Dias depois de tentar justificar a incompetência de sua gestão fazendo afirmações criminosas que desmerecem o valor da cultura e do povo baiano, Antonio Dantas foi obrigado a renunciar ao cargo de coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
Em uma frustrada tentativa de justificar a ineficiência de sua gestão e esconder a insatisfação e boicote dos estudantes ao Enade, o ex-coordenador afirmou que o péssimo resultado — nota 2 em uma escala até 5 — é conseqüência do baixo QI (quociente de inteligência) dos estudantes baianos.
— Se não houve boicote dos estudantes, o que não acredito, o resultado mostra a baixa inteligência dos baianos — afirmou Dantas, que ainda justificou suas palavras fazendo referência à colonização do Brasil, “que no Sul do país foi privilegiada pela presença de outros povos, como o europeu, diferente do nordeste, que foi prejudicado pela predominância dos negros”. De todas, essa foi a alegação do ex-coordenador que melhor configura o ato de racismo, mas que porém está sendo ocultada pelo monopólio dos meios de comunicação, provavelmente para amenizar a repercussão do caso em meio à tantos escândalos de corrupção nas universidades federais.
Com ares de superioridade, ele disse ainda que o resultado jamais poderia ser reflexo do desempenho dos profissionais ou dos coordenadores do curso, incluindo ele mesmo, e só pode ser justificado pela “falta de inteligência hereditária” dos baianos.
— O corpo docente da faculdade é qualificado e não seria justificativa para o mau resultado no exame. O baixo QI dos baianos é hereditário e verificado "por quem convive” [com os Baianos]. O que a gente pode fazer para melhorar a capacidade cognitiva das pessoas? Não tenho como mudar a genética. A prova do Enade não foi ruim. Ruins são os nossos alunos — disse o ex-coordenador, que não-satisfeito, ainda exemplificou suas palavras de maneira irônica.
— O baiano toca berimbau [instrumento de capoeira] porque só tem uma corda. Se tivesse mais [cordas], não conseguiria — alegou Dantas em um ato de preconceito sem proporções, que desmerece o valor da cultura baiana para o povo brasileiro e suas influências africanas, como a capoeira e o berimbau, lembrando que a Bahia possuí a maior população negra do Brasil.
As declarações criminosas do ex-coordenador levaram-no a renunciar ao cargo nesse domingo, dia 4 de abril, sob forte pressão da comunidade acadêmica.
3 comentários:
Já foi tarde essa pessoa!!!!
Mas ele está certo, baiano em geral é muito burro mesmo. A prova é a nota baixa... Se fossem sabidos tinham tirado notas mais altas... Dá pra tocar uma sinfonia com berimbau?
A covardia e a ignorância da elite, e daqueles aliados a ela, é incomensurável. Vejam o exemplo deste acadêmico e deste anônimo, destilam sua ira recheada de ignorância e covardia contra o povo. A resposta reside na história, onde o povo é que produz a riqueza humana ao passo que torpes perfumados como estes vivem "a pior morte que existe" que "é viver inutilmente. . ." (Taiguara)
A resposta a práticas segregacionistas, xenofóbicas e preconceituosas é combater e derrotar o modo de vida que as produz, ou seja, superar radicalmente o sistema sócio-metabólico do capitalismo que forja o "fascismo cotidiano" nas palavras de Nelson Werneck Sodré. Argumentações rasas produzem e reproduzem preconceitos.
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