segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Nas fábricas, pelegos entregam trabalhadores aos patrões

Pelegos denunciam trabalhadores para o departamento pessoal das empresas. A difícil vida do operariado brasileiro torna-se, então, mais difícil. A organização da resistência a crescente exploração do trabalho assume formas dramáticas. A propaganda oficial das empresas e do governo mostra fábricas, como paraísos. E isso custa milhões. Mas muitas empresas estão deixando de fabricar as mercadorias e preferindo, apenas, revender produtos chineses. O lucro aumenta, porque na China seus trabalhadores, não tem direitos trabalhistas. Trabalham muito e ganham muito pouco, sem condições adequadas de trabalho. Então, a importação de produtos chineses e sua revenda torna-se um excelente negócio.

E se as empresas continuam produzindo, no Brasil, pioram salários e as condições de trabalho, para se tornarem mais competitivas ou, simplesmente, para seus proprietários, por não se importarem com os trabalhadores, aumentarem seus lucros. Um dos grandes negócios do momento está na venda de automóveis financiados a perder de vista. Muita gente está comprando carros novos e, sem se dar conta, vão caindo nas malhas dos bancos. Financiamentos que prenderão o financiado por anos e anos ao sistema financeiro. O que se pergunta é o que acontecerá quando essa fatia de mercado se esgotar? As fábricas fecharão suas portas? Demitirão milhares de trabalhadores? Como a indústria automobilística é um dos carros-chefe da economia, o efeito cascata será inevitável. Quantos mais ficarão desempregados e, desses, quantos não poderão mais pagar seus financiamentos, inclusive, de automóveis? Falidos e humilhados prisioneiros do sistema bancário e de seus juros escabrosos!

Hoje, nas fábricas, os salários não sobem, devidamente, apesar do aquecimento da economia. Exigem-se mais horas-extras dos trabalhadores, com base na estratégia do banco de horas. O operário, preso à produção mais e mais horas, acaba extenuado e doente e os acidentes de trabalho se multiplicam. E para o acidentado poderá começar um calvário sem fim. Para o patrão não haverá problemas, porque, com o desemprego em massa, sempre alguém pode aceitar qualquer condição insalubre de trabalho, desde que possa levar o pão para casa. Também, não há preocupação com a pontualidade nos pagamentos, seja de salário ou de 13º. O atraso pode se estender por meses.

O ambiente de trabalho que deveria ser agradável, mesmo se a tarefa fosse complicada ou pesada, se degenera a cada dia. Os banheiros imundos põem em risco a saúde daqueles que precisam utilizá-lo. A novidade é que agora os patrões restringem, inclusive, a ida a sanitários e mesmo as saídas para beber água. E a água é uma das bases fundamentais da vida humana. Quem não bebe água adoece, tem a produtividade rebaixada, se degrada. Os mais velhos se ressentem mais diante de tanta violência, praticada por aqueles, para quem a vida humana do outro é um detalhe irrelevante. Operário não é ser humano. Peão não é ser humano. Trabalhador não é ser humano. Humano é apenas o empresário, o burguês.

E aqueles que mais deveriam defender as classes trabalhadoras, os sindicalistas, acabam mudando de lado, ou porque desde antes já tinham o objetivo de, sem escrúpulos, usar os companheiros para seus objetivos pessoais, ou porque foram convencidos, no decorrer da luta, que a traição e seus prêmios valem mais. É o que tem acontecido com os líderes das centrais sindicais. Nas empresas, quando percebem o surgimento de focos de organização e resistência de trabalhadores, correm ao departamento pessoal da empresa, exigindo que sejam demitidos. Tem sido esse o papel da CUT, Força Sindical e CGT. A única saída é a organização na surdina e a explosão do movimento num momento que nem os patrões nem os capatazes nem os traidores estejam esperando. Estes últimos não traem por sete moedas, mas pelas montanhas de dinheiro que circulam, principalmente, nos grandes sindicatos, acrescidos ultimamente de mais 50 milhões, tomados do trabalhador, sem que se possa impedir, pois o desconto é feito a revelia.


