segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Boicote à farsa eleitoral em Fonseca - Minas Gerais - Protestos nas ruas e nos muros da cidade

Fotos enviadas por companheiros colaboradores de AND em Minas Gerais sobre as mobilizações no distrito de Fonseca contra a farsa eleitoral.

Clique nas imagens para ampliá-las



Mês de revoltas populares em Belém - PA

Patrick Granja


Desde o início de agosto, inúmeros protestos foram deflagrados por moradores de bairros pobres de Belém em resposta aos crimes do Estado contra o povo.

COHAB Eduardo Angelim
No dia 6 de agosto, moradores do conjunto habitacional Eduardo Angelim, em Belém – PA, bloquearam uma das pistas da Avenida Augusto Montenegro para denunciar o precário sistema de abastecimento de água. Os moradores estavam há dez dias sem água e relataram que os reparos feitos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (Saaeb) não duram mais que dois meses.
O Saaeb vem aqui conserta e a água volta. Cerca de dois meses depois a falta de água volta, fazemos protestos e eles retornam para ajeitar. Esse círculo vicioso nunca acaba — relatou o técnico em informática Jefferson Silva, morador conjunto.
A PM tentou impedir o protesto, mas os moradores ergueram uma barricada de pneus em chamas e resistiram combativamente.

Conjunto Satélite
Três dias depois, moradores do Conjunto Satélite, também em Belém, bloquearam a mesma avenida depois que o líder comunitário Airton Pena foi baleado por pistoleiros que, segundo denúncias dos moradores, foram contratados pelo dono do terreno onde está o Conjunto.
Policiais Militares reprimiram o protesto e atiraram balas de borracha e bombas contra os cerca de 350 manifestantes, que responderam com fogos de artifício, paus e pedras.
Pouco mais de uma semana após o protesto, no dia 18 de agosto, aconteceu o que os moradores do Conjunto Satélite temiam: bombeiros, tropa de choque da polícia e equipes da prefeitura de Belém voltaram ao local escoltando dois oficiais de justiça com mandados de reintegração de posse para expulsão das famílias que vivem no local.
Os moradores construíram barricadas nas entradas do Conjunto Satélite e resistiram como puderam contra os tratores.
Duzentos policiais escoltaram os 300 operários encarregados de derrubar as casas do Conjunto.
Revoltados, alguns moradores queimaram suas casas, criando uma espessa nuvem de fumaça e impedindo que os demolidores continuassem naquele dia o despejo criminoso.
   
Vila Branca
 No dia 22 de agosto, Um garoto de 17 anos foi preso arbitrariamente pela polícia acusado de participar de um roubo no bairro pobre Vila Branca, em Belém. O menino foi apontado pela vítima do assalto e preso em seguida. Revoltados, os moradores bloquearam a Avenida Pedro Álvares Cabral para protestar.
Esse menino nunca fez nada contra ninguém. Ele é muito calmo. Deve ter sido confundido. Ele estuda e trabalha. O pessoal da Vila Branca se revoltou com o jeito que a Rotam abordou o garoto. Gritando, xingando, batendo nele — disse a moradora Jacira Barbosa, de 59 anos.
Mesmo após o protesto, a polícia e a secretaria de segurança do Pará não reviram a prisão do garoto e não pretendem fazer nenhum tipo de investigação para saber se ele realmente participou do suposto assalto.
O jovem permanece preso na unidade do Espaço Recomeço (Erec), em Belém, onde segundo a assessoria de imprensa da polícia militar, ele permanecerá por, pelo menos, 45 dias.

