Primeiro a prefeitura de Eduardo Paes anunciou a regularização de casas nas favelas de Copacabana e Ipanema. O que para as classes dominantes e demagogos de plantão foi anunciado como “cidadania” para os pobres, para os moradores das favelas significa o aumento do controle do Estado e a expansão da porta de entrada para as forças de repressão.
Com a titulação das casas nas favelas vêm os impostos abusivos. Com essa política a prefeitura e o governo estadual pretendem, principalmente, impulsionar a valorização dos terrenos e o consequente requentamento da especulação imobiliária naquela região. Tudo parte do recente plano olímpico e do antigo plano da burguesia de expulsar os pobres daquela área considerada “nobre”.
Assim, no final de novembro, o Bope invadiu os morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo em Copacabana para impor a implantação das unidades “pacificadoras” da polícia naqueles morros.
Não é necessário detalhar como se deu a ação do Bope. Basta recordar que saltaram de paraquedas no alto do morro no início da madrugada, desceram como numa caçada confrontando com os grupos de contenção armada do tráfico varejista, aterrorizaram a comunidade provocando o fechamento de escolas e do comércio.
O saldo no dia seguinte era de um morto e a população, amedrontada, em silêncio.
O próximo passo foi no dia 4 de dezembro, quando a Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) derrubou 13 barracas de camelôs na ladeira Saint Roman, na subida do Pavão-Pavãozinho. A repressão também recaiu sobre um ponto de mototáxi, uma das únicas formas de transporte para os moradores subirem até suas moradias na parte alta do morro.
Após a invasão da PM nos morros de Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, ainda foram noticiadas apreensões de armas e supostas ações de resposta do “tráfico” com a queima de um ônibus e a explosão de uma bomba caseira e uma movimentada rua de Copacabana.
Após mais essa invasão de favelas, o governo Cabral anunciou pomposamente a contratação de Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova Iorque (USA) para dar “assessoria em segurança pública”. O criador da política de “Tolerância Zero” agora dará o tom da matança de pobres no Rio de Janeiro.
Pacificar as favelas, para as classes dominantes, é intensificar o genocídio, expulsar os pobres da vizinhança dos ricos, perpetuar o terror de Estado.
2 comentários:
Traficante também não deixa por menos,tanto que várias pessoas foram presas na região dando ordens para fechar o comércio,e um fuzil Sig Sauer 5,56 mm foi apreendido,uma arma restrita e assim como os fuzis do Bope seria usada para reprimir o povo.
No Socialismo Traficante é morto em público e povo bate palma.
UMA REGIÃO HISTORICAMENTE ESQUECIDA PELO ESTADO QUE , DO NADA , O MESMO DECIDE OCUPAR. CLARO QUE O POVO NÃO VAI QUERER TAL PROTEÇÃO.É DIREITO NOSSO Á SEGURANÇA . Á EDUCAÇÃO E ETC... MAS O QUE SE ESTÁ FAZENDO NÃO É O ACOLHENDO E SIM O ACUANDO DA MESMA FORMA QUE OS TRAFICANTES FAZEM. NÃO ESTÁ SENDO FEITO UMA POLITÍCA DE CUNHO SOCIAL, MAS MILITAR.EXPULSSAR , OCUPAR E ...O CUIDAR NÃO FOI CUMPRIDO . O POVO NÃO QUER MAIS ARMAS , O POVO NÃO QUER MAIS REPRESSÃO , O POVO QUER DIREITO, SAÚDE , LIBERDADE, EDUCAÇÃO E PAZ .
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