(Este texto foi baseado no panfleto com o título Luta operária, que circulou em algumas fábricas do ABC, em São Paulo)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O reacionário monopólio de comunicação

Não há nada que ele não pontue. Cumpre com denodada acuidade seu papel na luta de classes, marcação cerrada. Seja um acontecimento numa pequena cidade do interior, um fato acontecido em outro país ou continente, um ato da burocracia, uma manifestação reivindicativa, tudo vira alvo de sua esgrima reacionária. Seus editoriais ou os artigos assinados por seus escribas pretendem sempre ser a última palavra ou verdadeiros éditos imperiais. Seus epítetos são definidores do bem e do mal aos quais vão alocando pessoas e instituições conforme seu rigoroso filtro ideológico.

São sete famílias que “produzem” a informação no Brasil e algumas dezenas de deputados federais e senadores que as reproduzem nos estados e centenas de chefetes políticos que o fazem nos municípios. Todos ligados linearmente às quatro grandes redes internacionais de comunicação que exercem o monopólio a nível mundial, buscando a todo custo estabelecer o pensamento único no planeta.

A manipulação da informação, dando-lhe o caráter de sua classe é a marca do monopólio de comunicação:os camponeses pobres são bandidos; os latifundiários são empreendedores do agronegócio; os patriotas da resistência iraquiana são terroristas; Bush é paladino da luta pela paz; as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia são narco-traficantes; O Papa é santo; o comunismo morreu e o capitalismo é o fim da história.

Fortalecer a imprensa democrática e popular é a maneira que temos de nos contrapor ao monopólio de comunicação. Ler e divulgar jornais como A Nova Democracia, estimular entre os amigos a compra em bancas, solicitar cotas para repassá-los, fazer assinatura de apoio, efetuar doações e difundir seu sítio na internet, são ações positivas no sentido de manter esta trincheira de luta pela informação verdadeira e pela análise científica dos fatos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vem greve por aí, e pode ser geral

Segundo cálculo realizado pelo Dieese, com base no valor da cesta básica paulistana, o salário mínimo deveria corresponder a R$ 1.803,11 em dezembro para suprir todas as despesas básicas de um trabalhador e sua família, dentro do que diz a Constituição. Quase cinco vezes o valor do atual salário mínimo de R$ 380,00.

O aumento geral da cesta básica em 2007 chegou a quase 25% em algumas capitais brasileiras. Isto significa que as famílias de baixa renda, cujo salário é destinado em sua maior parte à alimentação, são afetadas em maior grau pela carestia. Como o cálculo da inflação abrange uma série de outros itens que muitas vezes nem fazem parte do universo dos pobres, as reposições de salário com base nos índices de inflação do governo, transformam-se num instrumento da política de arrocho salarial.

O ano de 2008, portanto, aponta para um cenário de muitas lutas salariais em todas as categorias. Mais uma vez o decantado crescimento da economia se dá às custas do aumento da super exploração da classe operária. Uma inquietação, porém, já se faz sentir no seio do operariado. Isto pode ser detectado através de panfletos e boletins que circulam dentro das fábricas, à revelia dos pelegos encastelados nos sindicatos e nas centrais atrelados à gerência FMI/PT.

Não é à toa que empresários e burocratas dos ministérios do Planejamento e Fazenda retomam a Lei de Greve, ou seja, a lei que impede a greve, para ameaçar as categorias que iniciam sua mobilização.

O ministro do Planejamento Paulo Bernardo já se adiantou a afirmar que a administração federal irá se valer da decisão tomada o ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as greves de servidores públicos. Por tal decisão, será aplicada aos servidores públicos a mesma legislação que regula a greve nas categorias que trabalham para empresas privadas, ou seja, exigências tais que inviabilizam a realização de qualquer greve.

Escudando-se na não aprovação da CPMF, a administração FMI-PT já anunciou que mesmo as negociações salariais feitas no ano passado serão revistas e o mais provável é que não haja reajuste para os servidores públicos neste ano de 2008.

O agravamento da crise ianque, que certamente terá sérias repercussões aqui na semicolônia, é o maior indicador de que grandes mobilizações virão e que não vão adiantar as ameaças patronais nem dos burocratas e, muito menos o berreiro dos monopólios dos meios de comunicação. Neste quadro se coloca com grande possibilidade a realização de uma greve geral. O obstáculo para que a mesma se torne realidade, por incrível que possa parecer, está nas direções das centrais pelegas encasteladas no ministério do trabalho.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Queda das bolsas revela crise do imperialismo

As principais bolsas de valores do mundo vem despencando dia a dia. Entre elas estavam as dos BRICs (Rússia 7,40%, China 5,14% e Brasil 6,60 em 21 de janeiro). A Bovespa já acumula uma queda de cerca de 16% em 2008. O Fed (Banco Central do USA) reduziu quase um por cento a sua taxa básica de juros no dia 22, trazendo de 4,25 para 3,50% os juros para socorrer os endividados, tanto pessoas físicas como jurídicas. Esta redução na taxa de juros do USA pode dar um pequeno alento à crise de credibilidade que de repente tomou conta de todo o mercado financeiro.

