segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Unidos pela opressão


Não bastasse o total escracho e falta de pudor no monopólio da TV, os meios de comunicação porta-vozes das classes reacionárias aproveitaram-se de seus boletins semanais: as revistas Veja, Istoé e Época para ecoar sua rede de mentiras e a propaganda fascista. A ordem é fazer propaganda do Bope, como diz o pústula Alexandre Garcia, os “heróis do Rio de Janeiro”. Esta é a capa da Veja: um oficial do Bope com o rosto camuflado, um carro pegando fogo ao fundo e todo o clima dos seriados policiais ianques. A Época estampa a caveira do Bope quase do tamanho da capa. Sobra fascismo e falta criatividade. A Istoé coloca o Cristo redesenhado, com o colete do Bope e cinturão de balas atravessado no peito. Resta saber se a Igreja Católica vai processar a revista por uso indevido da imagem, como fez com o filme 2012, onde a estátua é tragada por um maremoto, ou como João XXIII, apenas benzerá os tanques de Mussolini.

sábado, 27 de novembro de 2010

Petroleiros classistas se organizam


Ocorreu no dia 20 de novembro no Norte Fluminense o I Seminário de Organização do GLP (Grupo de Luta dos Petroleiros). Nessa atividade, esse grupo formado e temperado em lutas desde o ano 2000 discutiu e aprovou seu programa político, que segundo seus integrantes servirá de carta de princípios para a organização do trabalho de base e de uma corrente classista no movimento sindical petroleiro. No programa aprovado na atividade e recebido por AND, os petroleiros estabelecem como primeiro objetivo do GLP “Organizar um movimento de petroleiros, resgatando o caráter classista de organização sindical. Superar a consciência de categorias, integrando a luta dos petroleiros com a luta de toda a classe operária e de todas as classes oprimidas.”
Durante a atividade, a tônica das discussões foi ainda sobre a amplitude de domínio do movimento sindical por parte do oportunismo governista e ainda da falsa esquerda eleitoreira, apontando para a necessidade da categoria romper com a estrutura sindical oficial que vem desde a era Vargas. Continuam os petroleiros dizendo que para isso o caminho é forjar um movimento classista de petroleiro amparado num vigoroso movimento de organizações por local de trabalho (OLTs) e Comissões de Base por todas as 46 plataformas e 3 bases de terra de Macaé –RJ. Para elevar o nível de organização e luta, os militantes do GLP apontam para a necessidade de organizar um movimento permanente de oposição de base, que rompendo com o atrelamento do movimento sindical ao Estado, possa unir funcionários da Petrobrás e de empresas terceirizadas, além de aposentados e pensionistas, sob uma mesma bandeira. O objetivo disso é resgatar direitos atacados pelas gerências de FHC e Lula, buscando a igualdade de condições de trabalho, mas tendo claro ainda que a classe não pode conceber que irá se libertar, acabando com a escravidão assalariada dentro dos marcos do capitalismo. Diz o GLP que os petroleiros num crescente de lutas devem se somar a luta de todo o povo brasileiro contra a dominação do jugo imperialista e das classes dominantes reacionárias, na busca de construção de um novo tipo de poder, em que as classes exploradas de nosso país possam de fato de decidir seu destino.
O programa político é resultado da forja que esses petroleiros passaram ao longo de dez anos. A perspectiva agora é, segundo eles, ampliar as formas de organização, com um plano de comunicação, divulgando uma cartilha sobre a organização de base, estabelecer um canal de denúncia através do e-mail glpnf@yahoo.com.br e intensificar orientações de luta para organizações de base já existentes, tendo em vista antecipar os indicativos da Federação Única dos Petroleiros, que ao longo do calendário das negociações rebaixam as campanhas e promovem traições diversas sobre a categoria.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime


Foto Globo
José Claudio S. Alves, sociólogo da UFRRJ
Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.
Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.
O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.
De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.
Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.
Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as Milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.
Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.
Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.
Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Saddam Hussein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?
Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.
Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.
Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.
A farsa da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.
Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime?
Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?
Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.
Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o BOPE passarem.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Da chibata ao caveirão*


