quinta-feira, 30 de setembro de 2010

'Tolerância zero' com tudo o que vem do povo

Hugo R C Souza

Nos quatro dias do feriadão do dia da “Independência”, entre 4 e 7 de setembro, os agentes de Eduardo Paes prenderam 11 guardadores de carros nas imediações dos pontos turísticos do Corcovado e do Pão de Açúcar. Além disso, apreenderam quatro isopores, um carrinho para transportar mercadorias e 41 capas de chuva em mais uma operação do choque de ordem fascista da prefeitura da capital fluminense.

Estes números exatos foram divulgados pela Secretaria Especial da Ordem Pública do Rio de Janeiro (Seop) com o orgulho de quem cumpre com primor a incumbência recebida. No caso, a de impor castigos e humilhações à gente pobre que se vira como pode para ganhar a vida.

Poucos dias antes, em outro ataque do choque de ordem, outros cinco guardadores foram detidos no bairro de Ipanema. A imprensa burguesa da cidade, fomentando o ódio de classe e sempre preparando o clima para um novo “choque” e mais criminalização, noticiou que os agentes de Paes “encontraram com eles [os flanelinhas] 20 chaves de carros e cerca de R$ 300”.

Nada mais natural para quem está guardando e manobrando carros para os bacanas nas ruas da Zona Sul, e recebendo por isso. Mas a forma e o léxico do noticiário são direcionados para caracterizá-los como bandidos, tanto que, ao informar o nome das ruas onde os flanelinhas foram presos, o monopólio da imprensa, em uníssono, não disse que era ali que eles trabalhavam, mas sim que era ali que eles “agiam”. O Secretário de Ordem Pública, Alex Costa, disse que todos os guardadores não registrados na prefeitura “praticam o crime de extorsão”.

Quem também “agiu”, segundo a imprensa burguesa carioca, desta vez no lado de fora do estádio do Maracanã no dia do clássico entre Vasco e Fluminense pelo campeonato brasileiro de futebol, no dia 22 de agosto, foram os cambistas. Uma recente alteração do Estatuto do Torcedor tornou crime a prática de comprar ingressos para jogos de futebol para revendê-los mais caros na última hora nos arredores do estádios – oportunidade de ganhar dinheiro que a vida dá a muitos desempregados castigados pelo capitalismo livre-cambista.

Todo o povo sujeito à prisão
 
Apesar da ferocidade dos reiterados ataques de Eduardo Paes contra as classes populares da cidade do Rio de Janeiro, a criminalização das estratégias de sobrevivência das massas precarizadas não é uma invenção ou exclusividade da gerência carioca de turno. Ao contrário. E o que a reação quer não é apenas reprimir os camelôs, os “flanelinhas” ou os cambistas.


A criminalização também das formas de lazer das classes populares ou das suas manifestações de transgressão e insatisfação deixa claro que o sonho jurídico, por assim dizer, das classes dominantes é que todo o povo esteja de uma forma ou de outra sujeito à prisão.

A sanha que começou no Brasil colônia com os castigos aos capoeiristas aparece perpetuada no Brasil semicolônia com a criminalização da promoção de bailes funk. Tudo em meio aos clamores dos reacionários por “tolerância zero” com tudo o que vem do povo, exigindo que tudo desague na penitenciária.

A exemplo dos cambistas, os mais novos alvos da sanha carcereira do Estado policial parecem ser os pichadores. No final do último mês de agosto, a polícia civil de Minas Gerais enquadrou seis pichadores por formação de quadrilha como parte da operação “Respeito por BH”, a versão criada pela gerência de Belo Horizonte dos choques de ordem de Eduardo Paes. O mote? “Limpar” a cidade para receber o circo da Copa do Mundo de 2014. A prática da pichação costuma ser punida com base na Lei de Crimes Ambientais e tem pena de seis meses a um ano de prisão, e a pena costuma ser convertida em prestação de serviços. Enquadrados em formação de quadrilha, a rapaziada pode pegar até três anos de prisão.

A reação exacerbada das classes dominantes aos pichadores mostra que a parede é mesmo a imprensa dos pobres, como disse certa vez o escritor uruguaio Eduardo Galeano, e como prova a série de pichações que AND publicou na capa de sua última edição, com as conclamações do povo para o boicote à farsa eleitoral pintadas nos muros das cidades.

