As cenas vistas no noticiário de todos os canais de televisão ontem mostraram mais uma revolta de uma população marginalizada (favela de Paraisópolis, São Paulo) contra a Polícia, principal instrumento de repressão utilizado pelo Estado na sua sanha de criminalizar a pobreza e manter cada vez mais as populações empobrecidas em guetos miseráveis.
É inevitável a comparação com a faixa de Gaza, senão vejamos:
Gaza: Israel bombardeia e invade a Faixa de Gaza brutalmente usando como pretexto o lançamento de foguetes por “terroristas”.
Paraisópolis: A Polícia paulista – uma das mais truculentas do mundo – invade a favela e a ocupa após “vândalos” montarem barricadas protestando contra a morte de um “bandido”.
E qual é a verdade? A verdade, que as classes dominantes e reacionárias não querem ver contada, é que tanto a Faixa de Gaza como Paraisópolis padecem ha décadas com intermináveis agressões, achaques, humilhações, perseguições, assassinatos, encarceramento, torturas e outras atrocidades. O monopólio dos meios de comunicação e os agressores precisam a todo momento desqualificar tanto os palestinos como os moradores de favelas, taxando-os de terroristas ou, como no caso de ontem, bandidos e vândalos.
Esse Estado, Polícia e imprensa podres tentam a todo custo esconder que o que aconteceu ontem em Paraisópolis foi o transbordar do copo que vem sendo cheio gota por gota há muitos anos, e que essas revoltas populares são a resposta da população à ação de um Estado que vem se dedicando com quase exclusividade à repressão, entreguismo e corrupção.
É preciso ainda atentar para a localização da favela de Paraisópolis, ao lado do “elegante” bairro do Morumbi. Evidentemente os decadentes moradores do Morumbi devem ser protegidos dos vândalos que habitam o terreno vizinho, desvalorizando suas mansões.
O que vemos é a repetição da mesma tática aplicada pelo Estado em todo o Brasil: A constante e reforçada criminalização da pobreza, o incremento do Estado policial, visando a segregação cada vez maior das classes empobrecidas e perigosas para eles. Essa é uma demanda tanto do imperialismo como das classes dominantes nativas, que para manter e aprofundar sua dominação recorre a métodos cada vez mais fascistas, como o extermínio dos indesejáveis, a retirada dos direitos do povo, o encarceramento, tortura, etc.
O maior crime é ser pobre, camponês pobre é “invasor vândalo”, vendedor ambulante é “sonegador de impostos”, e os que vendem cds não autorizados são acusados de financiar o tráfico, e o povo das favelas é todo tratado como bandido, traficante. Falam das armas usadas pelos traficantes, mas em nenhum momento questionam que são os maiores negociantes de armas e drogas no mundo, negócios que figuram entre os mais importantes e lucrativos do capitalismo.
Mas a tendência, e isso vem sendo observado há algum tempo, é que essas explosões de massas ganhem em tamanho e consciência. Que cada vez mais as classes populares se unam e forjem uma direção conseqüente para a luta pelos seus direitos usurpados, contra a repressão e contra o próprio Estado que não as representa, construindo uma verdadeira e nova democracia em nosso país.
2 comentários:
Temos que ir mais fundo em tudo isso, as comparações feitas precisam de ajuste, não tem Hamas em Paraisópolis. Os podres - imprensa, estado etc., - tem dentes de ferro, necessário destacar que rebelar-se é justo. É necessário também fazermos acusações mais direta aos meios de comunicação e buscar formas de ter depoimentos dos moradores, o AND pode fazer isso, creio.
Veja isto
http://fav.or.it/post/1074891/brazil-the-police-only-advance-when-globo-tv-is-live
Rebelar-se é justo!
isso é o começo ,depois q ocorre um fato assim pode esperar q haverá muitos novo enfrentamentos ,este estado ,imprensa e policia deve ser atacado diretamente e o povo tem q perder o medo e partir pro confronto direto.
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