  Há 100 anos, no dia 22 de novembro de 1910, marinheiros rebelaram-se contra os castigos físicos que sofriam. Dentre os líderes da revolta estava João Cândido, filho de ex-escravos, estrato social da maioria dos marinheiros. Os poucos brancos originavam-se do nordeste, migrantes da seca de 1877. A oficialidade, nos camarotes, parecia inglesa.
Os castigos físicos na Marinha haviam sido abolidos pelo Decreto nº 03 da República, de 1889, mas foram reintroduzidos pelo Decreto 328 de 1890 e somente revogados definitivamente pelo Decreto 2280 de 1910, que também concedeu anistia, condição imposta pelos revoltosos para cessar o movimento.
Em 2008 o presidente Lula sancionou a Lei 11756 reanistiando os revoltosos, mas vetou o parágrafo que possibilitava o pagamento de pensão aos descendentes dos heróis populares, único dispositivo que poderia produzir efeito real.
A Revolta da Chibata é um dos mais relevantes movimentos sociais da história do Brasil. Marca o momento no qual os pobres se organizaram e disseram não à insensibilidade e brutalidade da classe dominante. No momento de sua ocorrência a Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro havia sido preparada para a elite e o Centro remodelado para seus negócios e divertimentos, deixando os subúrbios e os morros para os pobres. Para a abertura da Avenida Central, hoje Rio Branco, foram removidos cerca de 350 cortiços, e banidas as famílias que neles habitavam.
Hoje, jovens pobres e negros já não sofrem açoites legais. Mas, morrem em decorrência de similar política que reprepara, com suas UPPs, a Zona Sul para a elite. Já não é o açoite que mata. É o caveirão, a política de extermínio e a indiferença dos que se acreditam seguros em suas zonas protegidas, tal como a oficialidade em seus camarotes.

João Batista Damasceno
Cientista político e juiz de Direito membro da Associação Juízes para a Democracia
*Artigo publicado no jornal O Dia de 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A luta do povo saharaui contra o colonialismo


No dia 15 de novembro, o blog odiodeclasse.blogspot.com publicou uma nota divulgado que “o Estado Maior do Exército Popular de Libertação Saharaui – EPLS, definiu um plano de ação “urgente” contra a escalada no Saara Ocidental ocupado.”
Centenas de jovens saharauis se mobilizaram e protestaram a favor do retorno da guerra de libertação, reclamando à direção saharaui que adote uma posição mais firme para salvar seu povo do jugo e repressão marroquina nos territórios ocupados no Saara Ocidental.
O blog também repercutiu uma denúncia acusando o governo espanhol de cumplicidade e participação nas atrocidades cometidas pelo governo do Marrocos contra o povo saharaui.
A luta pela autodeterminação do povo saharaui é uma luta totalmente justa que merece a solidariedade e apoio de todos os oprimidos do mundo. O povo saharaui está submetido há mais de cem anos de colonialismo e mais de 28 anos de ocupação militar marroquina em sua terra. - afirma a denúncia.

Perseguição à pobreza atinge artistas de rua


Foto UOL
Mais uma vez o Estado brasileiro dá mostras de sua fascistização, criminalizando o povo que tenta sobreviver com o mínimo de dignidade nas ruas das grandes cidades.
Na capital paulista, desde dezembro de 2009 a prefeitura e o Governo de Estado assinaram um acordo que colocou em marcha a chamada Operação Delegada para expulsar os ambulantes da Av. Paulista. Não satisfeitos em perseguir os ambulantes, agora mostram suas garras também para os artistas de rua. Alega-se que exercem atividades comerciais, quando, na verdade recebem doações voluntárias, pois ninguém é obrigado a pagar para ver as demonstrações, ao contrário de quando se compra alguma coisa. Ou seja, legalmente são duas coisas diferentes. Mas a justiça é cega e leis devem servir apenas para perseguir os pobres e não para dar-lhes direitos.
Policiais decretaram que artista sem autorização não fica de jeito nenhum na Av. Paulista. Obviamente que se uma emissora do monopólio dos meios de comunicação resolve filmar uma cena de novela, a Avenida pode até ser parcialmente fechada e a polícia fará até segurança. Bom, mas eles conseguem a tal permissão...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Manifestação em frente a embaixada da China exige a libertação de Zhao Dong-min.


