sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dívida pública, mentiras e mais mentiras

Aos poucos vão sendo divulgadas as estatísticas oficiais da economia brasileira em 2009. Por serem oficiais, temos todos os motivos para crer que são falsas, porque a manipulação de dados é também uma das especialidades dos experts a serviço do velho Estado.

O que chama mais a atenção, no entanto, é a cara de pau dos gerentes de turno, que passam por cima até das estatísticas oficiais para contra-propagandear progressos inexistentes e tentar ludibriar as massas com vistas a aumentar sua popularidade e sustentação. Pensam que o povo é burro, incapaz de perceber a situação em que vive, de constante empobrecimento e precarização de todas as condições de vida.

Vamos aos números:

Há tempos a gerência oportunista vem divulgando o fim da dívida externa, sobretudo o fim dos compromissos com o FMI. Dupla mentira. Primeiro, a dívida externa não foi paga, pois há muitos credores além do FMI, como bancos estrangeiros ou outros organismos internacionais de endividamento, para os quais o Brasil ainda “deve” bilhões de dólares. Segundo, o pagamento da “dívida” com o FMI não passou de manobra para continuar beneficiando os credores da dívida interna, que continua rendendo a maior taxa de juros do mundo. Ou seja, o Estado trocou dívida em dólares, mais “barata”, por dívida em real, mais cara.

Além disso, foi anunciado recentemente que a dívida pública (soma das dívidas interna e externa) do Brasil atingiu R$ 1,5 trilhão em 2009, tendo crescido R$ 100 bi no último ano. Segundo o próprio Tesouro Nacional a “estratégia” é que o Brasil feche 2010 devendo no mínimo R$ 1,6 trilhão e no máximo R$ 1,73 trilhão.

É digno de nota também que o Brasil voltou a liderar o Ranking das maiores taxas de juros do mundo. A última reunião do Comitê de Política Monetária-Copom decidiu em janeiro manter a taxa básica de juros em 8,75 %, tornando o Brasil ainda mais atraente para os capitais de rapina, que lucram aqui mais que em qualquer outro país.

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