Resistência afegã derruba helicóptero em Daychopan


Nove militares ianques morreram em mais uma ousada ação da resistência afegã que derrubou um helicóptero no distrito de Daychopan província de Zabul, na terça feira dia 21 de setembro. A derrubada da aeronave também feriu levemente três pessoas entre as quais mais um militar ianque.
Apesar da resistência tenha assumido a ação o comando da OTAN mais uma vez requenta a história de acidentes aéreos e afirma que não houve registro de “fogo inimigo” na região.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Milhões de trabalhadores em luta na Europa


A classe operária europeia se levanta contra os plano de arrocho, nomeado pelos governos reacionários de “medidas de austeridade”, que preveem entre outros pontos o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 65 para 67 anos a facilitação para contratações e demissões (em período de de recessão (leia-se poder demitir à vontade) e corte de subsídios para medicamentos.
No dia 29 de setembro a Espanha amanheceu sem transportes e, segundo os sindicatos, mais de 10 milhões de pessoas aderiram à greve geral convocada para hoje pela União Geral dos Trabalhadores e pelas Comissões Operárias.
Uma manifestação no centro marcou a primeira greve geral em oito anos no país. No centro de Madri, centenas de trabalhadores agitaram bandeiras, interditaram ruas e obrigaram algumas lojas a baixar as portas.
Já na Bélgica, em Bruxelas, mais de 100 mil pessoas são esperadas em manifestação contra o projeto da Comissão Europeia de multar países que não reduzam seus gastos.
A onda de greves e manifestações deve se espalhar pela Europa. Segundo os sindicatos, novas manifestações estão sendo programadas nas próximas semanas na Itália, Polônia, França, República Checa, Irlanda e Romênia.


Ouça na rádio AND - Ricardo Boechat ensina a protestar votando nulo

Ouça na rádio AND comentário do Jornalista Ricardo Boechat, na rádio Bandnews, sobre a farsa eleitoral. 
Boechat ensina a população a protestar através do voto nulo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em São Paulo, moradores da favela Real Parque protestam por moradia


No dia 24 último, um incêndio na favela Real Parque, na zona Sul de São Paulo, destruiu 320 moradias e deixou cerca de 800 pessoas desabrigadas. Na tarde de ontem, moradores da favela Real Parque reuniram-se com representantes da Secretaria Municipal de Habitação e exigiram a realocação das famílias desabrigadas em unidades habitacionais que estão sendo construídas na região.
Diante da indiferença da Sehab ao longo de horas de discussão, moradores se revoltaram e bloquearam a Avenida Marginal Pinheiros nos dois sentidos. Os manifestantes ergueram barricadas com pneus e entulho e enfrentaram a tropa de choque da PM de Alberto Goldman —que era vice de José Serra, atual candidato à gerência do velho Estado. Durante mais de uma hora de confronto, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os moradores, que responderam com pedras e coquetéis molotov.
Não é a primeira vez que os arbítrios dos gerenciamentos de turno em São Paulo revoltam as cerca de 1,2 mil pessoas que vivem na favela Real Parque. Em dezembro de 2007, policiais da Força Tática da PM foram à favela para cumprir um mandado de reintegração de posse. Na ocasião, centenas de famílias foram expulsas de suas casas, mas muitas pessoas resistiram à ação. A polícia, então, atirou bombas e balas de borracha contra os moradores ferindo mulheres, crianças e idosos. À época, o caso foi denunciado pelo advogado Danilo Chammas, da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos.

Palavras-chave: Confronto, polícia, moradores, favela, Real, Parque, São, Paulo, incêndio, Marginal, Pinheiros, tropa, choque, protesto, manifestação, riots, Brazil, clash, Police, enfrentamientos,

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cidade do Interior de minas Gerais amanhece dizendo nos muros da cidade: NÃO VOTAR, REBELAR-SE É JUSTO!

Durante as últimas semanas, vários muros e construções da cidade de Paracatu (MG) estão sendo alvo de pichações. Diferente das habituais palavras de baixo calão e desenhos ofensivos, desta vez as pichações tomaram proporção de protesto político, atraindo a atenção de quem quer que passe pelos locais.
Os protestos de “Não Votar! Viva a revolução agrária!” e de “Abaixo a farsa eleitoral! Rebelar-se é justo!” estão dando o que falar e já são assunto comum na cidade.

Por um lado o exemplo deste protesto na cidade de Paracatu, interior de Minas Gerais, serve pra mostrar o crescente descontentamento e descredito do povo com o processo eleitoral e por outro o crescimento do Movimento Revolucionário no nosso país, que tomando proporções cada vez maiores, alegra os corações do bravo povo brasileiro acende novamente a chama da revolução!