Operários mexicanos se levantam contra exploração patronal e oportunismo

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  Na noite do dia 16 de agosto, os trabalhadores Candido Corona e Virgílio Berruecos Melendez Montiel, dois dos mais combativos operários da fábrica e líderes do novo movimento operário na luta contra o oportunismo que surge na Johnson Control, foram presos por seguranças da empresa e soltos somente às 12h do dia seguinte, um deles com o rosto desfigurado pelas torturas. Segundo eles, um grupo de cerca de 60 seguranças os cercou dentro da fábrica, prendeu-os e espancou-os durante toda a noite.
Horas depois da libertação dos operários, mais de 500 trabalhadores se reuniram na porta da fábrica para protestar. A estrada Puebla-Orizaba, uma das maiores do estado de Puebla, foi bloqueada por barricadas montadas pelos manifestantes. A polícia chegou atirando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nos trabalhadores que responderam atirando pedras contras as tropas da repressão. Os operários disseram que vão continuar rejeitando as orientações do sindicato patronal, exigindo melhores salários e condições de trabalho e já preparam uma greve para o início de setembro.

Entenda a história de luta dos operários da Johnson Control
Em maio último, operários da fábrica de autopeças mexicana Johnson Control, na cidade de Puebla, entraram em greve insatisfeitos com as condições de trabalho e salários e com a inoperância do sindicato que supostamente representava a categoria. Segundo os operários, o sindicato permitiu centenas de demissões, para a fixação de um acordo dos patrões com a empresa terceirizada Onedigit, acordo esse que segundo os trabalhadores, não alterou em nada a longa e cansativa jornada de trabalho das 800 pessoas que operam a Johnson Control. Ainda segundo os operários, a Confederação dos Sindicatos Organizações (COS), não se pronunciou quanto aos vários casos de assédio sexual de supervisores da linha de produção contra operárias, que representam 70% do efetivo da indústria. Revoltados, os trabalhadores pediram o apoio do modesto Sindicato Nacional de Mineiros e Metal (SNTMMS), que começou a afrontar os patrões e estimular os operários a cruzar os braços, diferente da postura do sindicato patronal COS.

Moradores de distrito estimulam boicote às eleições

Reportagem de Alex Capella e Paula Cristina Jales publicada jornal Hoje em Dia, de Minas Gerais, em 28 de agosto de 2010
Moradores de distrito estimulam boicote às eleições
Revoltados com a falta de assistência do poder público, os moradores de Fonseca, distrito de Alvinópolis (MG), pregam o boicote na eleição de outubro. Muros ganham mensagens estimulando os 900 eleitores a anularem o voto.