A anarquia que caracteriza o capitalismo é assim mesmo: em um momento, como no primeiro semestre do ano passado, a economia mundial ia a todo vapor e os fundamentos da economia ianque eram bastante sólidos. De repente o paraíso se transforma em um verdadeiro inferno, arrastando para dentro de um buraco negro instituições como Citi Corp e Merryll Linch, cujos prejuízos não têm parâmetro nos últimos cem anos.

Quando a crise deu seus primeiros sinais, os economistas dos BRICs, como Mantega no Brasil, logo se apressaram em dizer que estes países não seriam afetados pela crise, pois suas economias estavam cada vez mais descoladas da economia do USA. O Sr. Luiz Inácio deitou falação sobre o assunto garantindo que “a crise americana não atravessaria o Atlântico”, que isso era um problema deles e que o Brasil não seria atingido.

Com a virada do ano veio a virada no discurso. Agora o que eles dizem é que “o Brasil está preparado para enfrentar a crise”, admitem que a valorização do dólar poderá influir na inflação e, portanto, a taxa básica de juros poderá aumentar. Admitem também que os preços dos produtos agrícolas poderão cair, em face da recessão no USA, afetando o nosso balanço de pagamentos.

Em bom português, o que acontece é o seguinte: nós somos uma semi-colônia e nesta condição não há como nos livrarmos das crises do imperialismo. Pelo contrário, todas as vezes em que as economias hegemônicas entram em crise, elas buscam a superação da crise aumentando a taxa de exploração sobre as colônias e semi colônias. È por isso que Meirelles, o agente ianque no Banco Central, já toma as providências para manter as mais elevadas taxas de juros do mundo, em tendência de alta, para fazer a festa da oligarquia financeira internacional.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Favelas do Rio continuam sendo atacadas

Na segunda semana de 2008, a polícia militar do Rio de Janeiro realizou quatro operações em favelas da zona Norte da cidade para “reprimir o tráfico varejista” (aterrorizar a população das favelas). Como sempre, as incursões tiveram um desfecho trágico para os moradores dessas comunidades.

Somente no Jacaré, no dia 10 de janeiro, uma operação do BOPE que durou quase 24h, deixou sete pessoas mortas, entre elas uma criança de 3 anos, Wesley Damião da Silva, que foi levada ao Hospital Salgado Filho, mas não resistiu ao ferimento.

Testemunhas disseram à Rede de jornalistas populares que jovens foram torturados e executados pela polícia. Representantes do Movimento Jacaré pela Paz, acusam policiais do BOPE de terem baleado uma criança de três anos com três tiros de pistola. Para eles uma simples investigação seria suficiente para provar o que de fato aconteceu. De acordo com moradores, policiais do BOPE, aclamados pelo filme Tropa de Elite, se esconderam em uma casa da favela sem serem percebidos. Quando a favela voltou ao normal, os policiais saíram da casa pela laje, atirando para todos lados. O resultado foram quatro pessoas mortas, entre elas a criança de três anos que saia de um supermercado de mãos dadas com a mãe, que ainda levava outra criança de 6 meses no colo. A mãe confirma a versão dos moradores.

A família de Augusto de Oliveira Serrano, de 16 anos está desolada pelo assassinato do filho, que de acordo com eles era trabalhador e também estudava e não usava drogas. Mais uma vez, o gerente Sérgio Cabral escancara a sua política fascista de extermínio da pobreza e derrama o sangue do proletariado nas comunidades carentes.

Na Vila Cruzeiro, duas operações, uma na segunda (7), outra na sexta (11), deixaram um total de 5 pessoas mortas. Já na favela Kelson’s, na Penha, os policiais mataram um homem durante invasão na segunda-feira, dia 7. Como sempre, a versão da polícia, reforçada pelo monopólio dos meios de comunicação, é de que todos os homens mortos eram traficantes e morreram trocando tiros com a polícia. Tudo dito sem provas ou investigações.

