quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Passageiros se revoltam depois de nova pane nos trens da Supervia

Rio de Janeiro

Revolta contra o péssimo transporte ferroviário

Na noite de 25 de janeiro último, as fortes chuvas, que atingiram vários bairros pobres da capital do Rio e Baixada Fluminense, causaram estragos também no transporte ferroviário. Depois de uma pane elétrica na altura de Manguinhos, várias composições pararam no meio de seus trajetos e os passageiros tiveram que voltar caminhado pelos trilhos.

Na Central do Brasil (foto), o clima de revolta entre os trabalhadores aos poucos foi crescendo e a tropa de choque da PM, foi enviada por Cabral para atacar a massa que se rebelou justamente. Enormes filas foram formadas por passageiros que queriam o dinheiro de suas passagens de volta enquanto seguranças da Supervia expulsavam todos de dentro da estação.

Há mais de três horas está parado o trem em Triagem. Aí voltamos no trem. Agora foram avisar que está tudo parado lá em Gramacho e o trem não pode prosseguir. Eles tinham que nos avisar antes. Agora eu faço o quê? Fico sem emprego? — reclamou um passageiro.

Desde a privatização do transporte ferroviário os descarrilamentos causados pela precariedade estrutural dos trens e linhas férreas, já deixaram vários trabalhadores mortos e centenas de feridos. Atrasos e panes elétricas também assolam a rotina de milhares de pessoas que, todos os dias, migram de municípios do Norte e Baixada Fluminense, em horas de viagem, para trabalhar na região metropolitana.


Metrô Rio

O Apartheid de Cabral

Alguns deputados estaduais do Rio de Janeiro decidiram solicitar a abertura de uma CPI para investigar Adriana Ancelmo Cabral, mulher do gerente estadual Sérgio Cabral. Ela é sócia do escritório de advocacia Coelho, Anselmo & Dourado, que representa a empresa administradora do Metrô Rio. Vale lembrar que Cabral é responsável pela indicação dos conselheiros da agência reguladora que fiscaliza a prestação de serviços de transportes, dentre eles o metrô, que desde a inauguração da ligação direta Pavuna-Botafogo, está sendo alvo de diversas críticas. Recentemente, uma mudança divulgada como “uma melhoria” para o transporte era a reedição de uma espécie de apartheid que na prática significava a separação dos passageiros oriundos da zona Sul daqueles que vêm do subúrbio para o Centro da cidade.

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