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Manifestação popular em Buenos Aires


Na sexta-feira, 16 de setembro, se relembrou o 34º aniversário da “Noche de los lápices” (a noite dos lápis), emblemática ação do terrorismo de Estado acontecida na última gerência militar na Argentina, quando dez estudantes secundaristas da cidade de La Plata foram sequestrados e torturados ,sendo seis deles assassinados. Os autores do crime foram os serviços de inteligência do exército e a polícia da província de Buenos Aires, seguindo ordens da cúpula militar. Estes jovens, poucos meses antes, ainda antes do golpe de Estado de março de 1976, tinham participado de um simples protesto para reivindicar meia tarifa nos ônibus para os estudantes.
Este fato só foi elucidado em 1985 quando um dos sobreviventes testemunhou no julgamento das juntas militares.
O povo argentino, mais uma vez, dá o exemplo de não esquecer os seus mártires nem conceder impunidade aos assassinos. Os militares terroristas ,responsáveis por mais de 30 mil desaparecimentos-assasinatos, em sua maioria cumprem severas penas, até prisão perpétua, e os julgamentos continuam.
Mas, a já tradicional marcha que todo dia 16 de setembro percorre as ruas do centro de Buenos Aires, desde a Praça do Congresso até a Praça de Maio junto a Casa Rosada, não se limita a homenagear as vítimas da Noche de los lapices, é um dia de luta. Estudantes e diversos movimentos sociais legítimos juntam as suas bandeiras.
A grande manifestação, com mais de 20 mil participantes, transcorreu absolutamente sem incidentes, principalmente por que nenhuma força policial acompanhava o evento. Uma quase imperceptível força de choque permaneceu escondida junto a Casa Rosada. Palavras de ordem, cartazes e faixas demostravam a diversividade e riqueza das causas: “Nem casa sem gente, nem gente sem casa”, “Liberdade à Palestina” “Viva os Mapuches!”
Ha mais de um mês secundaristas mantém ocupadas cerca de trinta escolas, exigindo manutenção dos prédios sucateados. Os professores iniciaram greve por melhorias salariais. Nas universidades públicas, onde mais de 500 professores foram demitidos,  também se reclama por aumento do orçamento.
Todos tiveram voz nas ruas e no palco montado. Uma inesquecível festa popular de homenagem, concientização e luta carregada de emoção.
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O fiasco das eleições no Afeganistão


Nem bem empurrou-se goela abaixo o processo eleitoral no Afeganistão, realizado no último 20 de agosto, o governo títere pró-ianque se apressou em afirmar que as eleições haviam sido uma vitória. A desfaçatez, no entanto, foi tão grande que até o porta-voz da ONU afirmou que é cedo para julgar se as eleições foram um sucesso, isso sob os retumbar de dezenas de ataques realizados pela resistência ao longo do dia.
Mesmo com toda a pressão para obrigar o povo a comparecer às urnas (houve pelo menos 300 casos registrados de paramilitares intimidando a população) apenas 40%, números oficiais, compareceram às urnas.
O número de denúncia de fraudes é estrondoso, só perdendo para o número de ações da resistência ocorridos no dia das eleições.
As forças invasoras da Otan registraram 445 ações da resistência espalhadas pelo país, praticamente o mesmo número (479) ocorridos nas eleições presidenciais de 2009. O resultado foi de 42 mortos e 172 feridos, entre eles, dez membros das forças de repressão afegãs, grande parte delas compostas por mercenários, foram mortos e 31 feridos. Somam-se a estes números outros 39 soldados da Otan, também feridos. Entre os ataques pelo menso 50 foram feitos com bombas caseiras.
O total de votantes divulgado pelo gerenciamento títere foi de 3,6 milhões dos 9,2 milhões registrados e o número de queixas de fraudes se aproxima dos três mil.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cruzada antiislâmica: instrumento da rapina imperialista


Protesto em Srinagar, Caxemira, 13/9/10 - FotoAP
Na Caxemira, região ocupada militarmente pelo Estado fascista indiano desde 1949, três pessoas foram assassinadas e outras trinta ficaram feridas, durante protestos em repúdio à cruzada antiislâmica comandada pelo imperialismo ianque em todo o mundo, particularmente contra o fato de um pastor ianque ameaça queimar exemplares do Corão (livro sagrado islâmico). A polícia decretou toque de recolher na Srinagar, onde há menos de um mês dezenas de pessoas foram assassinadas pelas forças de repressão indianas durante os protestos pela independência e autodeterminação da Caxemira.
Concomitantemente França impõe a proibição do uso da cobertura islâmica para mulheres. A lei francesa foi aprovada por larga maioria no parlamento mas o pastor ianque teve sua coleira puxada sendo obrigado a recuar e desistir do projeto após fajuta retratação pública.
O imperialismo pretende se impor aos povos do mundo através das bombas e de leis antipovo, mas é incapaz de frear e impedir as explosões de revoltas no Oriente Médio, Ásia, África, América Latina e até mesmo nos próprios países imperialistas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eleições, nem que à bala.