No Jacarezinho, suspeitos que tiveram a sorte de não ser mortos ou torturados, foram obrigados pelos policiais a carregar a droga apreendida na operação para a viatura. Ao chegar à delegacia os quatro suspeitos foram liberados por falta de provas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Reféns das FARC são resgatadas na Colômbia

Finalmente a missão humanitária comandada por Hugo Chávez resgatou Clara Rojas e Consuelo González, Que estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia há vários anos.

A primeira tentativa de resgate, no fim de dezembro último fracassou porque Uribe, o gerente colombiano, ameaçou com manobras militares na região onde as reféns seriam libertadas, numa clara sabotagem à missão comandada por Chávez e acompanhada por observadores internacionais.

Após o fracasso, os governos fascistas e os monopólios dos meios de comunicação a seu serviço intensificaram a campanha de difamação de Chávez, atribuindo a ele o fracasso da operação.

Confirmado que o menino em um orfanato de Bogotá era mesmo Emanuel, filho de Clara, as FARC informaram que retiraram o menino da selva para proteger sua vida e evitar uma tentativa de resgate pelo exército colombiano/ianque.

Por fim, Uribe e até a Casa Branca (quem diria!) – os principais responsáveis pelo anterior fracasso – tiveram que agradecer ao presidente venezuelano pelo êxito da operação.

A Nova Democracia não apóia nem as FARC nem Chávez, tendo publicado críticas freqüentemente a eles. Sobre as FARC, em AND nº 10, Luis Arce Borja faz uma brilhante análise em O oportunismo armado das FARC. Sobre Chávez, entre outros, no último número há um artigo caracterizando seu governo: Chávez: o tênue fio entre o conluio e pugna com o imperialismo, de autoria de Wilson Enríquez

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ministério Público visita Providência para ouvir denúncias de abusos da PM e do Exército nesta sexta (11)


Esta nota foi publicada pela Rede de comunidades e movimentos contra a violência e repercute texto do A Nova Democracia nº 39, Fuzil e trator contra o povo trabalhador, de autoria de Marcelo Salles.

Na próxima sexta-feira, 11 de janeiro, o subprocurador de Direitos Humanos do Ministério Público, Leonardo Chaves, irá à comunidade da Providência para ouvir denúncias e propostas da comunidade sobre freqüentes e repetidos abusos cometidos pela Polícia Militar e, mais recentemente, pelo Exército, que ocupa o morro desde dezembro.

Conforme a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência denunciou em diversas ocasiões desde outubro de 2007, o nível de violência policial na favela aumentou muito desde que o capitão Leonardo Zuma assumiu o comando do Gpae local. Gozando aparentemente de algum tipo de apoio político, Zuma chegou a desacatar ordens abertamente e não sofreu qualquer tipo de punição.

Pouco depois veio a inesperada notícia: o Exército ocuparia o morro por pelo menos um ano para garantir polêmicas obras, fruto de um acordo entre o senador Marcelo Crivella e o presidente Lula. Embora os militares estejam lá desde 12 de dezembro, somente na última terça (08/01) as obras realmente começaram.

Como a Associação e moradores denunciaram, por exemplo, ao jornal A Nova Democracia, desde o início da ocupação militar têm sido freqüentes os casos de invasão de domicílios, revistas indiscriminadas (inclusive de crianças) e intimidação. O caso mais recente foi na última sexta, 4 de janeiro, quando garis comunitários tiveram suas roupas rasgadas em revistas do Exército.

Dois jovens baleados por PMs
Ao mesmo tempo, continuam as atrocidades da PM. Na mesma sexta 04, por volta das 18h, uma viatura do 5o BPM com dois PMs entrou no Morro do Pinto (favela vizinha à Providência) e baleou dois jovens. Edson, de 16 anos, morreu na hora com um tiro na nuca (indício claro de execução sumária) Wesley, de 14 anos, foi atingido no abdômen. O tiro perfurou seus intestinos e ele encontra-se internado no hospital Souza Aguiar.

Os policiais não deixaram os moradores socorrer os jovens, colocaram os corpos na viatura e levaram ao hospital. Moradores revoltados seguiram até o Souza Aguiar e fizeram um protesto em frente ao hospital contra essa violência logo no início do ano. Inicialmente a polícia apresentou a versão de sempre, que os jovens foram atingidos numa "troca de tiros", mas já agora dizem que Wesley foi baleado "acidentalmente".

