Rafael Gomes
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A cidade de Argel, capital da Argélia, no Norte da África, amanheceu sob massivos protestos nesta quinta-feira (06/1), depois de uma noite de intensos enfrentamentos entre jovens e as forças policiais que deixou dezenas de manifestantes feridos em bairros proletários.Os confrontos mais violentos ocorreram no bairro de Bab el-Oued, próximo ao centro da capital. No início da noite de ontem, centenas de jovens cercaram e invadiram uma delegacia para protestar contra a inflação e o aumento de preços de produtos básicos, como açúcar e óleo. Uma concessionária da Renault foi incendiada e uma dezena de automóveis foi destruída pelos jovens.
A polícia não conseguiu deter a fúria da juventude argelina. Os manifestantes enfrentaram, com pedras, barras de ferro e armas brancas, as tropas do Estado argelino que, na inútil tentativa de dispersar os manifestantes, usou bombas de efeito moral e balas de borracha.
Alguns manifestantes atiravam pedaços de ossos de animais contra os prédios do governo dizendo que era "porque o governo não deixou nada para nós, exceto os ossos".
Segundo a agência de notícias Associated Press, os tumultos em Argel começaram em solidariedade às vítimas da repressão desencadeada pela polícia em protestos semelhantes nas cidades de Oran e Esharaqa, também contra ao aumento abusivo dos preços do açúcar, leite e farinha de trigo.
Na província de Tibaza, 32 manifestantes foram presos após violentos protestos. Em Oran, a segunda maior cidade da Argélia, centenas de jovens também fecharam ruas e enfrentaram a repressão.
Tamanha a justa revolta da juventude, que as “autoridades” argelinas decretaram alerta máximo. Uma das ruas que ligam os bairros em Argel foi fechada. E, na manhã dessa quinta, a tropa de choque cercou o bairro de Bab el-Oued. Um helicóptero da polícia foi acionado para vasculhar a região.
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