Na semana passada a Justiça Federal novamente demonstrou como trata dos crimes cometidos pelo Estado e seus agentes. Dos onze militares do Exército que seqüestraram, torturaram e entregaram três jovens do Morro da Providência a traficantes do Morro da Mineira, apenas três continuam presos. Três foram libertados na semana passada, sob a alegação de que não participaram “ativamente” do caso e, livres, não representam ameaça.
É bom lembrar que a prisão dos militares apenas ocorreu porque houve grande mobilização e um levante dos moradores da Providência que enfrentaram a tropa de choque do Exército e atacaram o Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro. Detalhes sobre o assassinato dos três jovens podem ser vistos em Exército fascista sequestra, tortura e vende três jovens a traficantes , em AND 44.
Já ontem, 10 de dezembro, o 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro absolveu um dos policiais que mataram o menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, em julho deste ano (ver AND 45, Estado policial mata primeiro e se justifica depois .
– Quer dizer que a polícia mata e fica por isso mesmo? – dizia o pai de João, Paulo Roberto, ao final do Julgamento.
A mãe, indignada, dizia:
– Eu estou chocada, meu filho morreu à toa, ele [o PM] cumpriu o dever dele: matar o meu filho.
Se o judiciário em todas as suas esferas, parte integrante do mesmo Estado criminoso, não se digna a fazer justiça quando se trata do povo, é bom que se diga que as massas já condenaram o Estado e seus numerosos crimes. Cresce o repúdio a essa hedionda política que arroja populações inteiras à miséria e as submete à tortura e terrorismo cotidianamente. Vejam o que ocorre neste momento na Grécia, onde o país todo foi para as ruas depois que um policial assassinou um jovem de 15 anos.