Revolta popular: muros de Fonseca exibem campanha contra as eleições
O voto é obrigatório a todo brasileiro com mais de 18 anos e com menos de 70. Porém, nada impede o eleitor de anular o voto diante das urnas. É com esse espírito que os moradores de Fonseca, distrito de Alvinópolis, na Região Central do Estado, pretendem comparecer às sessões eleitorais no dia 3 de outubro. Revoltada com a falta de água, com o saneamento básico precário, com a poeira e os buracos nas ruas, a população do distrito iniciou uma campanha contra o voto. Em vez de propaganda política, os muros de diversas casas ganharam mensagens incentivando o eleitor a não votar nas próximas eleições.
O distrito de Fonseca tem pouco mais de 3 mil moradores, sendo que 30% (ou 900) do total têm direito ao voto. Mas os eleitores pretendem abdicar do direito e da obrigação em protesto contra os políticos que “não fazem nada” pelo lugar. “Vivemos uma completa falta de assistência do poder público. Então, agora chegou a nossa vez de dar o troco nos políticos”, disse a dona de casa Maria do Carmo Carioca.
Os moradores de Fonseca reclamam da falta de água, da poeira e dos buracos nas ruas e da existência de um lixão na entrada do distrito. Segundo eles, nos últimos meses, diversos contatos foram feitos com vereadores e deputados estaduais e federais votados na região. No entanto, conforme os moradores, nenhum político se prontificou a ajudar a resolver os problemas do distrito. “O distrito não vem sendo beneficiado pelas políticas públicas. E os políticos não têm compromisso com o lugar. Então, também não teremos compromisso com nenhum político nas próximas eleições”, afirmou a estudante Taís Ribeiro dos Santos.
O descrédito da população de Fonseca com os políticos ganhou força, a partir de 2008, quando os moradores colocaram em discussão o processo de emancipação ao município de Alvinópolis. À época, a população já questionava a falta de investimentos públicos no distrito. Com o argumento, os moradores iniciaram uma campanha pela emancipação.
O prefeito de Alvinópolis, João Batista Mateus de Moraes (PTB), questiona o movimento que incentiva a anulação do voto no distrito. Segundo João Batista, a prefeitura, em parceria com o Governo de Estado, vêm promovendo “uma série” de obras no distrito nas áreas de saneamento, drenagem e calçamento das vias. “Eles (moradores) não podem fazer esse protesto usando a prefeitura como exemplo. A nossa gestão vem fazendo diversas obras no local”, garantiu.
O prefeito cita como exemplo o convênio assinado em junho com o Governo estadual, quando foram liberados recursos da ordem de R$ 110 milhões para 207 prefeituras, voltados para projetos de melhoramento de vias públicas, revitalização e construção de praças, pontes, ginásios e complexos esportivos, construção de parques de exposição e áreas de eventos, além de obras de iluminação pública.
De acordo com o prefeito, o distrito recebeu investimentos de cerca de R$ 800 mil para obras de calçamento, drenagem e tratamento de água. “As obras de calçamento e drenagem vão demandar R$ 565 mil. Já as obras para tentarmos resolver a questão da água vão custar, inicialmente, R$ 190 mil. As obras estão em andamento”, assegurou.
Os moradores de Fonseca questionam o andamento das obras. Ressaltam, inclusive, que a questão da falta de água é um problema ‘histórico’ no distrito. Por sua vez, o Estado garante que faz o acompanhamento das obras conveniadas, desde o processo de licitação até a conclusão dos serviços. “O objetivo é garantir a transparência sobre a execução dos projetos e a melhor aplicação dos recursos públicos”, diz a assessoria. Por meio da Subsecretaria de Obras, o Estado diz que também fiscaliza a execução das obras, periodicamente, em todas as fases. A própria Subsecretaria realiza, ao final, um relatório das obras concluídas.
 


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

FARSA ELEITORAL - Voto: um “direito” obrigatório


Fausto Arruda
Se aproxima mais um escrutínio para as gerências estaduais e federal, senadores, deputados estaduais e federais. O engalfinhamento por um lugar ao sol no picadeiro do circo eleitoral nunca começou com tamanha antecedência. Já há dois anos o povo brasileiro é obrigado a presenciar campanhas, promessas, ouvir a ladainha de sempre, do “se eleito eu for...”.
E em meio às arengas das frações em pugna do partido único, o povo é ininterruptamente submetido à propaganda e pressão ideológica, e mesmo psicológica, do velho Estado, que não se cansa de recordar as penalidades e danos causados àqueles que não “exercerem seu direito à cidadania”, cumprindo com a obrigatoriedade do voto.
Desse modo, chantageiam toda a população, buscando forçá-la a participar do farsante, corrupto e apodrecido jogo de cartas marcadas.
Mas o povo, que ao longo dos anos demonstrava repulsa e indiferença ao farsante processo eleitoral, já não se limita em ignorá-lo, o repudia e cada vez mais o boicota, organizando-se e resistindo.
É crescente o percentual de votos nulos e brancos e, em que pese a obrigatoriedade do voto, proporcionalmente ao número de possuidores do denominado título de eleitor, é crescente o número de pessoas que boicotam passiva e principalmente ativamente as eleições. 
 