Esses e outros casos serão apresentados ao MP, e serão pedidas garantias de que o Exército respeite os direitos dos moradores durante a longa ocupação planejada. A reunião será às 14h do dia 11 de janeiro e o endereço da Associação é Rua da Gamboa, 21.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Camponeses relatam torturas e exigem terra em Audiência Pública

No dia 08 de janeiro de 2007, às 15 horas, em Redenção (PA), foi realizada uma Audiência pública, convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará, atendendo ao pedido da Liga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins, para ouvir os camponeses atingidos pela violência da Operação “Paz no Campo”. A audiência teve lugar na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Redenção.

A Liga dos Camponeses Pobres promoveu uma ampla mobilização na região. Carros de som rodavam por toda a cidade, anunciando a Audiência Pública. Os presos foram libertados, criando um clima de otimismo com a vitória e revolta contra o Estado, a polícia e o latifúndio.

Os operários do Frigorífico Redenção, em greve há 17 dias, também anunciaram seu apoio aos camponeses da Forkilha. No dia 8, pela manhã, a L.CP foi convidada a participar em um programa de rádio local. O programa foi escutado por grande parte da população, que participou amplamente pelo telefone.

Toda essa agitação fez com que os latifundiários locais promovessem uma resposta política. Várias entidades patronais assinaram um documento em defesa da Operação “Paz no campo”, inclusive em out doors. Espalharam faixas em defesa da polícia por toda a cidade.

O auditório ficou lotado durante toda a Audiência e centenas de camponeses e trabalhadores da cidade se concentraram em frente a OAB para ouvir os relatos. A massa se apertava no auditório, com o objetivo de denunciar tudo que estava guardado no peito. Um carro de som transmitia ao vivo toda a Audiência. Mesmo com calor intenso, os camponeses e a população local permaneceram na praça até o final do evento.

A rua foi fechada pelos camponeses, que colocaram faixas, exigindo a desapropriação imediata das Fazendas Forkilha e Bradesco e condenando a Operação “Paz no Campo”.

A Liga convidou vários acampamentos que sofreram a ação da Operação “Paz no campo”. As intervenções denunciaram a ação do Estado. Os representantes dos acampamentos contaram de forma emocionante o sofrimento pelo qual passaram.

Todo o comando da polícia participou da Audiência, incluindo Polícia Civil, Militar e Federal, além do Ibama. O advogado do latifundiário Tarcísio Andrade, filho de Jairo Andeade, também esteve presente e defendeu a Operação “Paz no campo”. Mas ele foi obrigado a engolir suas palavras depois dos protestos dos camponeses presentes. Todos foram obrigados a ouvir os relatos e denúncias dos camponeses, que não se amedrontaram diante deles.

No final da audiência, os camponeses continuaram na porta da OAB, onde usaram o microfone para fazer mais denúncias e reafirmar o desejo de conquistar uma terra para viver com dignidade.

Polícia do Rio bate recorde de assassinatos

Nunca a polícia do Rio de Janeiro matou tanto como em 2007. Os números oficiais de “autos de resistência” (assassinatos) registrados pela polícia do Rio de Janeiro no primeiro ano da gerência de Sérgio Cabral Filho no Rio de Janeiro contabilizam 1260 pessoas mortas, mas o próprio Instituto de Segurança Pública (vinculado à Secretaria de Segurança do estado), admite que a estatística esta incompleta e que o número de assassinatos pode ter sido bem maior. Aqui, incluímos ainda os casos de desaparecimento e outras mortes não explicadas, que não entram na conta da polícia.

E o primeiro dia do ano guardava ainda outro triste fato. Um adolescente de 17 anos foi torturado e executado dentro de uma unidade de Departamento Geral de Ações Sócio-educativas (Degase), na Ilha do Governador, cidade do Rio de Janeiro.

As viagens do gerente Cabral e outros membros da administração estatal à Colômbia, em 2007, mostram seu sinistro resultado. As medidas repressivas aplicadas por Uribe no país vizinho, sob orientação ianque começam a ser implementadas aqui com o devido rigor que as classes reacionárias reclamam. É o fascismo incorporado cada dia mais profundamente.

