sexta-feira, 21 de maio de 2010

Greve geral na Unimontes

Montes Claros - Minas Gerais

A Unimontes é uma das mais importantes universidades do estado de Minas Gerais e a principal do Norte de Minas. Seu campus principal está localizado em Montes Claros e possui outras unidades em cidades do interior. Desde o início do 1º semestre letivo de 2010 os funcionários e técnico-administrativos da Unimontes encontram-se em greve. Este movimento ganhou a adesão dos estudantes no último dia 16 de abril e, logo em seguida, no dia 19, dos professores, convertendo-se em greve geral.
Estudantes, professores e funcionários da Unimontes
protestam na Assembleia Legislativa de Montes Claros

O que era uma luta de funcionários converteu-se em uma grande luta em defesa da educação pública e gratuita, por condições básicas de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil.

Em entrevista ao portal bemnanet.com.br a diretora de comunicação da Associação de Docentes da Unimontes - Adunimontes, Isabel Brito, professora do departamento de Ciências Sociais, declarou que os professores da universidade pagam para trabalhar.

- Eu pago a prova que os meus alunos vão fazer. Ou então passo no quadro a avaliação para eles copiarem. Uma coisa que não tem lógica na era da informação. Nós não temos acesso a dinheiro para congressos. Para conseguir ir a um encontro, é um trabalho tão grande que te desestimula. A única coisa que a Unimontes fornece para os professores é uma sala de aula precária, sem giz. - protesta a professora, lembrando da precariedade e da inexistência de políticas de assistência estudantil.

É inconcebível que uma universidade que tem 10 mil estudantes oferece somente duzentas bolsas de iniciação científica. Os nossos estudantes têm que trabalhar no comércio para ganhar 500 reais para chegar à noite aqui e estudar porque não conseguem se manter. Não temos restaurante universitário nem moradia estudantil. Difícil compreender porque tanto descaso – denuncia Isabel Brito.

Os estudantes, que aprovaram em assembléia geral sua adesão ao movimento, reivindicam participação ampla em todos os assuntos do interesse da universidade. Eles denunciam que o atual reitor, Paulo César Gonçalves de Almeida, foi empossado pelo governo do estado por meio de lista tríplice, apesar de ter sido o último colocado na consulta à comunidade acadêmica.

Durante as mobilizações, um protesto unificado de professores, funcionários e estudantes culminou na ocupação da Assembléia Legislativa. Após essa ação os servidores conquistaram 10% de aumento, e decidiram suspender o movimento por 10 dias. Os professores e estudantes mantêm a greve por tempo indeterminado, até que suas reivindicações sejam atendidas.

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