quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Moradores da Vila Taboinha resistem corajosamente à reintegração de posse

Taboinha
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Patrick Granja

Na última sexta-feira, mais de 260 famílias da favela Vila Taboinha, na zona oeste do Rio, receberam uma notificação da juíza da primeira vara cível da Barra da Tijuca, Érica Batista de Castro, anunciando o despejo de todos os moradores e a demolição de suas casas em 48 horas. No processo, a juíza argumenta que as famílias, que ocupam o terreno há cinco anos, já sabiam que seriam removidos do local desde 2008, mas as lideranças comunitárias dizem que somente na sexta-feira receberam o aviso de reintegração de posse.

Ontem, a equipe de reportagem de AND foi ao local acompanhar de perto a heróica resistência dos moradores da Vila Taboinha, que desde as 7h da manhã, já ocupavam a única entrada da favela com faixas e bandeiras. Cerca de 100 metros adiante, onde se localizam as primeiras casas, uma imensa barricada havia sido montada pelos moradores após um mutirão na madrugada do dia anterior.

Mesmo assim, a tropa de choque da PM de Sérgio Cabral aproveitou a distração dos moradores e, de surpresa, começou a atirar bombas de gás e balas de borracha, ferindo crianças, mulheres e idosos. Segundo as manchetes mentirosas do monopólio dos meios de comunicação, os moradores teriam começado o tumulto ao atirar pedras contra os PMs. Um dos cinegrafistas de AND acompanhou de perto a ação e contou que os moradores foram atacados de maneira covarde pela tropa de choque.

Aí sim, a massa não se calou e atirou pedras e tijolos contra os PMs. Apenas alguns minutos após a ação moradores já haviam retornado ao acesso à Vila Taboinha para impedir a entrada da polícia. A equipe de reportagem da Rede Globo foi expulsa da favela e impedida de filmar depois da primeira edição do RJ TV, quando repórteres, ao vivo, acusaram os moradores de serem pagos pela milícia para promover a manifestação.

Às 20h, uma liminar garantiu a permanência da Taboinha por mais 30 dias e o reassentamento de todas as famílias, mas os moradores ainda não decidiram se vão aceitar a proposta dos gerenciamentos de turno. Decepcionados, os proprietários do terreno foram embora diante da vitória das 260 famílias que moram no local, apoiadas pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, Rede Contra Violência, Movimento União Popular, Conselho Popular, Pastoral de Favelas e várias outras organizações.

Um comentário:

Anonymous disse...

Pura covardia, é nogento ver tanta injustiça social e tanta ganancia em cima de pessoas pobres. Lamentável!