Estes números comprovam que de uma forma geral e por várias razões, as massas não identificam nenhum interesse seu com o processo eleitoral.
O povo brasileiro, mesmo submetido pela obrigatoriedade do voto em um processo eleitoral falacioso e corrupto, sendo sistematicamente constrangido, instigado e chantageado todo o tempo pelas campanhas da Justiça Eleitoral e do monopólio de imprensa como o responsável pelo vergonhoso desempenho dos eleitos, vem rechaçando-o crescentemente.
Surgem movimentos pelo boicote às eleições conclamando a população a se organizar e lutar, pichações e manifestações diversas demarcam campo apontando o caminho da luta. Comitês populares contra a farsa eleitoral começam a se organizar e ganham entusiasmados adeptos.
A “festa da democracia” da grande burguesia, do latifúndio e do imperialismo não é caminho para a libertação de nosso povo. Uma nova e verdadeira democracia só pode surgir da organização das massas e da destruição da velha ordem. Para o povo brasileiro se libertar, ele necessita de um programa revolucionário que passa longe do caminho da farsa eleitoral. O poder popular não será conquistado através dessas eleições, e como bem comprovaram os povos que já tiveram a experiência de um dia derrubar o velho Estado e construir o poder popular e o socialismo: fora o poder, tudo é ilusão.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Crimes contra o povo: Moradores de Tiquatira denunciam incêncios

Antônio Bergoci

Incêndios misteriosos em comunidades pobres tem se tornado algo comum em São Paulo. Porta vozes do Estado reacionário culpam as próprias vítimas pelo “crime” de viver em situação cada vez mais miserável. Moradores acreditam que incêndios podem ser novo método de “reintegração de posse” contra famílias pobres.

Mais um incêndio tornou ainda mais dura vida do povo da comunidade Tiquatira, localizada na zona leste de São Paulo. O incêndio aconteceu no ultimo dia 13 de agosto atingindo 100 barracos e destruindo cerca de três mil metros quadrados de área onde vivem aproximadamente 649 famílias. Duas pessoas ficaram feridas.

Em menos de um mês foi à segunda vez que os moradores sofreram com o fogo de origem misteriosa. Outro incêndio, ocorrido no dia 11 de julho, deixou duzendas famílias desabrigadas.

Nem bem as chamas foram extintas, os agentes do Estado fascista brasileiro já criminalizava as vítimas culpando-as pelo incêndio.

No incêndio anterior, o promotor de Habitação e Urbanismo da capital, José Carlos de Freitas, deu demonstração do seu ódio de classe declarando no monopólio da comunicação que os incêndios eram nova forma de ocupação e obter indenizações da prefeitura: “O expediente mais recente é este, de provocar incêndios criminosos e simular uma nova ocupação que não havia no local. Se a gente puder chamar assim é uma nova tecnologia” - declarou preconceituosamente o promotor ao portal G1 no dia 22 de julho de 2010.

Já neste ultimo incêndio, as frases acusadoras ficaram por conta do secretário municipal das Subprefeituras de São Paulo, Ronaldo Camargo, que acusa as famílias trabalhadoras de terem provocado os incêndios intencionalmente, pois assim seriam supostamente “beneficiadas” pelo cadastro assistencial ou entrariam na lista de famílias beneficiadas com moradia.

Os moradores da Tiquatira denunciam a tentativa de expulsá-los de suas casas. Além dos dois últimos incêndios, eles denunciam a constante presença das forças de repressão do velho estado e uma rotina de humilhações e violações de direitos e liberdade.


Protestos na Caxemira contra Estado indiano

Rafael Gomes

No último dia 13 de agosto, milhares de pessoas foram às ruas da Caxemira, região ocupada pelo Estado fascista indiano desde 1949, para protestar contra a interferência e agressão militar da Índia na região.
Nesse dia, quatro manifestantes morreram e 31 pessoas ficaram feridas durante os protestos.
Em Bombai, cidade localizada ao noroeste da capital Srinagar, paramilitares abriram fogo contra a população enfurecida que atacou a polícia indiana com pedras.
Ao menos 57 pessoas já morreram nos últimos dois meses em violentos protestos entre as tropas intervencionistas indianas e grupos que defendem a independência completa da Caxemira.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sucessão de atropelamentos revolta em Curitiba


