segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Operários mexicanos se levantam contra exploração patronal e oportunismo

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  Na noite do dia 16 de agosto, os trabalhadores Candido Corona e Virgílio Berruecos Melendez Montiel, dois dos mais combativos operários da fábrica e líderes do novo movimento operário na luta contra o oportunismo que surge na Johnson Control, foram presos por seguranças da empresa e soltos somente às 12h do dia seguinte, um deles com o rosto desfigurado pelas torturas. Segundo eles, um grupo de cerca de 60 seguranças os cercou dentro da fábrica, prendeu-os e espancou-os durante toda a noite.
Horas depois da libertação dos operários, mais de 500 trabalhadores se reuniram na porta da fábrica para protestar. A estrada Puebla-Orizaba, uma das maiores do estado de Puebla, foi bloqueada por barricadas montadas pelos manifestantes. A polícia chegou atirando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nos trabalhadores que responderam atirando pedras contras as tropas da repressão. Os operários disseram que vão continuar rejeitando as orientações do sindicato patronal, exigindo melhores salários e condições de trabalho e já preparam uma greve para o início de setembro.

Entenda a história de luta dos operários da Johnson Control
Em maio último, operários da fábrica de autopeças mexicana Johnson Control, na cidade de Puebla, entraram em greve insatisfeitos com as condições de trabalho e salários e com a inoperância do sindicato que supostamente representava a categoria. Segundo os operários, o sindicato permitiu centenas de demissões, para a fixação de um acordo dos patrões com a empresa terceirizada Onedigit, acordo esse que segundo os trabalhadores, não alterou em nada a longa e cansativa jornada de trabalho das 800 pessoas que operam a Johnson Control. Ainda segundo os operários, a Confederação dos Sindicatos Organizações (COS), não se pronunciou quanto aos vários casos de assédio sexual de supervisores da linha de produção contra operárias, que representam 70% do efetivo da indústria. Revoltados, os trabalhadores pediram o apoio do modesto Sindicato Nacional de Mineiros e Metal (SNTMMS), que começou a afrontar os patrões e estimular os operários a cruzar os braços, diferente da postura do sindicato patronal COS.

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