Rio de Janeiro
Barricadas contra Estado policial
No Rio de Janeiro no dia 8 de fevereiro, a população do bairro de Costa Barros, zona Norte do Rio, bloqueou as duas pistas da Estrada Rio do Pau após operação do 9° Batalhão da PM (Rocha Miranda) que deixou dois homens mortos no morro do Chapadinho. O monopólio da imprensa carioca e a PM não tardaram em criminalizar o justo protesto alegando que “segundo a polícia, [os dois homens] eram criminosos e foram baleados durante o confronto”.
Foto: Ação policial na favela da Coréia
em 2008 resultou em banho de sangue
Também no Rio,no morro Pavão-Pavãozinho, zona Sul, na madrugada do dia 8 de fevereiro, um protesto de moradores se iniciou quando a Unidade de Polícia “Pacificadora” (UPP) tentou impedir uma festa de rua exigindo o desligamento da aparelhagem de som e prendendo um rapaz. Indignados, os moradores utilizaram bombas caseiras e atearam fogo em caixotes de madeira, bloqueando a Estrada do Cantagalo, no alto da comunidade. A PM respondeu com tiros para o alto. A tia de Ewerton Bemvindo, detido pela polícia, alegou que: “Eles [os policiais] foram truculentos. Não precisavam agir com violência. O meu sobrinho não é bandido. Ele saiu do bar para pegar um DVD e acabou sendo preso, injustamente” [O Dia Online, 9/2/2010]. O rapaz foi levado a 13º DP (Ipanema) e vai responder por “desobediência e desacato”.
Baixada e zona Norte sem água e luz
Uma semana antes, no dia 1º de fevereiro, moradores da favela da Prainha bloquearam uma das pistas da Linha Vermelha, sentido Baixada, na altura de Duque de Caxias, e atearam fogo em barras de madeira, pneus e lixo. Os moradores reclamam a falta de água, rotineira na Baixada Fluminense, que já atingia a comunidade há dias.
No dia 4 foi a vez da população da favela do Arará, em Benfica, zona Norte, ir às ruas contra a falta de luz. Os moradores desceram a favela com pedaços de madeira, atearam fogo em pneus fechando a Av. Prefeito Olímpio de Melo. Não houve confronto com a polícia.
Paraná e Rio Grande do Sul
Protestos no sul do país
No Paraná, em outro protesto contra a falta de água, a população do bairro Villa Nova, em Piraraquara, incendiou um ônibus (foto ao lado) e pneus na noite do dia 8 de fevereiro. No mesmo dia, algumas horas antes, os moradores ligaram para a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) reclamando da falta de água e a companhia teria afirmado que às 15 horas o abastecimento seria normalizado, o que não ocorreu.
Em Gravataí, Rio Grande do Sul, também em protesto contra falta d'água, cerca de de 60 pessoas bloquearam os dois acessos do Km 4 da rodovia RS-020 (foto abaixo). Segundo os moradores da região, a falta de água já durava 8 dias.
A moradora Tânia Aguiar, em entrevista para o jornal Zero Hora, afirmou que “a falta de água em bairros de Gravataí já é considerada normal” e que “uma creche comunitária depende da boa vontade dos moradores que possuem poços artesianos para seguir atendendo as crianças no local”.
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