A escalada da violência contra o povo é uma demanda do imperialismo, que precisa conter os imensos contingentes lançados à miséria, que lutam pela sobrevivência de todas as maneiras.

Mas, para a população do Rio de Janeiro, tal realidade não aparece agora com as frias estatísticas. Ela vive o terror estatal cotidianamente e conta seus mortos todos os dias, aguardando o momento em que se levantará e varrerá todas essas tristes figuras de seu caminho. Isso no Brasil inteiro, no mundo inteiro.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Saudações de Nova Democracia

As massas jamais foram ou serão passivas. Quem não confia no povo não pode pretender uma imprensa democrática, uma vez que o democrático é necessária e obrigatoriamente popular. Na realidade o nosso povo tem lutado como nunca. Nossas forças existem e a cada dia outros setores vêm engrossar as lutas do povo brasileiro. Essa é a tendência principal, esse é o novo, "puro, inteiro e verdadeiro ".
O que o povo ordena é que vingue o melhor do seu pensamento na literatura, nas artes, na ciência, na filosofia. Nenhuma imprensa será verdadeiramente democrática se não tiver como sua característica principal o instrumento de luta, se não consegue estabelecer o vínculo mais estreito entre as massas e o periódico, porque é das lutas concretas que surge e se desenvolve o pensamento que norteia os caminhos do povo. (da linha editorial de A Nova Democracia)

É com grande satisfação que recorremos a mais esta ferramenta de comunicação com nossos leitores. O blog facilitará uma atualização mais dinâmica das informações e um maior contato com os leitores através dos comentários que podem ser feitos nas postagens.
Assim como nas formas eletrônicas, A Nova Democracia procura ser mais dinâmico em sua edição impressa, encurtando sua periodicidade. Tal mudança é uma necessidade para quem deseja acompanhar as lutas das massas populares do país e do mundo, que se dão em aceleração constante nos atuais tempos de crise do imperialismo e do Estado burocrático semifeudal brasileiro.
Este espaço servirá para ecoar ainda mais as denúncias dos movimentos sociais mais consequentes de nosso país e do exterior, em notas curtas assinadas pelos próprios movimentos ou comentários elaborados por nossos redatores.
Além disso, os editoriais e abordagens do monopólio dos meios de comunicação não escaparão de nossas críticas, que não precisarão mais esperar pela edição impressa para serem publicados.
Enfim, A Nova Democracia agora está mais perto dos nossos leitores e esperamos que os leitores também se aproximem mais do jornal.

José Ricardo Prieto
A Nova Democracia

Brazilian peasants require the end of “Green Hunt” operation and aggressions to the peasants of India

With information from Abrapo - Brazilian Association of People's Lawyers

On April 19, dozens of peasants organized by the Poor Peasants League of Brazil - LCP promoted a demonstration in Brasília (Country’s Capital) in front of India's Embassy, demanding the immediate end of “Green Hunt" Operation.

"Green Hunt" Operation is the application of the genocide’s policy by old State of India against the Adivasis (tribal people) and all the peasants, and aims to tackle the struggling peoples, especially in areas where the Naxalites operate (as are known members of the Communist Party of India - Maoist).

The combative demonstration of the brazilian peasants in solidarity with the peasants and tribals of India, which was attended by representatives of ILPS - Brazil-section (International League of Peoples' Struggle); MEPR (Popular Revolutionary Student Movement), MFP (Popular Women? Movement); FRDDP (Revolutionary Front for the Defense of People's Rights), raised the slogans: "Long live the Advasi and all peasants heroic resistance!" "Down with “Green Hunt Operation!” "Down with the expansionist and fascist State of India!"

A delegation of members of Cebraspo (Brazilian Center of Solidarity with the Peoples) and Abrabo (Brazilian Association of People's Lawyers) delivered a document to the Indian ambassador in Brazil, B. S. Prakash, who arrogantly refused to receive the protesters and cynically denied the genocide perpetrated by India's state against the Adivasis and the peasants of India. He received the commission only because of the persistence and combativeness of the demonstrators.

During the demonstration, Cebraspo distributed a document repudiating the "Green Hunt" Operation and the persecution against people of India and demanding:



1 - The immediate cease with "Green Hunt" operation and the persecution against adivasi people, other nationalities, and the CPI (M);

2 - The immediate cease of all armed operations against the people of India;

3 - The immediate stop of the land theft and displacing local people, by transnational corporations and the State of India.