A revista “Istoé” publicada no dia 26/03/2008 estampou em uma de suas reportagens de capa, matéria em que acusa a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP) de ser um “grupo armado”, “organização guerrilheira”, “responsável por homicídios”, “desmatamento ilegal”, etc., etc. e etc.
Com o título de que “O Brasil tem guerrilha”, a dita revista, baseando-se em depoimentos do delegado de Buritis, Iramar Gonçalves, do grileiro de terras em União Bandeirantes Sebastião Conti Neto, membros da Policia militar Ambiental e do major Enedy Dias, ex comandante da PM em Jaru, a revista Istoé estimulada pelos grandes latifundiários da região requenta as velhas acusações de sempre contra a LCP, sem obviamente apresentar nenhuma prova concreta do que diz ser verdade. Senão vejamos:
- Logo no inicio da matéria a revista diz que o agricultor Paulo Roberto Garcia morto em fevereiro deste ano foi morto pela LCP. Entretanto na própria matéria diz que os assassinos estavam encapuzados, o que obviamente impede o reconhecimento de quem seriam os assassinos. Mas sem pensar duas vezes a revista acusa a LCP.
- Logo à frente a matéria acusa a LCP de ter aberto uma estrada para acesso a Bolívia. Essa referida estrada foi aberta em 2006 por mais de 1000 moradores do distrito de Jacinópolis com apoio da LCP para que a comunidade possa ter acesso à cidade de Nova-Mamoré a quem pertence o distrito de Jacinópolis. Entretanto como não é de costume do pseudo-jornalismo saber a opinião dos moradores do lugar sobre qualquer fato, a revista “Istoé” também não perguntou a nenhum morador de Jacinópolis a história desta estrada.
- A revista também diz que a LCP fecha estradas para que a polícia não entre no local. Ora a policia ambiental é odiada pela população de Jacinópolis pelos abusos que sempre fez naquela região, como parar caminhões carregados de madeiras extraídas da floresta para pedir propina sob ameaça de apreensão do caminhão, fato conhecido pela maioria dos moradores da cidade de Buritis. Parar moradores da região como se fossem bandidos sob a mira de armas, manter pessoas em cárcere privado, como fez em 2006 com um camponês que se perdeu na mata e foi mantido preso por três dias na sede da policia ambiental. Isso são fatos conhecidos de todos moradores de Jacinópolis e ao contrário do que diz “Istoé” é o motivo que tem levado à saída de moradores de Jacinópolis, além das seguidas operações do IBAMA, SEDAM, PF e exército que fechou as poucas madeireiras do projeto acabando com o emprego de muitas pessoas. Os rojões que tanto assustaram os pseudo-jornalistas da “Istoé” é a única defesa da população da região para não perder sua moto-serra, e sofrer abusos por parte da polícia.
- A acusação de “guerrilha” não nos surpreende. Pouco antes do chamado “Massacre de Corumbiara” em 1995, a grande imprensa de Rondônia também acusava os camponeses que ocuparam a fazenda Santa Elina de fazerem “treinamento de guerrilha” e o resultado todos sabem qual foi: homens, mulheres e até crianças assassinadas pela polícia e jagunços da fazenda. É esse o motivo da matéria da “Istoé” reproduzida aqui em Rondônia pelo jornal dos latifundiários Folha de Rondônia, ou seja, preparar o clima para um massacre em Jacinópolis, sonho dos latifundiários de Rondônia.
- Sebastião Conte Neto uma das fontes de “Istoé” é um conhecido grileiro de terras da união em Porto Velho e formador de milícias armadas em União Bandeirantes. Já o delegado Iramar Gonçalves tem vários processos na justiça sendo que em um deles é acusado de trabalho de pistolagem, juntamente com outros policiais civis, para o finado latifundiário Lourival Carlos de Lima responsável pela morte de vários camponeses inclusive pela tentativa de homicídio de uma criança de 12 anos em 2006. Já o major Enedy Dias é uma triste figura que foi forçada a abandonar Jaru após varias prisões sem mandato judicial e apoio a pistolagem.
Responsabilizamos desde já os governos estadual e federal por qualquer ataque que vier a acontecer a população de Jacinópolis.
Abaixo a imprensa marrom, serviçal dos latifundiários!
Abaixo a criminalização da luta pela terra!
Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia
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