terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Revolta na favela Paraisópolis incendeia São Paulo

As cenas vistas no noticiário de todos os canais de televisão ontem mostraram mais uma revolta de uma população marginalizada (favela de Paraisópolis, São Paulo) contra a Polícia, principal instrumento de repressão utilizado pelo Estado na sua sanha de criminalizar a pobreza e manter cada vez mais as populações empobrecidas em guetos miseráveis.

É inevitável a comparação com a faixa de Gaza, senão vejamos:

Gaza: Israel bombardeia e invade a Faixa de Gaza brutalmente usando como pretexto o lançamento de foguetes por “terroristas”.

Paraisópolis: A Polícia paulista – uma das mais truculentas do mundo – invade a favela e a ocupa após “vândalos” montarem barricadas protestando contra a morte de um “bandido”.

E qual é a verdade? A verdade, que as classes dominantes e reacionárias não querem ver contada, é que tanto a Faixa de Gaza como Paraisópolis padecem ha décadas com intermináveis agressões, achaques, humilhações, perseguições, assassinatos, encarceramento, torturas e outras atrocidades. O monopólio dos meios de comunicação e os agressores precisam a todo momento desqualificar tanto os palestinos como os moradores de favelas, taxando-os de terroristas ou, como no caso de ontem, bandidos e vândalos.

Esse Estado, Polícia e imprensa podres tentam a todo custo esconder que o que aconteceu ontem em Paraisópolis foi o transbordar do copo que vem sendo cheio gota por gota há muitos anos, e que essas revoltas populares são a resposta da população à ação de um Estado que vem se dedicando com quase exclusividade à repressão, entreguismo e corrupção.

É preciso ainda atentar para a localização da favela de Paraisópolis, ao lado do “elegante” bairro do Morumbi. Evidentemente os decadentes moradores do Morumbi devem ser protegidos dos vândalos que habitam o terreno vizinho, desvalorizando suas mansões.

O que vemos é a repetição da mesma tática aplicada pelo Estado em todo o Brasil: A constante e reforçada criminalização da pobreza, o incremento do Estado policial, visando a segregação cada vez maior das classes empobrecidas e perigosas para eles. Essa é uma demanda tanto do imperialismo como das classes dominantes nativas, que para manter e aprofundar sua dominação recorre a métodos cada vez mais fascistas, como o extermínio dos indesejáveis, a retirada dos direitos do povo, o encarceramento, tortura, etc.

O maior crime é ser pobre, camponês pobre é “invasor vândalo”, vendedor ambulante é “sonegador de impostos”, e os que vendem cds não autorizados são acusados de financiar o tráfico, e o povo das favelas é todo tratado como bandido, traficante. Falam das armas usadas pelos traficantes, mas em nenhum momento questionam que são os maiores negociantes de armas e drogas no mundo, negócios que figuram entre os mais importantes e lucrativos do capitalismo.

Mas a tendência, e isso vem sendo observado há algum tempo, é que essas explosões de massas ganhem em tamanho e consciência. Que cada vez mais as classes populares se unam e forjem uma direção conseqüente para a luta pelos seus direitos usurpados, contra a repressão e contra o próprio Estado que não as representa, construindo uma verdadeira e nova democracia em nosso país.

2 comentários:

Anonymous disse...

Temos que ir mais fundo em tudo isso, as comparações feitas precisam de ajuste, não tem Hamas em Paraisópolis. Os podres - imprensa, estado etc., - tem dentes de ferro, necessário destacar que rebelar-se é justo. É necessário também fazermos acusações mais direta aos meios de comunicação e buscar formas de ter depoimentos dos moradores, o AND pode fazer isso, creio.
Veja isto
http://fav.or.it/post/1074891/brazil-the-police-only-advance-when-globo-tv-is-live

Rebelar-se é justo!

imperialismo ianke adeus disse...

isso é o começo ,depois q ocorre um fato assim pode esperar q haverá muitos novo enfrentamentos ,este estado ,imprensa e policia deve ser atacado diretamente e o povo tem q perder o medo e partir pro confronto direto.