Stephane Peray, «The Nation» 21/08/2009
O mesmo imperialismo ianque que, nas décadas de 1960 e 70, determinou que as eleições estavam “fora de moda” e substituiu inúmeros governos eleitos por truculentos generais, hoje postula que apenas governos “eleitos” tem legitimidade.
Para garantir seu teatro eleitoral se utiliza do que for necessário, variando do monopartidismo dissimulado, no caso do Brasil, até a ocupação armada para “garantir o pleito”, como o que ocorrerá no sábado no Afeganistão. No primeiro caso, lança uma intensa propaganda antes do pleito para praticamente obrigar o povo a votar e depois para esconder o crescente nível de rejeição ao sulfrágio. No segundo, isto não basta, o povo afegão rejeita a farsa eleitoral com armas em punho em vigorosa guerra de libertação nacional. Resta aos imperialistas fazer uma gigantesca campanha de difamação contra a resistência e garantir o pleito à bala com seus 100 mil soldados no Afeganistão, não importando os desejos das massas daquele país, que os querem longe de lá o mais rápido possível.
Eleições "democráticas" de 2009
Não é por acaso que Steffan de Mistura, representante especial da ONU em Kabul, considera um verdadeiro milagre a organização das eleições. Este, como tantos outros, é uma farsa engendrada para enganar os incautos. Mistura afirma ainda que "Em um mundo ideal, teria existido um momento melhor para organizar estas eleições, já que o Afeganistão vive um período muito crítico". Afirma ainda que “No entanto, se as eleições não acontecessem, a Constituição seria fragilizada", e que que "neste caso, a mensagem enviada seria a de que a democracia não tem futuro no Afeganistão".
O milagre em questão é operado pelas armas ianques para impor sua receita de dominação, e a constituição a ser fragilizada é aquela também imposta pelo impérium. O que não tem futuro no Afeganistão é a ocupação, a democracia é um problema que as massas afegãs terão que resolver.

Guerra contra o terrorismo ou guerra contra a revolução?


Em sua edição número 2 de setembro de 2002 o Jornal A Nova Democracia Publicou o artigo O álibi terrorista e a nova onda da revolução mundial e afirmava que:

Ao contrário do que ocorre em outras regiões do mundo como por exemplo, a do conflito contra o Afeganistão (em que o imperialismo tem centrado suas intrigas no "fundamentalismo" islâmico para justificar sua política de agressão e genocídio, como pretexto da "guerra ao terrorismo"), na América Latina, há muito tempo, da mesma maneira o discurso da reação tem sido o do combate ao "terrorismo do Sendero Luminoso" e à "narcoguerrilha colombiana.”
Inevitavelmente, o ataque dos imperialistas terá que se referir à luta revolucionária e de libertação, desmascarando cada vez mais sua consigna de "está com os EUA ou com o terrorismo", revelando a verdadeira contradição que busca encobrir, qual seja: estar com os imperialistas ianques ou com a revolução.”
O 11 de setembro não passou de um engendro. Uma grande provocação maquinada a partir de dois objetivos: l) de passar a guerra por uma nova partilha do mundo ao primeiro plano da situação mundial; concretamente a guerra destinada à implantação de novas bases militares dos Estados Unidos para o controle de regiões ricas em petróleo em disputa com a Rússia e, 2) de encobrir as contradições (cada vez mais agravadas com a crise) entre o imperialismo ianque e as outras potências imperialistas, entre o imperialismo e o Terceiro Mundo e entre burguesia e proletariado.”
Passados nove anos dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001 os fatos comprovam esta análise: a rapina e genocídio promovidos pelo USA e suas tropas assassinas com as invasões do Afeganistão, Iraque e Haiti; o patrocínio, sustentação militar e política ao estado fascista de Israel para as provocações e ataques sanguinários contra o povo palestino; as provocações contra Líbano, Irã e Coreia do Norte entre outros; a crescente presença e ocupação ianque na América Latina, intervenção direta na Colômbia e Peru, etc.
No último 11 de setembro o monopólio das comunicações no Brasil e em todo o mundo procurou de todas as formas distorcer os fatos e impor a sua pauta reacionária de “luta contra queimas do alcorão” para tentar apagar a heroica luta de libertação do povo do Afeganistão que resiste há quase uma década ao exército mais assassino e aparelhado do mundo.
Milhares de massas foram às ruas no Afeganistão, Oriente Médio, em toda a Europa e no próprio USA denunciar a invasão ianque, somando-se ao clamor dos revolucionários, democratas e patriotas em todo o mundo de: “Fora ianques do Afeganistão e Iraque!”, “yankees, go home!”
E a resistência não dará tréguas aos agressores, até que a Palestina se liberte, o Iraque, o Afeganistão e o Haiti sejam devolvidos a seus povos e todas as nações do mundo se livrem do imperialismo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Espanta Político

