quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E por falar em crise

Em fevereiro deste ano A Nova Democracia já anunciava que a crise do imperialismo teria proporções gigantescas e que cedo ou tarde ela chegaria a todos os países do mundo, provocando recessão, desemprego, miséria, etc.

Veja abaixo num trecho do editorial da edição 40 de A Nova Democracia.

Editorial 40 - A real dimensão da crise

Estima-se que 20 trilhões de dólares (ou quase um terço do PIB mundial, de aproximadamente 66 trilhões, em 2006, segundo o FMI) serão torrados nessa crise do imperialismo. Dinheiro sem lastro, fictício e especulativo que só serve para arrancar às colônias e semicolônias o sangue de seus trabalhadores.

Os analistas burgueses, na tarefa de encobrir a realidade, insistem em atribuir às crises do capital causas externas. Para tal, chegam mesmo a utilizar escândalos financeiros, como o recente caso do banco francês Societé Générale, anunciado como operação fraudulenta de um executivo. Na verdade, são manobras contábeis utilizadas para encobrir a alta jogatina do sistema financeiro mundial e a crise que engendra. As causas dessas crises, porém, estão determinadas pelas contradições internas do capital, que, sendo insolúveis nos seus próprios marcos, só podem ser empurradas adiante.

De um momento para outro os "investimentos" se esfumam e o "crescimento" e o "desenvolvimento" cacarejado e alentado principalmente pelos oportunistas se revelam aos olhos das massas como uma grande fantasia.

De nada adianta os porta-vozes do capital financeiro no Brasil, repetidos por seus "comentaristas de economia" do monopólio dos meios de comunicação, dizerem todos os dias que "a crise da economia ianque não atingirá o Brasil, que tem fundamentos sólidos". Mais uma falácia para enganar as massas, que assistem diariamente aos noticiários revelando a queda das bolsas e o "nervosismo do mercado".

Sendo o maior importador do mundo, é evidente que uma crise no USA afetará as economias de todos os países que fazem comércio com a metrópole. E mais, sendo esta uma crise de todo sistema imperialista (países capitalistas desenvolvidos e colônias e semicolônias), é impossível imaginar que este ou aquele país dominado não será afetado por ela. As agências do sistema financeiro já se apressam em revisar os índices de "crescimento" dos grupos de países na tentativa de reorientar o fluxo de capitais e minimizar suas perdas.

O déficit na balança comercial ianque é tão gigantesco que não admira que os próprios financistas daquele país não tenham recursos para tirar seus bancos da tal crise das hipotecas — que é apenas a ponta do iceberg da crise do imperialismo. Os maiores bancos do USA e da Europa recebem socorro dos capitais de seus principais credores: Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes, Singapura, Coréia do Sul, China... capitais profundamente interessados em que o sistema financeiro imperialista não se desmorone, arrastando junto todas as frações das burguesias nativas serviçais do imperialismo nas semicolônias.

E o que disso tudo corresponde às massas?

As massas receberão, como sempre, os mais pesados fardos, as mais pioradas condições de existência, a miséria, a fome. Assim foi nas últimas crises e assim será enquanto o imperialismo reinar sobre os povos.

Acossadas e ameaçadas, as potências aumentarão o saque sobre as nações oprimidas, suas classes dominantes aprofundarão a exploração sobre os trabalhadores do campo e da cidade, para salvar o sistema e a si próprias. Inevitavelmente incrementarão ainda mais a repressão sobre as massas em vias de se rebelar nos quatro cantos do planeta e empurradas para a rebelião pela própria crise de superprodução relativa, quando abundam as mercadorias, enquanto milhões morrem de fome e, agora, até de sede.

Mas brilhantes são as perspectivas para as massas. Os planos imperialistas fracassam invariavelmente; derrotas são infligidas diariamente ao seu poderio militar pela heróica resistência iraquiana, que impede o domínio sobre importantes fontes de petróleo, vital para a sustentação do imperialismo atualmente. A mesma crise que esmaga os trabalhadores atiça e potencializa a resistência popular.

2 comentários:

Anonymous disse...

As massas não são massas. São indivíduos. Cada um, pensando uma coia.

Queria ver a manifestação dos indivíduos, não das massas.

Massa é coisa amorfa. As pessoas são mais que isto

Anonymous disse...

A 500 anos as massas Sempre fizeram a Historia!
As massas jamais foram ou serão passivas. Quem não confia no povo não pode pretender uma imprensa democrática, uma vez que o democrático é necessária e obrigatoriamente popular. Na realidade o nosso povo tem lutado como nunca. Nossas forças existem e a cada dia outros setores vêm engrossar as lutas do povo brasileiro. Essa é a tendência principal, esse é o novo, "puro, inteiro e verdadeiro ".

O que o povo ordena é que vingue o melhor do seu pensamento na literatura, nas artes, na ciência, na filosofia. Nenhuma imprensa será verdadeiramente democrática se não tiver como sua característica principal o instrumento de luta, se não consegue estabelecer o vínculo mais estreito entre as massas e o periódico, porque é das lutas concretas que surge e se desenvolve o pensamento que norteia os caminhos do povo.