quarta-feira, 9 de abril de 2008

Latifúndio promove novo massacre em Rondônia

Na manhã desta quarta-feira, 9 de abril, cerca de cem homens encapuzados invadiram o acampamento Conquista da União, no município de Campo Novo, em Rondônia, e abriram fogo contra os camponeses. Os pistoleiros estavam encapuzados, com coletes a prova de balas e fortemente armados. Suspeita-se da participação de policiais na ação contra os camponeses.

Os primeiros relatos dão conta de 15 camponeses mortos (ainda não confirmados), inclusive uma mulher grávida, nesta nova barbárie cometida contra os camponeses pobres do estado. Os barracos foram incendiados junto com todos os pertences das famílias e inclusive cerca de 20 motos foram queimadas. A preparação desse novo massacre vinha sendo denunciado frequentemente pela Liga dos Camponeses Pobres, que apontava todos os preparativos feitos pelos latifundiários, assessorados pelas forças de repressão do velho Estado. Inúmeros panfletos, boletins e notas à imprensa foram enviados para os órgãos de imprensa, Ouvidoria Agrária e outras instituições. Esta era uma barbárie anunciada e nenhuma “autoridade” tomou qualquer atitude para evitá-la.

A grande campanha no monopólio dos meios de comunicação visando criminalizar o movimento camponês da região teve finalmente o desfecho que o latifúndio e as demais classes reacionárias desejavam. IstoÉ, Folha de Rondônia e outros veículos, o governador Ivo Cassol, a Polícia de Rondônia e os latifundiários do estado são os responsáveis por mais este crime contra o povo. As freqüentes e falsas acusações de que a Liga dos Camponeses Pobres fazia treinamento de guerrilha, possuía grande quantidade de armamentos e era composta por terroristas servem para tentar desmobilizar o apoio às famílias de camponeses pobres em luta pela terra na região e orientar a ação do Estado para a repressão aos trabalhadores. Se os camponeses estão assim tão treinados e armados, porque não responderam ao fogo dos jagunços?

Por telefone, a reportagem de AND ouviu denúncias de um camponês de que o tiroteio foi ouvido até a noite e que a polícia foi avisada desde ontem e até agora, 12 hrs, não se dirigiu ao local, o que facilita a ocultação dos cadáveres, uma vez que os jagunços ainda estão no local. As famílias que conseguiram fugir estão acampadas apenas com a roupa do corpo na cidade de Buritis. Outras permanecem às margens da RO 421, rodovia estadual que passa perto do local.

O acampamento ficava na fazenda Catâneo e não era dirigido pela Liga dos Camponeses Pobres, mas este movimento solidarizava com a luta dos camponeses que tomaram a fazenda independentemente de qualquer movimento.

Numa clara tentativa de esconder os fatos, a secretaria de defesa do estado de Rondônia convocou uma entrevista coletiva às 10h de hoje, quando negou que a ação dos pistoleiros tenha ocorrido e que tudo não passa de boatos.

Há ainda informações de que forças do Exército e da Força Nacional de Segurança se dirigiram para a localidade de Jacinópolis para a repressão ao movimento camponês da região, principalmente à Liga dos Camponeses Pobres.

Entidades populares, de defesa dos direitos humanos, jornalistas honestos estão se dirigindo para o local para documentação do fato e realização de ampla denúncia no Brasil e no exterior, para que se conheça a ação do Estado criminoso contra os camponeses.

5 comentários:

Koba disse...

É companheiros, Esta acontecendo exatamento aquilo que previamos!A matéria publicada pela Revista Istoé, mais do que sensacionalismo representava um anuncio de um novo massacre de camponeses pobres em Rondônia.Mas certamente, isto não ficará assim, o povo vingará seus martires! O sangue dos justos, longe de afogar a revolução, a rega, fazendo florescer novos revolucionários, para empunhar a bandeira daqueles que tombaram! Viva a Revolução Agrária! Morte ao Latifúndio!

João Baptista disse...

do que provado que nós revolucionários devemos criar mecanismos de defesa contra essas atrocidades. Se a LCP possui armas, está mais do que certo. Pois não existe maneira diferente de se combater os ataques da burguesia e os latifundiários contra o movimento camponês. Virá o dia em que barreira fortemente armadas servirão de obstaculo a essa farsa, iniciada com a preparação de terreno da revista ISTOÉ. Não faz mais sentido ocuparmos somente a terra, pois as maneiras que os latifundiarios possuem para nos reprimir, são cada vez mais agressivas. Precisamos invadir a terra e nos armar. Um forte abraço camaradas. Entro todos os dias aqui para dar uma olhada. Parabéns pelo brilhante trabalho. Saudações vermelhas! Viva a revolução.

Anonymous disse...

rondonia é um caldeirão de pólvora. o povo não pode aceitar o governo arrendando florestas públicas para gringos. lutar, lutar, eis o lema!

David disse...

Em campo Novo de Ro,com certeza os latifundios não irão muito longe,suas sensações serão ceifadas em breve................ra.raraaaaAguardem

BUCCO disse...

O triste é que os veículos de comunicação estão 'de vento em popa', a toda, comunicando suas versões, o seu ponto de vista, a sua interpretação, ou seja, tudo isto feito em nome da burguesia (bancos, indústrias, comércio, empresas rurais ou latifúndios) criminosa, que financia e dá sustentação aos seus canais noticiosos. Enquanto isso os camponeses centram toda sua energia na conquista da terra, conscientes de que a terra lhes pertence, é um direito natural usufruir do solo, nele semear e colher, criar, viver dignamente. Nem parece que este é um pedaço do planeta! Todo este quadro de injustiça clama mudanças profundas no posicionamento dos administradores que elegemos... Apesar também de que as eleições são um farsa. Quando nós votamos só fazemos confirmar o que outros já decidiram por nós! Mas temos que adotar medidas e ações que mudem este Estado de miséria e arbítrio do capital. VIVA A LCP!
VIVA AND! VIVA A REVOLUÇÃO QUE SE FAZ! VIVA A VIDA SOLIDÁRIA COM OS MAIS POBRES DESTA NAÇÃO, OS CAMPONESES!!!