Extraído do Jornal Hoje em Dia (Belo Horizonte) de 6/9/2010
Enviado pelo colaborador de AND Paulo Prudêncio

"Em Sete Lagoas, o descaso com o Bairro Brasília, sobretudo com a Avenida Francisco Mendes Fonseca, fez com que moradores dessa área protestassem de uma maneira curiosa. Faixas foram afixadas em algumas residências com os dizeres: "Xô Políticos - Mantenha (sic) distância, nós não somos palhaços". Essa foi a maneira mais direta, por exemplo, encontrada pela moradora Cleuza Dias para protestar contra a classe, depois de se confessar cansada de promessas de melhorias no bairro. "A avenida está em uma condição precária, principalmente o canteiro central. O pior é que a situação se estende por toda a cidade", assegurou. Segundo ela, não há data para retirar a faixa. "Vai ficar até a próxima eleição para prefeito e vereadores. Não dou voto para ninguém, enquanto não executarem o serviço" completa. A moradora Cássia conta que ela faz parte de um grupo de voluntários que lutam pela melhoria do Bairro Brasília e região. "Estamos mobilizados", garantiu."

2,5 milhões de trabalhadores vão às ruas na França contra 'reforma' antipovo


Nos dias 7, 8 e 9 de setembro os trabalhadores da França tomaram as ruas das principais cidades em resposta aos ataques do gerenciamento Sarkozy contra os aposentados.

Medidas antipovo anunciadas pelo governo francês irão aumentar de 60 para 62 anos, a partir de 2018, a idade mínima para a aposentadoria. Desse modo, com a 'reforma' previdenciária de Sarkozy, os contribuintes terão que contribuir durante 41 anos e três meses com o fundo de previdência.
Paris e outras cidades amanheceram no dia 7 de setembro com os transportes e escolas parados. Cerca de 25% dos voos programados nos maiores aeroportos de Paris, Roissy, Charles de Gaulle e Orly, foram suspensos. Os serviços de metrô, bonde, ônibus e trens de curta distância funcionaram entre 50 e 60 por cento da capacidade total.
Durante três dias de protesto, cerca de 2,5 milhões de trabalhadores foram às ruas em protesto.
Com cerca de 65 milhões de habitantes, a França possui mais de 15 milhões de aposentados e é um dos países europeus com idade mínima mais baixa para ter direito à aposentadoria, direito conquistado em décadas de duras lutas pelo proletariado francês. A aguda crise do imperialismo, o aumento da carestia de vida e a piora constante das condições de vida das classes trabalhadoras empurram as massas na Europa para lutas cada vez mais massivas e combativas.



Londres
Metrô paralisado contra demissões

No dia 7 de setembro os trabalhadores do metrô de Londres deflagraram uma greve de 24 horas contra um projeto de eliminação de 800 postos de trabalho no setor.
A greve teve início quando os encarregados dos serviços de manutenção abandonaram seus postos de trabalho, seguidos pelos condutores e funcionários das estações.
O secretário-geral do sindicato de transportes RMT, Bob Crow, afirmou ao prefeito que "caso sejam violadas suas promessas e eliminados postos de trabalho nas estações da rede, haverá sinal verde para o desastre". [fonte: folha.com de 7 de setembro]

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na farsa eleitoral não há limites para o cinismo e a mentira

