Rafael Gomes
Uma vala comum foi encontrada no povoado de La Macarena, situada há 200 km ao sul de Bogotá, capital da Colômbia.
Esta região é conhecida como uma das zonas mais acirradas do conflito entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC e o Exército reacionário colombiano.
De acordo com denúncias de familiares de desaparecidos políticos publicadas no jornal Público.es (na internet), os corpos encontrados podem ser de lideranças e ativistas das FARC e de movimentos populares.
Segundo reportagem de Antonio Albiñana publicada no citado jornal em 26/1/10, a vala, localizada atrás do cemitério do povoado, pode ser considerada a maior cova comum da história recente da América Latina e o número de cadáveres com etiqueta “NN” (sem identificação) pode passar de 2 mil. Ainda nesta reportagem, o secretário do Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos na Colômbia, que acompanhou uma equipe inglesa de advogados, lideranças sindicais e parlamentares à região, algumas semanas antes do início da descoberta, afirmou espantado que “O comandante do Exército nos disse que eram guerrilheiros tombados em combate, mas os moradores da região falam de uma multidão de líderes sociais, camponeses e defensores comunitários que desapareceram sem deixar marcas”.
A localização destes cemitérios clandestinos se intensificou após relatos de integrantes de grupos paramilitares de extrema direita, beneficiados pela “Lei de Justiça e Paz” atenua ainda mais as punições aos assassinos militares do velho Estado em troca da confissão de seus crimes. Um deles, John Jairo Rentería, admitiu que ele e seus homens enterraram pelo menos 800 pessoas.
Ainda segundo Albiñana, “o horror de La Macarena tem confirmado que na Colômbia existem mais de mil covas comuns com cadáveres sem identificação”.
Até finais do ano passado os médicos forenses tinham listado cerca de 2.500 cadáveres, dos quais identificaram a perto de 600 e os corpos foram entregues aos familiares.
2 comentários:
Tais fatos mostram quem são os verdadeiros terroristas na Colômbia: Álvaro Uribe e cia.
A Nova Democracia já tratou do assunto em artigo e deu como referência o livro de Ruy Bacellar "De Caldeirão a Pau de Colher: a guerra dos caceteiros"
Pode-se ver o artigo no link http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1404&Itemid=105
A história da luta dos povos é feita de inúmeros massacres e heróica resistência. O sangue derramado não foi em vão e decerto será vingado.
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