No dia 18 de novembro manifestantes se postaram em frente a Embaixada da China e exigiram a imediata libertação do advogado chinês Zhao Dong-min. A manifestação foi organizada pela ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo, IAPL – International Association of People’s Lawyers, Liga Operária e CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos. Operários, advogados e estudantes de direito demonstraram o total repúdio à política fascista do governo da China de perseguir e encarcerar quem luta contra o regime de escravidão e corte de direitos a que são submetidos os trabalhadores no país.
Maiores informações no site da Liga Operária


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Apoiar a imprensa popular e democrática política e materialmente




Direção de A Nova Democracia

Atendendo à reivindicação de apoiadores e leitores que têm se manifestado nos últimos dias com questionamentos e manifestações de apoio, publicamos aqui a argumentação da direção de AND sobre nossa iniciativa de restringir o acesso à integra do jornal na internet aos assinantes e apoiadores.


Procuramos aqui abrir espaço para que os leitores e apoiadores de AND possam dar suas opiniões e debater essa questão, para que possamos construir juntos o trabalho da imprensa popular e democrática.

Desde seu primeiro número, AND sempre foi um porta voz da luta popular. Muitas vezes a única voz a se contrapor ao monopólio dos meios de comunicação defendendo o direito do povo lutar por seus direitos. Sempre fizemos isso e disso não abrimos mão. Nossa linha editorial é bastante clara a esse respeito.
Se nunca tivemos maiores problemas em elaborar o conteúdo do jornal, sempre foi um desafio fazê-lo chegar às mãos do leitor. Sendo impossível fugir da trama do monopólio no que se refere à distribuição, é uma árdua batalha fazer que um jornal de pequena tiragem chegue onde precisa chegar. Sendo assim o trabalho de comitês de apoio espalhados pelo país permite que o mesmo chegue em lugares fora do interesse das distribuidoras comerciais.
A criação do site e seu desenvolvimento permitiram que atingíssemos um número imensamente maior de pessoas. Hoje temos cerca de 40 mil acessos por mês somente no site e o blog tem crescido dia a dia.
Se chegamos até aqui foi graças a muito esforço e ao apoio dos mais diferentes setores do movimento popular. Este apoio sempre foi e continua sendo indispensável para manter uma infraestrutura básica para o funcionamento, bem como para o pagamento de pessoal e despesas, fixas ou extraordinárias.
Nossa decisão de restringir o acesso gratuito a nossa página na internet não se trata nem de uma atitude de desespero, nem, tampouco, de um recuo em nossos princípios. É, sim, da necessidade de manter o jornal e impulsioná-lo para frente. O apoio político e material dos leitores das mais diversas condições à imprensa popular e democrática é indispensável e é com ele que contamos para desempenhar a tarefa de tocar o jornal.
Não se trata também de um tudo ou nada. Analisaremos casos como leitores de cidades onde o jornal não chega ou outros problemas que possam surgir, podendo-se reduzir o valor cobrado. Sendo assim, é importante que nosso leitor se manifeste, no blog ou pelo e-mail anovademocracia@gmail.com.
A questão essencial é que é justo ajudar materialmente algo em que acreditamos. Principalmente quando se sabe que o dinheiro não é para locupletar quem quer que seja, mas para sustentar uma trincheira tão importante na propaganda da necessária revolução de nova democracia no Brasil.

População de Rafael Jambeiro-BA destrói Câmara e tenta linchar parlamentares

Rafael Gomes

Na manhã da última sexta-feira, 12/11, a população do município de Rafael Jambeiro, a 215 quilômetros de Salvador, Bahia, destruiu a Câmara Municipal da cidade e tentou linchar os vereadores que aprovaram as contas de 2008 do ex-prefeito Joeldeval de Souza (PMDB), rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Entre as irregularidades estão a emissão de 19 cheques sem fundo que totalizaram R$ 60 mil, o pagamento de R$ 260 mil a uma construtora antes da emissão da nota fiscal, ausência e problemas em licitações, despesas em valor exorbitantes superiores a R$ 300 mil sem os processos de pagamento, pagamentos de R$ 50 mil com recursos do Salário Educação para outras finalidades, contratação de servidores sem concurso e despesas com combustível sem especificar a quais veículos.
Segundo a população, ainda há indícios de irregularidades na utilização dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb.
Após a votação das contas, os manifestantes atiraram cadeiras nos vereadores e viraram o carro usado pelo presidente da Câmara de cabeça para baixo.
A polícia foi acionada, mas não conseguiu impedir a fúria da população e teve que pedir reforços no município vizinho de Santo Estêvão. O sargento Paulo Roberto em desespero disse que “Foi preciso dar um tiro para cima para tentar acalmar os ânimos, já que não temos outros recursos como gás ou bomba de efeito moral”. Após o ocorrido, os parlamentares de Rafael Jambiro temem serem linchados pela população ao saírem de suas casas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Haitianos responsabilizam tropas invasoras pela epidemia de cólera


