27 de fevereiro de 2009
No dia 19 de fevereiro, mais uma reintegração de posse foi executada pela “justiça” pernambucana. Desta vez, contra as famílias acampadas nos latifúndios Jabuticaba e Consulta, no município de São Joaquim do Monte, agreste de Pernambuco. Um efetivo de 300 policiais e pistoleiros do latifúndio retiraram as dezenas de famílias acampadas.
No sábado dia 21 de fevereiro as famílias organizadas pelo MST reocuparam as áreas. Pistoleiros do latifúndio tentaram expulsar novamente as famílias, armados com escopeta e revólveres foram ao acampamento ameaçar as famílias, mas as estas não se intimidaram e tiraram fotos dos pistoleiros exibindo suas armas.
Depois, os pistoleiros voltaram ao Acampamento para tomar a máquina fotográfica. Agrediram o companheiro Aluciano e chegaram a sacar uma arma contra ele. Foi aí que os camponeses reagiram em legítima defesa e mataram 4 dos 5 pistoleiros que invadiram o acampamento.
Somente depois do ocorrido a Polícia Militar chegou no local e ainda prendeu dois companheiros Aluciano Ferreira dos Santos (31 anos) e Paulo Cursino Alves (62 anos). Os dois companheiros estão sendo acusados de homicídio e se encontram detidos em Caruaru.
Este conflito é mais um resultado da violência do latifúndio e do fracasso da política de “reforma agrária” do governo Lula. As famílias de São Joaquim do Monte há mais de seis anos esperavam pela ação do Incra, mas nada foi feito.
Diante da reação justa dos camponeses à covardia do latifúndio, todo o monopólio de comunicação se levanta em ódio contra a luta pela terra e os movimentos camponeses. Todos os meses companheiros tombam na luta pela terra Brasil à fora. No Pará, 11 camponeses que participaram da tomada da fazenda Forkilha, em 2007, foram assassinados no período de 12 meses. Centenas de camponeses estão presos por lutarem pela terra, como é o caso de nosso companheiro Fábio Paraíso da Luz, preso há 8 meses e condenado a 4 anos por porte ilegal de armas. Contra estas injustiças ninguém se pronuncia, nenhum jornal as denuncia. Mas basta que o povo reaja para que o governador, o presidente do Supremo Tribunal e o presidente da Câmara se manifestem para atacar o povo em luta.
Nós da Liga dos Camponeses Pobre nos solidarizamos com as famílias de São Joaquim do Monte e com os companheiros Aluciano e Paulo, presos injustamente. Nos somamos à luta dos companheiros por um pedaço de terra para viver e trabalhar. E repudiamos todas as tentativas de criminalizar a luta camponesa.
A luta pela terra não é crime!
Abaixo a criminalização do movimento camponês!
Liberdade para os companheiros Aluciano e Paulo!
Terra para quem nela trabalha!
Viva a Recolução Agrária!
LCP - Nordeste
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