Rafael Gomes

Após o atropelamento do menino Eduardo Padilha, 11 anos, por um caminhão, os moradores do bairro Umbará, em Curitiba, Paraná, bloquearam por duas vezes a Rua Nicola Pelanda, em 12 de agosto último, exigindo a implantação de redutores de velocidade e semáforos na rua.
Horas depois do primeiro protesto, no mesmo dia, na parte da noite uma mulher foi atropelada fatalmente com sua filha de 7 anos que foi levada para o Hospital do Trabalhador.
Após a segunda tragédia, assim como na parte da manhã, em nova manifestação, a população revoltada bloqueou e incendiou pneus e madeiras na rua.
Tinha uma lombada de terra que foi feita pelos moradores, e que até ajudava a obrigar os motoristas a diminuírem a velocidade, mas o presidente da associação do bairro pediu para a Prefeitura tirar para fazerem uma definitiva... Mas até agora, nada”, explicou o morador Carlos Santiago. [bemparana.com.br]

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PMS suspeitos de executar mais um jovem em São Paulo


 Antônio Bergoci
Jovem é brutalmente assassinado em Itapecirica da Serra na Grande São Paulo e três policiais militares são os principais suspeitos. A matança de jovens pobres, na maioria negros, é uma prática cada vez mais comum envolvendo os agentes da repressão do velho Estado, ao contrário do que prega o monopólio dos meios de comunicação com a surrada falácia de “meia dúzia de laranjas podres na polícia”.
O adolescente Jhonatan Felipe Souza, de apenas 15 anos, foi covardemente executado a tiros após ser abordado e sequestrado por dois homens no centro de Itapecerica da Serra. Câmeras de segurança da prefeitura da cidade flagraram dois homens algemando e conduzindo o rapaz até um carro enquanto ele esperava seu tio Ademar Souza Santos 35 anos, em frente a uma agência bancária no último dia 30 de julho (última vez que foi visto com vida).
Segundo duas testemunhas que presenciaram o acontecido, Jhonatan, ao ser abordado por dois homens que se identificaram como policiais teria gritado: “Eu não sou ladrão”, sendo em seguida colocado em um veículo. Seu corpo foi encontrado no dia 3 de agosto num matagal no bairro de Engenheiro Marsilac, zona sul da capital.
Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o adolescente estava com uma algema de plástico no pescoço, as mãos amarradas e apresentava seis perfurações de arma de fogo no rosto.
 Três dias antes do crime, uma mercearia próxima a casa de Jhonatan havia sido assaltada, o dono do estabelecimento, o policial militar Luis Melo é amigo do cabo Wanderlei Aparecido Pedrosa, principal suspeito de envolvimento no crime. Melo e outro soldado estão detido demagogicamente na Corregedoria da PM, Pedrosa foi reconhecido por testemunhas e foi preso.
A mãe de Jhonatan, a jovem Ana Maria Souza de 28 anos exige punição para os criminosos: “Confundiram meu filho com outra pessoa, eu tenho certeza, queremos justiça”.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

População de Laranjeiras-SE ocupa rodoviária e incendeia três ônibus

Rafael Gomes
Três ônibus foram incendiados pela população no terminal rodoviário da cidade de Laranjeiras, a 23 km de Aracaju, Sergipe, na manhã do dia 9 de agosto. A manifestação teve início quando cerca de 500 pessoas ocuparam a rodoviária por volta das 6h após os três primeiros ônibus que fazem o trajeto daquela cidade a Aracaju quebrarem.
Segundo os moradores, tal problema já faz parte da rotina dos trabalhadores que utilizam esses coletivos. Após incendiarem os ônibus, os manifestantes invadiram o prédio da prefeitura para cobrar uma solução.
Nas horas de pico você tem que lutar muito pra conseguir um ônibus. A segunda-feira é o pior dia. Tem gente que tem que dormir no trabalho no final de semana, porque se não for assim não chega ao trabalho”, relata Maria Rosana em entrevista ao Correio do Povo – AL. A trabalhadora ainda alega “que o sistema de transporte é precário e que diariamente os moradores travam uma verdadeira batalha para chegar à capital sergipana, onde trabalham”.
Durante o protesto os manifestantes se concentraram na rodoviária, impedindo a saída e circulação de outros ônibus e impediram que a PM e o Corpo de Bombeiros apagassem as chamas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

9 de agosto 1995 - 2010: 15 anos da heroica resistência de Corumbiara

Camponeses celebram os 15 anos da resistência de Corumbiara com a fazenda Santa Elina Retomada.

