quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vem greve por aí, e pode ser geral

Segundo cálculo realizado pelo Dieese, com base no valor da cesta básica paulistana, o salário mínimo deveria corresponder a R$ 1.803,11 em dezembro para suprir todas as despesas básicas de um trabalhador e sua família, dentro do que diz a Constituição. Quase cinco vezes o valor do atual salário mínimo de R$ 380,00.

O aumento geral da cesta básica em 2007 chegou a quase 25% em algumas capitais brasileiras. Isto significa que as famílias de baixa renda, cujo salário é destinado em sua maior parte à alimentação, são afetadas em maior grau pela carestia. Como o cálculo da inflação abrange uma série de outros itens que muitas vezes nem fazem parte do universo dos pobres, as reposições de salário com base nos índices de inflação do governo, transformam-se num instrumento da política de arrocho salarial.

O ano de 2008, portanto, aponta para um cenário de muitas lutas salariais em todas as categorias. Mais uma vez o decantado crescimento da economia se dá às custas do aumento da super exploração da classe operária. Uma inquietação, porém, já se faz sentir no seio do operariado. Isto pode ser detectado através de panfletos e boletins que circulam dentro das fábricas, à revelia dos pelegos encastelados nos sindicatos e nas centrais atrelados à gerência FMI/PT.

Não é à toa que empresários e burocratas dos ministérios do Planejamento e Fazenda retomam a Lei de Greve, ou seja, a lei que impede a greve, para ameaçar as categorias que iniciam sua mobilização.

O ministro do Planejamento Paulo Bernardo já se adiantou a afirmar que a administração federal irá se valer da decisão tomada o ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as greves de servidores públicos. Por tal decisão, será aplicada aos servidores públicos a mesma legislação que regula a greve nas categorias que trabalham para empresas privadas, ou seja, exigências tais que inviabilizam a realização de qualquer greve.

Escudando-se na não aprovação da CPMF, a administração FMI-PT já anunciou que mesmo as negociações salariais feitas no ano passado serão revistas e o mais provável é que não haja reajuste para os servidores públicos neste ano de 2008.

O agravamento da crise ianque, que certamente terá sérias repercussões aqui na semicolônia, é o maior indicador de que grandes mobilizações virão e que não vão adiantar as ameaças patronais nem dos burocratas e, muito menos o berreiro dos monopólios dos meios de comunicação. Neste quadro se coloca com grande possibilidade a realização de uma greve geral. O obstáculo para que a mesma se torne realidade, por incrível que possa parecer, está nas direções das centrais pelegas encasteladas no ministério do trabalho.

Um comentário:

Anonymous disse...

bom colegas, eu acho que a má distribuição de renda no brasil é em parte culpa das greves fracassadas, isto fez com que os patrões não temecem os prejuisos com elas. Acho que deveria ter uma maior divulgação com relação as greves e, assim uma mobilização de todas as categorias parando o brasil, pois afinal de contas os trabalhadores é que movimentam o pais e não a democracia.