sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mais de 180 mortes no Rio de Janeiro. Mais de 100 permanecem soterrados em Niteroi.

Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro onde as conseqüências das chuvas foram mais graves: mais de 100 mortes até a manhã do dia 9 de abril

Apenas no morro do Bumba, em Niterói, após o desabamento de 8 de abril, 17 corpos foram encontrados nos escombros

Em todo o estado do Rio de Janeiro o número de mortes já ultrapassou 182

As terríveis consequências das fortes chuvas que assolam o Rio de Janeiro comovem todo o Brasil e o mundo.

Apesar das causas do desastre residirem nas fortes chuvas, a razão principal do enorme número de mortes, feridos e desabrigados é a mesma encontrada no Haiti ou no Chile, após os terremotos ocorridos recentemente: para o capitalismo burocrático, para o Estado burguês-latifundiário, para o imperialismo, as vidas dos povos das semicolônias são descartáveis.

As famílias que vivem nos bairros das periferias e favelas, não só do Rio de Janeiro, são reféns da política de exclusão, dura repressão, exploração, e completo esquecimento por parte das classes dominantes, à exceção de raros momentos. As classes reacionárias só se recordam do povo quando ele se rebela, para reprimi-lo; quando se realiza o circo eleitoral, para enganar e pedir votos; ou momentos similares.

Mas o desastre causado pelas chuvas foi maior que todas as expectativas.

As enchentes e desabamentos que dizimaram famílias inteiras foi maior que o “Rio olímpico”.

O lustro e a maquiagem gastos pelas gerências de turno federal, estadual e municipal não foram capazes de esconder o drama vivido diuturnamente pelo povo trabalhador.

E os gerentes de turno surgiram de suas seguras mansões para vociferar reacionarismos de baixo calão, culpando as massas empobrecidas por “construírem em morros e áreas de risco”. Assim como no surto da gripe H1N1, foram às câmeras do monopólio da imprensa recomendar que as pessoas “ficassem em casa”. Acionaram seus especialistas para propor a “remoção”, mesmo que à força, das famílias de suas casas para “assentamentos”.

A tragédia das famílias do Rio de Janeiro retratada por toda a imprensa tem cores muito mais amargas que a lama que soterra as casas das famílias mutiladas. Tem contornos muito mais dramáticos que o choro desesperado dos parentes que perderam pais, mães, filhos, entre outros.

O desastre que sucedeu as chuvas é fruto do total descaso dos governos e do Estado para com os problemas do povo: até bem pouco tempo, ao contrário de promover políticas preventivas contra deslizamentos e alagamentos (que diga-se de passagem ocorrem todos os anos), havia (e ainda há) forças invasoras policiais atacando as favelas com discursos de “pacificação”, matança e repressão do povo das favelas, assalto promovido pela Guarda Municipal com seus “choques de ordem”, etc.

Pouquíssimas e abnegadas equipes de salvamento, engrossadas por dezenas de moradores das próprias comunidades atingidas por desabamentos trabalham dia e noite removendo escombros empenhando-se na tentativa de salvamento de pessoas soterradas. Centenas de pessoas ainda estão soterradas sob toneladas de lama e escombros. Outras tantas perderam tudo, o pouco que construíram e uma vida de trabalho.

O povo dos morros e bairros atingidos só pode contar de fato com ele mesmo, com seu trabalho e apoio mútuo, e com o apoio e solidariedade do povo trabalhador do Brasil, que se mobiliza por todo o país recolhendo roupas, água, remédios, alimentos, entre outros recursos de primeira necessidade.

O sofrimento, a dor atroz sofrida pelas famílias soma-se à dor de milhares e milhões de brasileiros que sofrem dia a dia sob o tacão do velho Estado, que não serve em nada ao povo brasileiro.

AND envia sua solidariedade às famílias e se compadece da dor das mães, pais, órfãos, de todos aqueles que sofrem esse momento difícil. As famílias vítimas de mais esse desastre encontrarão em AND uma tribuna para manifestarem sua revolta, sua dor e sua inabalável decisão de continuar vivendo e lutando, reconstruir sua vida e prosseguir.

Encontrarão também em AND um incansável defensor, não só de seus interesses mas também, e principalmente, de um novo Brasil, onde apesar das chuvas ou quaisquer fenômenos naturais, será, com a luta do povo, um país onde o povo transformará com suas próprias mãos a sua realidade e não será obrigado a viver em condições “de risco”, terá escola para seus filhos, saúde, e todos os seus direitos. Terá o poder em suas mãos.

2 comentários:

Anonymous disse...

O povo Unido dará respostas a esse estado de coisas.

Em meio a um cenário sombrio, com uma ofensiva combinada do velho Estado, a praticamente ausente organização popular, surge a centelha da revolta das massas, que a toda hora fazem valer a consigna de que "onde há opressão, há resistência". Assim como os componeses estão se levantando contra este Estado podre,o povo das favelas também se levantará contra este velho Estado e o imperialismo que subjuga nosso país.

Anonymous disse...

O risco das consequências das chuvas que caem sobre o Rio de Janeior, é um risco de classe. 100% dos mortos são trabalhadores e pessoas pobres, crianças, estudantes, faxineiras, garis, comerciários, operários, atendentes, todos moradores de locais duramente atingidos pelos últimos acontecimentos. O estado fascista volta todo seu ódio contra a população pobre e o prefeito adora medida que permite a retirada das famílias com o uso da polícia.
Neste momento de grande dor para todas as famílias atingidas é momento da população responder ao desmando histórico do estado burguês e organizar-se politicamente para lutar por tudo que o povo tem por direito: trabalho, salário digno, saúde, educação e cultura e moradia em áreas onde um eventual evento climático não venha destruir tantas famílias e causar extrema dor ao povo. Abaixo o governo fascista de Cabral, Lula e Paes!