Patrick Granja
Mais uma vez, pessoas da chamada "classe média" experimentaram uma pequenina parcela do tratamento dado diuturnamente pela PM do Rio à trabalhadores em bairros pobres da cidade.
Na noite do último sábado, o funcionário da Caixa Econômica Federal Paulo Mury Vieira, de 55 anos e sua esposa, a aposentada Elizabeth Madaber Profilo, de 54 anos, trafegavam em seu carro pela avenida Lobo Júnior, na Penha, quando foram repentinamente interceptados à tiros por uma viatura da PM. Quando Paulo parou o carro, percebeu que estava ferido e pediu ajuda aos policiais, que ainda xingaram o bancário e sua esposa e o culparam pelo incidente.
— Depois de atirar, eles abriram a porta do carro e meu marido disse que estava baleado. Eles chegaram gritando e xingando dizendo que era para a gente ter parado, eles não avisaram em nenhum momento que era para a gente parar. E isso não dá a eles o direito de sair atirando — afirmou Elizabeth.
Na chegada à 22ª DP, os policiais negaram culpa dizendo que reagiram a um disparo de supostos bandidos em outro veículo e ainda foram enquadrados como vítimas.
— Mantive a velocidade. Na Avenida Lobo Júnior, parei no sinal, e os policiais começaram a atirar. Foi bastante tiro. Então parei o carro e eu e minha esposa ficamos abaixados — contou Paulo na delegacia.
No dia seguinte, o monopólio dos meios de comunicação — como há um ano atrás, após o assassinato do menino João Roberto — publicou em suas linhas que os disparos criminosos foram consequência de “ações frustradas” da PM, omitindo o fato de que todos os dias e noites, como manda o protocolo, trabalhadores são exterminados nos bairros proletários da cidade por essa mesma polícia, preparada para agir como agiu, atirando primeiro e perguntando depois.
— Eles não disseram nada. Simplesmente atiraram — completou o bancário.
O episódio revela as obscuras intenções do Estado policial, desde o treinamento que dá à PM, até a proteção que impõe aos criminosos que produz em sua ante-sala. Os limites de sua violência — que antes se restringia às favelas — começam a se tornar indomáveis e sua face criminosa cada vez mais pública.
Há pouco mais de um ano, o menino João Roberto Soares, de 3 anos, foi morto pela PM na companhia de sua mão e seu irmão de nove meses em situação semelhante (Ver AND 45 – Estado policial mata primeiro e se justifica depois).
Mais uma vez, pessoas da chamada "classe média" experimentaram uma pequenina parcela do tratamento dado diuturnamente pela PM do Rio à trabalhadores em bairros pobres da cidade.
Na noite do último sábado, o funcionário da Caixa Econômica Federal Paulo Mury Vieira, de 55 anos e sua esposa, a aposentada Elizabeth Madaber Profilo, de 54 anos, trafegavam em seu carro pela avenida Lobo Júnior, na Penha, quando foram repentinamente interceptados à tiros por uma viatura da PM. Quando Paulo parou o carro, percebeu que estava ferido e pediu ajuda aos policiais, que ainda xingaram o bancário e sua esposa e o culparam pelo incidente.
— Depois de atirar, eles abriram a porta do carro e meu marido disse que estava baleado. Eles chegaram gritando e xingando dizendo que era para a gente ter parado, eles não avisaram em nenhum momento que era para a gente parar. E isso não dá a eles o direito de sair atirando — afirmou Elizabeth.
Na chegada à 22ª DP, os policiais negaram culpa dizendo que reagiram a um disparo de supostos bandidos em outro veículo e ainda foram enquadrados como vítimas.
— Mantive a velocidade. Na Avenida Lobo Júnior, parei no sinal, e os policiais começaram a atirar. Foi bastante tiro. Então parei o carro e eu e minha esposa ficamos abaixados — contou Paulo na delegacia.
No dia seguinte, o monopólio dos meios de comunicação — como há um ano atrás, após o assassinato do menino João Roberto — publicou em suas linhas que os disparos criminosos foram consequência de “ações frustradas” da PM, omitindo o fato de que todos os dias e noites, como manda o protocolo, trabalhadores são exterminados nos bairros proletários da cidade por essa mesma polícia, preparada para agir como agiu, atirando primeiro e perguntando depois.
— Eles não disseram nada. Simplesmente atiraram — completou o bancário.
O episódio revela as obscuras intenções do Estado policial, desde o treinamento que dá à PM, até a proteção que impõe aos criminosos que produz em sua ante-sala. Os limites de sua violência — que antes se restringia às favelas — começam a se tornar indomáveis e sua face criminosa cada vez mais pública.
Há pouco mais de um ano, o menino João Roberto Soares, de 3 anos, foi morto pela PM na companhia de sua mão e seu irmão de nove meses em situação semelhante (Ver AND 45 – Estado policial mata primeiro e se justifica depois).
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