Editorial de AND nº69 - Já nas bancas
Na reta final da campanha para o primeiro turno, a farsa se evidencia sobremaneira na disputa entre os dois principais candidatos. Os tucanos, inclusive, tal como os petistas, utilizam-se franqueadamente da imagem de Luiz Inácio, como continuador de Cardoso, para capitalizar a candidatura de Serra. São elogios rasgados e melosos ao operário-padrão do FMI.
Tanto Serra como Dilma se desdobram em juras de amor ao capital financeiro internacional, asseguram que nada mudará na política econômica emanada de Washington desde sempre, nem nos programas caritativos e localizados do receituário do Banco Mundial e demais agências do imperialismo, etc.
Notadamente na área da "segurança pública", a disputa parece ser a de quem é o mais fascista, destacando-se a proposta de Dilma de espalhar o modelo das Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro para todos os bairros pobres do Brasil e também para o campo.
Em seguidas entrevistas, Dilma mandou o recado à direção do MST, de que não tolerará "desordem" no campo, acenando com a nacionalização também da genocida operação "Paz no Campo", levada aos seus últimos termos no Pará no fim de 2007 e início de 2008, com a prisão, tortura, perseguição e assassinatos contra os camponeses pobres do estado. Claro, este recado não é mais que acenos para tranquilizar os latifundiários e verdadeira diretiva aos seus agentes nos aparelhos do judiciário e das forças policiais para radicalizarem suas ações contra o movimento camponês de forma geral, especialmente contra sua parte mais combativa. À corporativizada e oportunista direção do MST, que se desdobra em sua campanha eleitoral, já está assegurada a continuidade e ampliação da presença de seus quadros no aparelhamento das estruturas e órgãos do Estado, tais como MDA, INCRA, etc.
De qualquer forma, embalada pela contrapropaganda oficial das "realizações" da gerência oportunista e pela popularidade de Luiz Inácio, Dilma desponta nas pesquisas de intenção de voto, que mostram a tendência de sua eleição ainda no primeiro turno. Este dado, ainda que duvidoso, dada a baixa confiança que merecem estas pesquisas encomendadas, mostra que realmente Luiz Inácio preparou tudo para eleger "o poste", como havia prometido.
Por outro lado, mostra ainda a total incapacidade de o PSDB e demais siglas de "oposição" serem de oposição, uma vez que não têm ninguém capaz de atrair a mínima simpatia, e muito menos programa de governo diferente do PT e sua frente eleitoreira novamente reunida.
Mas, afinal, o que está realmente em jogo? A disputa de fato se concentra na escolha de qual grupo de poder ocupará a gerência do Estado nos próximos anos, já que tanto o PT e sua frente eleitoreira quanto PSDB e seus apoiadores, representam as mesmas classes sociais que dominam o Estado e lhes dão o seu caráter, quais sejam, a grande burguesia e o latifúndio ligados ao imperialismo, principalmente ianque.
Ou seja, na verdade, não há mudança nenhuma em jogo, a não ser para esses grupos e seus apaniguados e para as frações da grande burguesia, a burocrática e a compradora, que se revezam na recepção dos maiores privilégios das políticas do Estado, mas que estão unidas quando o assunto é sugar as riquezas da nação, explorar e reprimir o povo brasileiro. Ambas as frações, inclusive, estão bem representadas nos dois blocos que hora disputam o pleito.
Nesse ponto, o oportunismo de PT, Pecedobê e outras siglas menores são particularmente nefastos, porque a todo momento vendem a ilusão da mudança e cometem os mais descarados atos de traição nacional, sempre com rostos sorridentes, mas aprofundando as políticas fascistas, antipovo e anti-operárias, que nem mesmo os tucanos foram capazes de realizar em seus anos na gerência do Estado.
Mas, enfim, como temos afirmado, o oportunismo se capacitou para exercer essa função e conquistar a confiança do imperialismo, que agora utiliza Luiz Inácio como instrumento nas intrigas e preparação das futuras agressões e rapinas nas semicolônias mundo afora.
O certo é que a atual gerência do velho Estado vai aos limites do possível para garantir uma certa estabilidade econômica que sirva como mais uma propaganda eleitoral, embora seja cada vez mais difícil esconder os rombos nas contas externas do Brasil, que ameaçam ser a porta de entrada da atual crise financeira mundial no Brasil. No fim de agosto, o monopólio dos meios de comunicação já alertava para o pior mês de julho desde 2002, em se tratando do superávit primário.
Enquanto isso as massas seguem padecendo das tragédias decorrentes da vida num país semifeudal e semicolonial. São as enchentes por falta de estrutura nas cidades, os hospitais em escombros, as escolas em ruínas, o transporte público humilhante, o salário mínimo de fome, o monopólio genocida da terra, a previdência roubada, os direitos trabalhistas cassados... São essas também as coisas que os candidatos dizem há mais de um século que vão mudar, melhorar, dar um jeitinho, mas seguem prometendo, sem nunca cumprir.
Porém, sua tarefa de engabelar as massas fica cada vez mais difícil. Assim como cresce o movimento camponês e o clamor por uma revolução agrária para destruir o latifúndio, crescem os protestos cada vez mais violentos nas cidades grandes e pequenas contra a miséria e a repressão, cresce também o número de eleitores que percebem que não há democracia nenhuma nas eleições de dois em dois anos, que nada mudará e que é preciso manifestar sua indignação, deixando de ser eleitores, se recusando a escolher o feitor que empunhará o chicote durante mais alguns anos, se recusando a ser responsabilizado pelas "más escolhas" e pela corrupção endêmica neste velho Estado.
Aí se eleva a consciência de que a solução para esse problema não se encontra sob a velha "democracia" burguesa — democracia para as classes dominantes e ditadura para o povo —, mas numa Nova Democracia, que represente de fato a democracia para as amplas massas e que será construída passo a passo através da luta contra o velho Estado, o latifúndio, a grande burguesia, o imperialismo e tudo que eles representam.
 

