando somente com a solidariedade de seus vizinhos e do empenho de equipes de salvamento diminutas.

Notícias da Guerra Popular

Índia

Nem mesmo a imprensa da burguesia pode deixar de reconhecer as retumbantes ações da Guerra Popular.

O Partido Comunista da Índia (maoísta), que dirige a revolução naquele país conclamou a união de todos os setores que se opõem à agressão do Estado reacionário contra o povo indiano, particularmente as comunidades tribais: a sanguinária Operação "Caçada Verde".

Recentemente, uma greve geral de 48 horas convocada pelo PCI (maoísta) foi deflagrada em sete estados indianos contra a dita operação. A greve contou com grande adesão popular e paralisou as atividades na maior mineradora do país, interrompeu a circulação das principais linhas férreas e diversos setores produtivos.

No último dia 7 de abril, o arquirreacionário Estado de São Paulo se viu obrigado, diante do grande impacto da ação, a noticiar a série emboscadas realizadas pelo Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, dirigido pelo PCI (maoísta) no estado de Chhattisgarh que resultaram na morte de 76 policiais.

Apesar das insuficientes e deturpadas informações, está lá para todos verem, no quatrocentão 'Estadão', a arrebatadora ação coordenada pelos maoístas que contou com mais de 700 combatentes do EGPL, que impôs mais uma amarga derrota ao genocida Estado Indiano.

Clique na imagem abaixo para ampliá-la e ver a notícia publicada no Estado de São Paulo.

Para mais informações sobre a Operação "Caçada Verde" e a Guerra Popular na Índia, clique nos links abaixo:



Entrevista: Ganapathy (Secretário Geral do PCI (maoísta) - Fortalecer a Frente Única para derrotar o inimigo comum


A revolução no país de um bilhão de habitantes


Solidariedade internacional para deter a "Caçada Verde"