terça-feira, 21 de julho de 2009

Morreu outro canalha

No dia 13 de julho morreu Robert McNamara, antigo patrão da Ford, ex-secretário ianque da Defesa das administrações John Kennedy e Lyndon Johnson, ocupando o cargo de 1968 a 1981. Foi mentor da fracassada agressão imperialista ao Vietnã, onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas e quando tombaram quase 60 mil jovens estadunidenses instrumentalizados por ele e por outros da sua laia. Não se sabe com certeza se McNamara matou mais gente movendo as tropas imperialistas para lá para cá ou presidindo o Banco Mundial, onde deu impulso sem precedentes ao endividamento estrutural das semi-colônias, impondo aos povos pobres do mundo, com a ajuda das gerências oportunistas, as políticas subsequentes de arroxo, miséria e precarização. Não obstante, no fim de vida quis posar de defensor dos oprimidos, como tantos outros demagogos cujo bom-mocismo tardio não resiste a uma breve espiada nas respectivas biografias. Quando Ronald Reagan morreu, em 2004, o bravo uruguaio Mario Benedetti lhe rendeu uma “homenagem” póstuma, escrevendo um poema chamado “A morte de um canalha”. Canalha por canalha, reproduzimos o texto logo abaixo, dedicando-o a McNamara.

À morte de um canalha

Os canalhas vivem muito, mas um dia morrem

Para Ronald Reagan

Obituário com “hurras”

Vamos lá, vamos festejá-lo

estão todos convidados

os inocentes

as vítimas lesadas

os que gritam de noite

os que sonham de dia

os que sofrem no corpo

os que alojam fantasmas

os que pisam descalços

os que blasfemam e ardem

os pobres congelados

os que amam alguém

os que nunca se esquecem

vamos festejá-lo

estão todos convidados

o crápula morreu

acabou-se a alma negra

o ladrão

o porco

acabou-se para sempre

viva!

estão todos convidados

vamos festejá-lo

para não dizer

que a morte

apaga sempre tudo

tudo purifica

num dia qualquer

a morte

não apaga nada

ficam

sempre as cicatrizes

viva!

morreu o cretino

vamos festejá-lo

e não chorar como de hábito

que chorem os que são como ele

e que engulam suas lágrimas

foi-se embora o monstro magnata

acabou-se para sempre

vamos festejá-lo

sem ficar mornos

sem acreditar que este

é um morto qualquer

vamos festejá-lo

sem ficar frouxos

sem esquecer que este

é um morto de merda


“Eles não disseram nada. Simplesmente atiraram”


Patrick Granja

Mais uma vez, pessoas da chamada "classe média" experimentaram uma pequenina parcela do tratamento dado diuturnamente pela PM do Rio à trabalhadores em bairros pobres da cidade.
Na noite do último sábado, o funcionário da Caixa Econômica Federal Paulo Mury Vieira, de 55 anos e sua esposa, a aposentada Elizabeth Madaber Profilo, de 54 anos, trafegavam em seu carro pela avenida Lobo Júnior, na Penha, quando foram repentinamente interceptados à tiros por uma viatura da PM. Quando Paulo parou o carro, percebeu que estava ferido e pediu ajuda aos policiais, que ainda xingaram o bancário e sua esposa e o culparam pelo incidente.


— Depois de atirar, eles abriram a porta do carro e meu marido disse que estava baleado. Eles chegaram gritando e xingando dizendo que era para a gente ter parado, eles não avisaram em nenhum momento que era para a gente parar. E isso não dá a eles o direito de sair atirando — afirmou Elizabeth.
Na chegada à 22ª DP, os policiais negaram culpa dizendo que reagiram a um disparo de supostos bandidos em outro veículo e ainda foram enquadrados como vítimas.
— Mantive a velocidade. Na Avenida Lobo Júnior, parei no sinal, e os policiais começaram a atirar. Foi bastante tiro. Então parei o carro e eu e minha esposa ficamos abaixados — contou Paulo na delegacia.
No dia seguinte, o monopólio dos meios de comunicação — como há um ano atrás, após o assassinato do menino João Roberto — publicou em suas linhas que os disparos criminosos foram consequência de “ações frustradas” da PM, omitindo o fato de que todos os dias e noites, como manda o protocolo, trabalhadores são exterminados nos bairros proletários da cidade por essa mesma polícia, preparada para agir como agiu, atirando primeiro e perguntando depois.
— Eles não disseram nada. Simplesmente atiraram­ — completou o bancário.
O episódio revela as obscuras intenções do Estado policial, desde o treinamento que dá à PM, até a proteção que impõe aos criminosos que produz em sua ante-sala. Os limites de sua violência — que antes se restringia às favelas — começam a se tornar indomáveis e sua face criminosa cada vez mais pública.
Há pouco mais de um ano, o menino João Roberto Soares, de 3 anos, foi morto pela PM na companhia de sua mão e seu irmão de nove meses em situação semelhante (Ver AND 45 – Estado policial mata primeiro e se justifica depois).

sexta-feira, 17 de julho de 2009

51º Congresso da subsecretaria da gerência Luiz Inácio para assuntos do imperialismo no movimento estudantil

União Nacional dos Estudantes recebe 100 mil reais do governo e transnacional Petrobrás para defender programa governista.

A crítica, transmitida em matéria do jornal da Globo de 16 de julho é claramente a posição da direita, mas os dados são reveladores e mais uma comprovação de que a entidade é oportunista governista até o tutano.






quarta-feira, 1 de julho de 2009

Latifundiário e pistoleiros seqüestram e torturam camponeses em Rondônia













A Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental denunciou o seqüestro de dois jovens camponeses em Buritis – RO no último dia 27 de junho após uma emboscada atribuída ao latifundiário Edilson Caldato e outros sete pistoleiros.

Os camponeses foram barbaramente torturados com golpes de facão nas costas, chutes e cortes de canivete nos braços.

Durante as sessões de espancamentos, os camponeses relataram que o latifundiário fez ameaças de morte às famílias e disse que iria expulsar as famílias das terras do Rio Alto para não perder a madeira cortada, pois já a teria vendido ao irmão do vice-prefeito da cidade de Buritis pelo valor de um milhão e duzentos mil reais.

O chefe do bando de pistoleiros foi identificado pelos camponeses e é conhecido como Abelardi. Ele, segundo contam, foi funcionário do Incra em São Francisco do Guaporé/RO.

No mês de junho as famílias ameaçadas retomaram as terras onde hoje se situa o Projeto de Assentamento Rio Alto (terras reclamadas pelo latifundiário Edilson Caldato) e expulsaram os pistoleiros da sede da fazenda. Desde então mais de 80 famílias organizadas pela LCP montaram três acampamentos na área que será cortada em 700 lotes.

Os camponeses ainda denunciam que no mesmo dia 27 de junho uma caminhonete da fazenda foi vista entrando na área carregada com armamentos e munições. Até o dia 28 cerca de treze famílias foram cercadas pelos pistoleiros e impedidas de circular de um acampamento ao outro.



Clique no link resistenciacamonesa.com para ver a nota da LCP na íntegra, com outras denúncias de articulações entre o Incra e a família Caldato para expulsar os camponeses da terra.