Clique aqui e leia a notícia da retomada da fazenda Santa Elina em www.anovademocracia.com.br


9 de agosto de 1995: foto dos camponeses em frente
ao acampamento após a tomada da Santa Elina


Campo de futebol próximo ao acampamento foi transformado em um campo de torturas da polícia


Torturas comprovadas por exame de corpo de delito
Foto: CPT de Porto Velho – Colorado do Oeste, 12/08/95


Luiz Inácio - PT, então candidato, na fazenda Santa Elina após o "massacre".
Na ocasião, ele prometeu que "se eleito" cortaria as terras da Santa Elina, as entregaria
aos camponeses e faria justiça. Nenhuma das promessas foi cumprida.



2007: camponeses retomaram a Santa Elina
Organizados pelo Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina - Codevise, sobreviventes e remanescentes da batalha de 1995 foram à Brasília exigir justiça e indenização para todas as vítimas


2008: Após um despejo violento, as famílias se reorganizaram e novamente retomaram a Santa Elina. Foto à esquerda: Assembleia do acampamento após a retomada. À direita, cápsulas deflagradas de armas de grosso calibre disparadas por bandos de pistoleiros contra o acampamento


25 de julho de 2010: Sobreviventes e remanescentes da
heroica resistência de Corumbiara retomaram a fazenda Santa Elina

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

II seminário sobre Capitalismo Burocrático será realizado na UFAL

Curso de introdução aos conceitos marxistas de capitalismo burocrático e semifeudalidade

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De 30/08 a 04/09/2010

LOCAL: Universidade Federal de Alagoas

Das 14h às 18h / SÁBADO: 8H às 18H

Inscrições de 15 a 23 de agosto de 2010



"Compreender a realidade econômica e social do país é um desafio quando consideramos a sua relação com o imperialismo. O entendimento sobre os interesses das diversas classes e a possibilidade objetiva e subjetiva de reunir forças para superar a condição de país dominado, exige ultrapassar a teoria e concepção dominantes que afirmam ser o Brasil um país capitalista, no caminho do desenvolvimento.

As relações econômicas, políticas e culturais com o imperialismo têm constituído no país um capitalismo, associado ou vinculado aos interesses da expansão do imperialismo, um capitalismo que cumpre um papel subordinado. Este capitalismo burocrático, engendrado pelo imperialismo, foi de uma forma precisa analisado pelo Presidente Mao na China, identificado como grande capital, portanto passível de ser confiscado pelas forças revolucionárias, como de fato ocorreu naquele país. A revolução peruana parte dessa análise utilizando-se os aportes de Mariátegui o que permite desenvolver tal conceituação fornecendo elementos importantes para a luta de classes em países dominados pelo imperialismo.


Fazer uma análise correta das classes, identificar os amigos e inimigos permite uma compreensão adequada das alianças de classes. Compreender neste sentido o papel fundamental do proletariado e do campesinato no Brasil, a necessidade de uma aliança para romper com a dominação imperialista é uma questão decisiva para a revolução brasileira.

Convidamos para o evento estudantes, professores e pesquisadores que tenham interesse de desenvolver estudos e pesquisas no campo do marxismo, como o já iniciado por autores que debateram e desenvolveram o tema da semifeudalidade no país como Alberto Passos Guimarães, Josué de Castro e Nelson Werneck Sodré. "



Conferencistas

Prof. Dr. Víctor O. Martín Martín - Universidad de La Laguna, Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha.

Profª. Drª. Nazira Correia Camely - Universidade Federal do Acre.



