Milhares de mineiros em greve desde o início de abril bloquearam ao menos duas rodovias arteriais no Sul do Peru extravasando toda a sua revolta contra um decreto e duas leis anunciadas pelo gerente Alan García impondo a criação de uma zona de exclusão em Madre de Diós, fronteira com o Brasil, uma das regiões mais contaminadas do país.
Os protestos se concentraram nas cidades de Chala e Arequipa, bloqueando todas as ligações entre o Peru e o Chile. Para reprimir os milhares de mineiros que participavam da manifestação — incluindo mulheres e idosos — a polícia assassina de Alan García foi para o local e chegou atirando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Ao fim do ataque, seis mineiros foram mortos e mais de 20 ficaram feridos. Pelo menos doze policiais ficaram feridos no confronto e, apesar das baixas de trabalhadores, as rodovias não foram liberadas pela massa, que promete não recuar.
— Garcia é um presidente selvagem que quer resolver os problemas do país, com balas, matando peruanos indefesos, perseguindo com "leis" os líderes dos povos e das organizações que lutam por seus direitos e encarcerando todos aqueles que defendem a vida e o trabalho — disse um dos líderes do movimento, Teodulo Medina.
— Nós extraímos três a quatro quilos de ouro por semana, ficamos doentes e, com todo esse esforço, não conseguimos mais que nossa sobrevivência, sem dignidade alguma — reforçou um trabalhador.
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