segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mapuches chilenos completam 84 dias de greve de fome

Por Ana Lúcia Nunes

Quatro presos políticos mapuches completam hoje (6 de junho) 84 dias da greve de fome, iniciada no último 15 de março, como protesto ao julgamento parcial que receberam, à condição de preso político e a todos os vícios que envolvem o processo. Jonathan Huillical Méndez, Jose Huenuche Reimán e Ramón LLanquileo Pilquimánoram haviam sido condenados a vinte anos de prisão por uma tentativa de homicídio e o roubo a um agricultor, em 2008. Entidades de direitos humanos contestam a validada das provas e do julgamento dos mapuches.

Na última sexta-feira, 03 de junho, eles tiveram suas penas revistas pela justiça chilena. As penas foram rebaixadas para três anos, exceto a de Héctor Llaitul Carillanca, ex-dirigente da Coordenadora Arauco Malleco (movimento que organiza a luta mapuche no Chile), que foi sentenciado a quatro anos, mas antes deve cumprir outra condenação de cinco anos. O rebaixamento das penas é, sem dúvida, uma resposta às intensas manifestações que vem sendo realizadas no Chile e no exterior. Diversas organizações condenam a perseguição do Estado chileno aos mapuches. No Chile ainda vigoram leis antiterroristas da época do regime militar. No caso dos mapuches, foi usado o recurso de testemunhas sem rosto. Atualmente, há mais de cinquenta presos políticos mapuches no Chile e muitos mapuches passaram à clandestinidade para seguir com sua luta por autoderteminação.

Segundo o último informe médico, divulgado em 29 de maio, Héctor Llaitul Carrillanca, de 43 anos, perdeu 23 kg, e Jonathan Sady Huillical Méndez, de 23 anos, perdeu 21 kg. Os dois estão seriamente desnutridos. Jose Huenuche Reimán e Ramón LLanquileo Pilquimánoram estão hospitalizados e não há maiores informações sobre o estado de saúde deles. Veja a cobertura completa na próxima edição de AND.

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