Entidades apoiadoras

Coordenação do Curso de Filosofia/UFAL

Coordenação do Curso de História/UFAL



Comissão Organizadora

Prof. Dr. José Nascimento de França/UFAL

Prof. Dr. Walter Matias/UFAL

Prof. Dr. Alberto Vivar Flores/UFAL

Prof. Ms Wilson Correia Sampaio (doutorando) /UFAL



Informações

Prof. Dr. José Nascimento

(82) 3241-7525 / jnfranca_@hotmail.com

Leyne Nicácio

(82) 8813-5290 / leyne.benario@gmail.com

Mônica Silva

(82) 8847-9532 / moniklima_al@hotmail.com

Carlos Alberto Batista

(82) 8817-2341 / carlosalbertobn@hotmail.com

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Atividade de propaganda do comitê de apoio de AND na 62ª reunião anual da SBPC em Natal - RN

Fotos da banca de venda de livros e jornais durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - 2010 realizada em Natal - RN no mês de julho.


Fotografias enviadas pelo colaborador de AND no Nordeste - Boca de Caêra

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Corrupção policial: praxe de um Estado podre dos pés à cabeça

Patrick Granja

Nos últimos dias o monopólio dos meios de comunicação não poupou atenções ao desfecho do atropelamento de Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho da atriz da Rede Globo Cissa Guimarães. Na madrugada do dia 20 de julho, o rapaz e seus amigos aproveitavam a interdição do túnel Acústico, na zona sul do Rio de Janeiro, para andar de skate no local, momento em que Rafael foi atingido. O veículo que o atropelou era dirigido por Rafael de Souza Bussamra, de 25 anos, que supostamente, disputava um “pega” — como são conhecidas as corridas de carros clandestinas — com Gabriel Henrique de Souza Ribeiro, de 19 anos. Os dois são filhos de famílias ricas e moram na região mais nobre do Rio de Janeiro.

Câmeras de segurança na saída do túnel flagraram uma demorada conversa entre o atropelador, o cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal Martins, ambos lotados no 23º BPM (Leblon). Depois de receberem propina de mil reais do engenheiro Roberto Bussamra, pai de Rafael, os PMs liberaram o acusado.

Nos dias seguintes, atiçados por mais um de muitos casos de corrupção policial no Rio, os reacionários de plantão incrementavam suas reivindicações por “melhores salários para a polícia” como solução para o problema de “desvio de conduta”. Mas a corrupção da polícia no Rio de Janeiro, que não é novidade para ninguém, não se limita a casos de infração de trânsito. Quem não se lembra do assassinato de Evandro João da Silva, coordenador do AfroReggae que reagiu a um assalto no Centro do Rio e foi morto pelos bandidos? Parados pela polícia, os criminosos foram estorquidos pelo capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Salles — que lhes tomaram os objetos roubados de Evandro — para serem liberados em seguida.

Mesmo quando processados, policiais civis ou militares raramente são condenados e presos, comprovando também o corporativismo entre as polícias, as corregedorias e os magistrados. Até mesmo em casos de chacinas, como as de Vigário Geral, Candelária, do Complexo do Alemão, da Baixada e de Acari, os policiais envolvidos não sofreram punição alguma. Nesse último caso, três meninas e oito garotos da favela de Acari foram seqüestrados por policiais e até hoje, 20 anos depois, seus corpos não foram encontrados e os assassinos continuam soltos.

O sociólogo Ignacio Cano, em seu livro Quem Vigia os Vigias, comparou dados das ouvidorias do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Pará. Segundo a pesquisa, no Rio, uma em cada três denúncias anônimas anotadas pela ouvidoria é referente a casos de corrupção policial, sendo essa a maior média do Brasil.

Com a publicidade de mais este caso de suborno suborno policial, pulularam manchetes no monopólio da imprensa com críticas aos policiais seguindo o tom ditado pelo gerente de turno Sérgio Cabral e seu secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, que os taxou de “frutas podres na corporação”. Com o arrefecimento do caso, passaram a publicar casos “heróicos” em que policiais recusavam propinas e prendiam aqueles que tentavam comprar sua cumplicidade em pequenos delitos.

Esses fatos são reveladores de que a corrupção é a praxe do velho Estado. Nada diferente poderia se esperar de suas hordas que reprimem e assassinam o povo pobre diuturnamente.