Rafael Gomes
 Protestos populares explodem em todo o Haiti em meio ao surto de cólera que já matou mais de mil pessoas. 
Desde o dia 9 de novembro, multidões enfurecidas atacam as tropas invasoras da ONU em resposta à permanente agressão contra o povo.
Os haitianos acusam a ONU pelas terríveis consequências provocadas pelo cólera e responsabilizam as tropas nepalesas por haverem introduzido a bactéria do cólera no país com a chegada do seu último contingente de militares.
Mais de 16 mil haitianos estão internados e cresce a cada minuto o número de mortos. Estima-se que 50 haitianos morrem por dia em decorrência da contaminação pela bactéria do cólera.
Durante os confrontos, que se radicalizaram no dia 10, dois haitianos foram mortos e dezenas de pessoas ficaram feridas. Em Cap-Haitien, segunda maior cidade do país e onde se iniciaram os protestos, uma delegacia foi incendiada. Manifestantes atacaram postos da ONU com paus e pedras e deixaram seis “capacetes azuis” (como são conhecidos os soldados das forças invasoras nepalesas) feridos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vídeo sobre a ação covarde da polícia na Taboinha

Postamos agora um vídeo relacionado à postagem de ontem, 10/11 "Moradores da Vila Taboinha resistem corajosamente à reintegração de posse"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Moradores da Vila Taboinha resistem corajosamente à reintegração de posse

Taboinha
Mais Fotos
Patrick Granja

Na última sexta-feira, mais de 260 famílias da favela Vila Taboinha, na zona oeste do Rio, receberam uma notificação da juíza da primeira vara cível da Barra da Tijuca, Érica Batista de Castro, anunciando o despejo de todos os moradores e a demolição de suas casas em 48 horas. No processo, a juíza argumenta que as famílias, que ocupam o terreno há cinco anos, já sabiam que seriam removidos do local desde 2008, mas as lideranças comunitárias dizem que somente na sexta-feira receberam o aviso de reintegração de posse.

Ontem, a equipe de reportagem de AND foi ao local acompanhar de perto a heróica resistência dos moradores da Vila Taboinha, que desde as 7h da manhã, já ocupavam a única entrada da favela com faixas e bandeiras. Cerca de 100 metros adiante, onde se localizam as primeiras casas, uma imensa barricada havia sido montada pelos moradores após um mutirão na madrugada do dia anterior.

Mesmo assim, a tropa de choque da PM de Sérgio Cabral aproveitou a distração dos moradores e, de surpresa, começou a atirar bombas de gás e balas de borracha, ferindo crianças, mulheres e idosos. Segundo as manchetes mentirosas do monopólio dos meios de comunicação, os moradores teriam começado o tumulto ao atirar pedras contra os PMs. Um dos cinegrafistas de AND acompanhou de perto a ação e contou que os moradores foram atacados de maneira covarde pela tropa de choque.

Aí sim, a massa não se calou e atirou pedras e tijolos contra os PMs. Apenas alguns minutos após a ação moradores já haviam retornado ao acesso à Vila Taboinha para impedir a entrada da polícia. A equipe de reportagem da Rede Globo foi expulsa da favela e impedida de filmar depois da primeira edição do RJ TV, quando repórteres, ao vivo, acusaram os moradores de serem pagos pela milícia para promover a manifestação.

Às 20h, uma liminar garantiu a permanência da Taboinha por mais 30 dias e o reassentamento de todas as famílias, mas os moradores ainda não decidiram se vão aceitar a proposta dos gerenciamentos de turno. Decepcionados, os proprietários do terreno foram embora diante da vitória das 260 famílias que moram no local, apoiadas pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, Rede Contra Violência, Movimento União Popular, Conselho Popular, Pastoral de Favelas e várias outras organizações.