Vídeo flagra truculência de PMs da UPP do Cantagalo

Patrick Granja
Publicado em AND nº 69 - Já nas bancas
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Como publicado em AND 68, no início de julho o comerciante e músico André Luís Gonçalves de Araújo, de 34 anos, foi preso arbitrariamente, espancado e baleado nas costas por PMs no morro do Cantagalo. Exatamente um mês depois do incidente, policiais da UPP — um deles dizendo-se o autor do disparo que feriu André — foram flagrados em um vídeo produzido por moradores, xingando e dando tapas em um jovem enquanto o revistavam.
Uma senhora que acompanhava tudo da varanda de sua casa disse que iria relatar o abuso ao comandante da UPP. “Vai lá então”, ironizou o policial apontando sua identificação na farda: “Tá aqui ó. Vieira”. Em seguida, a senhora acusa o PM de ter efetuado o disparo que feriu André nas costas. “Acertou nas costas? Deu sorte, porque era para acertar na cabeça!”, respondeu o policial.
— Tinha um rapaz sentado em uma cadeira no alto do morro e os PMs já chegaram intimidando ele, perguntando o que ele estava fazendo, cheios de grosseria. Ele disse que só estava tomando um ar e, do nada, um dos policiais deu um tapa na cara dele. Uma menina estava filmando tudo, quando uma senhora interferiu acusando um dos PMs de ser o autor do tiro que me acertou nas costas. Como resposta, o policial disse que ‘eu dei sorte, pois era para ter acertado na cabeça’. Ela ofereceu o vídeo para a Globo e para a Record, mas segundo ela, eles rejeitaram. Em breve, eu vou testemunhar contra os policiais que me balearam, só que o único que não foi afastado, ainda está aqui no morro e pelo visto foi quem atirou em mim — contou André a nossa equipe de reportagem.
— Se eles continuarem humilhando as pessoas, a comunidade vai se colocar cada vez mais contra a polícia. Porque parece que nos humilhar os deixa mais feliz. O povo todo acredita que a nossa luta vai trazer alguma melhoria, porque só depende de nós mesmos. Espero que o meu caso sirva de exemplo para que outros lutem por igualdade, lutem para acabar com esse negócio de que só o pobre é o errado. Nós somos todos iguais, independente de ser branco, negro, índio, rico ou pobre. Temos que recuperar nossa dignidade. O povo só quer ser feliz, mas para isso, temos que lutar muito — diz o comerciante.
O vídeo que flagra mais esse episódio de abuso de policiais da UPP contra os moradores do morro do Cantagalo está disponível no blog de AND (http://anovademocracia.com.br/blog).

Filme de terror contra o povo

Carta publicada em AND nº69 - setembro de 2010. Já nas bancas


À redação de AND,


Assisti recentemente um vídeo divulgado na internet em que Lula e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, são abordados por um garoto morador de uma favela do Rio. Parece que o vídeo foi filmado pelo próprio garoto. Ele cobra dos políticos um local já prometido para prática de esportes e a abertura da piscina do PAC, em Manguinhos, que segundo ele não está à disposição da comunidade. Fiquei perplexo e ao mesmo tempo revoltado ao ver "nosso presidente" tratando o garoto com desdém e ironia e o governador Sérgio Cabral tratando o jovem por  "sacana" e "otário". Quando o garoto diz que gostaria de praticar tênis, o Lula responde que "isso é esporte da burguesia", e ri quando o Cabral ofende o rapaz.