Índia: Metade da população rejeita a farsa eleitoral no estado de Bihar


No dia 2 de novembro, aconteceu no estado de Bihar — leste da Índia — a 4° fase das eleições para a assembléia legislativa, depois de três turnos nos dias 21, 24 e 28 de outubro. Bihar é o 12º maior estado da Índia e tem a 3ª maior população do país, da qual 58% têm menos de 25 anos. Com 85% das pessoas vivendo no campo, cada dia mais, a população de Bihar embrenha-se no luminoso caminho da guerra popular.
Meses antes da realização da farsa eleitoral, o Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, o EGPL, dirigido pelo Partido Comunista da Índia (Maoísta), levava a cabo uma massiva campanha de boicote às urnas pelas ruas de Bihar. E os 568 candidatos que disputavam 42 vagas no parlamento burguês tiveram que se engalfinhar por apenas metade dos votos, já que a campanha de boicote à farsa eleitoral e a crescente adesão da população de Bihar à guerra popular teve seus reflexos nas urnas. Nos distritos de Jamui, Munger e Lakhisaraida 49% da população não votou, assim como em Lok Sabha, 46%, Khagaria, 47% e Bhagalpur, 48%. Segundo esses números, a média de abstenções nos quatro turnos foi de 4,7 milhões de indianos.
Além disso, o EGPL fez ações nas áreas rurais de Bihar para impedir o deslocamento das forças paramilitares, da polícia e do exército indiano, que mobilizaram um contingente de 60 mil homens para garantir a farsa eleitoral. Uma ponte na estrada de chakai-Jamui, distrito de Jamui, foi minada pelo EGPL, impedindo a passagem das tropas dos Estado reacionário indiano. Em Danapur, a explosão de bombas nas zonas eleitorais durante a madrugada fez com que a votação fosse cancelada.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Deputado da Federação Russa denuncia farsa de Katyn

Em nossa edição impressa (brevemente no ar)publicamos um artigo sobre a farsa de Katyn, onde comentamos sobre um vídeo de um deputado da Federação Russa mostrando várias provas sobre o fato.
Publicamos aqui o referido vídeo.

Deputado da Federação Russa denuncia farsa de Katyn from Luiz Carcerelli on Vimeo.

100 Anos da Revolta da Chibata

Em nossa edição impressa (brevemente no ar)  publicamos um artigo sobre o tema onde citamos a bela letra da música Intitulada O Mestre Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc mutilada pela cesura do gerenciamento militar. Aqui publicamos um vídeo onde é cantada a letra alterada mas a legenda preserva o original.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Avança a greve dos serventuários da justiça no Rio de Janeiro


Patrick Granja

Desde o dia 18 de outubro, os servidores da justiça no Rio de Janeiro estão em greve. Eles exigem o pagamento de 24,5% de reajuste conquistado na justiça pela categoria. Ao gerenciamento estadual só resta pagar, pois não existem mais recursos para recorrer da decisão. Mesmo assim, os trabalhadores tiveram que cruzar os braços para serem ouvidos e para terem garantidos seus direitos. Licenças sindicais de diretores do Sindjustiça (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário) foram canceladas, mais de 40 trabalhadores ligados ao sindicato foram removidos para regiões afastadas da capital e os meios de comunicação da categoria foram perseguidos pela turma de Sérgio Cabral e seu apadrinhado desembargador e presidente do TJ, Luiz Zveiter.
No dia 28 de outubro, mais de 700 servidores compareceram à assembléia da categoria na porta do Tribunal de Justiça do Rio e, unanimemente, decidiram continuar com a greve, que completava seus primeiros dez dias. Em seguida, os trabalhadores fecharam a Avenida Presidente Antônio Carlos — uma das principais da cidade — e seguiram em caminhada pelas ruas do Centro do Rio.
No mesmo dia, cedendo à pressão da greve dos servidores, o conselheiro José Adonis Callou, do Conselho Nacional de Justiça, concedeu liminar suspendendo as remoção de servidores pelo TJRJ. Mesmo assim, a categoria garante que continuará em greve até que todas as arbitrariedades sejam revertidas e suas reivindicações sejam atendidas.
Eu, particularmente, não acredito nesse tal Estado democrático de direito que as pessoas ficam alardeando, não acredito que essas questões se resolvam através de meios jurídicos e que as leis são iguais para todos, mas até mesmo os juristas mais conservadores concordam que esse reajuste precisa ser pago. Porém, mais uma vez, fica claro que as decisões judiciais só são cumpridas quando são contra os trabalhadores — disse o técnico administrativo Winter Bastos, de 36 anos.
Na próxima edição de A Nova Democracia confira matéria exclusiva sobre a greve dos servidores da justiça do Rio de Janeiro.