Em um dado momento Lula se dirige a alguns assessores e fala em meia-voz que deveriam abrir a piscina pois se aquilo se tornasse público teria "prejuízo político".

Gostaria que AND divulgasse esse fato. Isso serve para muitos incautos e enganados pelos marqueteiros políticos. Muitas vezes são feitas denúncias que não são levadas a sério, mas dessa vez está aí para todos verem, Lula e Cabral de carne e osso mostrando quem realmente são.

Um grande abraço.

Álvaro Demetrio – RJ
por correio eletrônico

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estudantes protestam no Pará contra cobrança de tarifas nos transportes

Ananindeua – Pará
  Estudantes protestaram em Ananindeua, região metropolitana de Belém – PA, contra forma de cobrança das tarifas no transporte público. Policiais militares atacaram os manifestantes com gás de pimenta e os estudantes resistiram com combatividade ocupando a prefeitura.
 

Torturadores do Doi-Codi são reconhecidos e devem ser punidos

O Ministério Público Federal ingressou no dia 30 de agosto, em São Paulo, com ação civil pública pedindo o afastamento imediato e a perda dos cargos e aposentadorias dos policiais civis Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araujo e Dirceu Gravina, os dois primeiros aposentados e o terceiro, Dirceu Gravina, continua na ativa ocupando o cargo de delegado da Polícia Civil, em Presidente Prudente – SP.
Os três foram reconhecidos por ex-presos políticos como sendo os torturadores “Capitão Ubirajara”, “capitão Lisboa” e “JC” do Doi-Codi de São Paulo.
Os torturadores são citados em inúmeros depoimentos de ex-presos políticos torturados, documentos como processos de auditorias militares, arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e livros como "Brasil: Nunca Mais" e "Direito à Memória e à Verdade".
Os procuradores do Ministério Público Federal relatam na ação que “Aparecido Laertes Calandra participou da tortura e desaparecimento de Hiroaki Torigoe, da tortura, morte e da falsa versão de que Carlos Nicolau Danielli fora morto em um tiroteio, da tortura do casal César e Maria Amélia Telles, além de participar da montagem da versão fantasiosa de que o jornalista Vladimir Herzog teria cometido suicídio na cadeia.” [fonte: Jornal do Brasil de 30 de agosto de 2010]
O atual presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa, Ivan Seixas, preso aos 16 anos, junto com o pai, Joaquim Alencar de Seixas, torturado e morto pela equipe do Doi-Codi da qual participava David dos Santos Araújo, o "capitão Lisboa", relata que este era o que mais lhe batia.” [fonte: Jornal do Brasil de 30 de agosto de 2010]

Mais um jogo eletrônico sobre invasões imperialistas




Imagem do jogo Medal of Honor 2010
Leonardo Gaudio
O jogo Medal Of Honor 2010 (Medalha de Honra em portugês), que será lançado em breve, simula a invasão ianque ao Afeganistão.
Nesse jogo será possível controlar tanto as tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) quanto o Talibã, organização que compõe a resistência nacional afegã.
Mas o fato de haver possibilidade do jogador “ser um Talibã” e poder “combater o império” fez com que o secretário de Defesa do Reino Unido, Liam Fox, fizesse declarações pedindo que os comerciantes boicotassem o jogo.
"Há crianças que perderam seus pais pelas mãos dos talibãs e mulheres que perderam seus maridos" – declarou Liam Fox dizendo ainda que “é difícil acreditar que qualquer cidadão de nosso país queria comprar um jogo desse".
Difícil mesmo é acreditar que possa realmente existir figuras boçais ao ponto de ocultarem o fato de mais de 10 mil pessoas terem sido assassinadas e milhares de outras mutiladas no Afeganistão pelas tropas invasoras comandadas pelos ianques e que, prestes a se completarem 9 anos da invasão daquele país, Obama comanda o envio de mais tropas contra o Afeganistão.
A invasão do Afeganistão não é um jogo, é real, assim como reais são o pântano em que se afundam os ianques e a heroica resistência daquele povo que por mais que demore derrotará e expulsará os invasores.