terça-feira, 4 de maio de 2010

Tropas de Cabral matam 11 pessoas em um único dia

Patrick Granja

Apenas dois dias depois que Cabral e Beltrame anunciaram a transferência da sede do Batalhão de Operações Especiais da PM, o BOPE, do Catete — na zona Sul do Rio — para Ramos — no complexo de favelas da Maré — centenas de policiais invadiram em plena manhã de domingo, duas das 17 favelas que compõe o conjunto. Durante a ocupação das favelas Parque União e Nova Holanda, seis pessoas foram mortas e segundo a assessoria de imprensa da PM, todas eram ligadas ao tráfico. Mas, de acordo com moradores, todos foram executados a sangue frio por policiais civis. O gráfico Márcio Marinho, um dos morador da Nova Holanda assassinado durante a ação foi executado com um tiro nas costas. Segundo testemunhas, antes do assassinato, ao revistá-lo, os policiais ainda roubaram dinheiro do trabalhador.

Ele estava no bar quando os policiais chegaram. Perguntaram por que ele não correu. Ele disse que estava esperando acalmar. Quando ele saiu, atiraram covardemente e mataram um inocente — disse uma de suas vizinhas.

Perto de onde Márcio morreu estava Adriana Alves, de 25 anos, atingida por um tiro no braço. Segundo ela, quando os policiais apareceram, houve intensa correria dentro da favela, e as tropas fascistas de Cabral e Beltrame não hesitaram em disparar centenas de tiros a esmo em direção às estreitas vielas da Nova Holanda, por onde circulavam várias crianças e trabalhadores.

Quando escutei tiros, corri para me abrigar numa padaria. De repente, senti impacto e vi a mão sangrando. Estou preocupada em ficar com seqüelas — disse a enfermeira ao mesmo tempo em que caminhava para o hospital sem receber qualquer ajuda da polícia, que segundo ela, foi responsável pelo disparo que atingiu seu braço.

Já na Vila da Penha, subúrbio do Rio, outros cinco homens foram mortos por PMs nas proximidades do Complexo do Alemão.

As emissoras de TV do monopólio da comunicação, regurgitando a mais peçonhenta linha editorial, tentam atenuar o genocídio nos bairros pobres e favelas com o argumento tacanho de que os mortos seriam “bandidos”, como se isso permitisse as bestialidades praticadas pela polícia no Rio e em todo o país. Enquanto os bandidos de colarinho são agraciados com “prisões domiciliares”, “habeas corpus preventivos”, e outros recursos do gênero para operarem outros crimes contra o povo livremente, nos bairros pobres a ordem é matar.

8 comentários:

Anonymous disse...

A grande maioria dos que morreram era bandidos,e alguns deles já tinha uma capívara nada magra,o Pitoco era acusado até da morte de um fotógrafo do "O Dia"estão tristes com a mortes dos traficantes?peguem o Capital e debatam com os amigos do Pitoco,Traficante tem de se fuder,Traficante é escória humana que ele qualquer país Socialista traficante vai pro saco,as vezes o AND é combativo mostrando os 2 lados a repressão da policia Burguesa o Estado Complementar da Burguesia o Tráfico,mas as vezes o AND lembra o"Opinião Socialista"do PSTU.

Claudio - Campinas disse...

Esta "crítica" acima cheira mesmo a vapor reacionário com discurso de pecedobe ou coisa do tipo. Basta o jornal colocar uma posição de ataque ao Estado policial para pessoas como essa aí em cima vir chamar o jornal de trotskista. Mas não tem o peito de ir nos morros ouvir os moradores como AND faz. Pitoco com sua capivara é o que mais tem nos morros. Isso não é EStado Complementar, é só o podre estado e tudo o que brota dele. O revisionismo impede esses 'críticos' de ver quem é o inimigo principal, mesmo que todos sejam potencialmente inimigos do povo, quando um morro é invadido. Acredito mesmo que chegará a hora do blog e do jornal tratarem o tráfico como devem. E esse provocador aí acha mesmo que o problema desses bandidos é discutir o capital? é impressionante como tentam rebaixar o debate e a crítica a esse ponto.
Sobre a comparação de AND com qualquer veículo desses que pululam por aí, quanto mais um trotskista, queria mesmo é que você mostrasse a cara ou aparecesse em um debate público. Eu como membro de um comitê e apoiador do jornal gostaria muito de ver se você é valente com as palavras como faz assim como arrogantezinho anomino.

Anonymous disse...

Concordo, porque como fizeram e fazem na Colômbia?
Combatem as Farc com motivo de combate ao narcotráfico
Como combatem o Sendero Luminoso no Peru?
Combate aos 'narcoterroristas'
E nos EUA com os panteras negras?
Controle das drogas, meteram a polícia
Agora como fazem com as ocupações de terra?
Chamam 'invasão de crime'

Se ficam querendo que toda vez que vá bater na política de Estado policial que fique falando do tráfico, etc, etc, isso só confunde. Toda vez eu procuro nos artigos do jornal algo sobre o tráfico. Eu acho que sempre procura esclarecer, mesmo que de forma curta, que o tráfico não faz bem para as pessoas. Mas do que se trata o atual momento no RJ? parece que o primeiro que comentou não entende nada disso, porque o que acontece é que estão invadindo e matando, principalmente em cima de um grupo, o Comando Vermelho. Dessa forma eles estão quebrando a resistencia à polícia, porém mantendo o tráfico 'desarmado', só que controlado pela polícia.
Não exite tráfico melhor ou pior, mas somente a organização popular nas favelas e bairros poderá dar conta dele.
O que o jornal poderia fazer? verborragia ultraesquerdista e incorreta de "Estado complementar" para desviar do que é principal enquanto a polícia está massacrando pessoas?
Experimente ver os números do choque de ordem, ouvir o depoimento das pessoas de viva voz sobre as UPP e todas essas coisas.
Se você tem opiniões discordantes, tem mais é que falar mesmo, mas essa baixaria de "opinião socialista", é no mínimo sujo.

Anonymous disse...

E claro, eu disse isso tudo acima porque em primeiro lugar porque eu acredito na luta do povo.
Segundo porque eu estive em várias favelas de UPP.
Terceiro porque acredito em uma revolução no Brasil.

E deixando claro QUE NAO COMPARO TRAFICANTES COM FARC, SENDERO OU QUALQUER OUTRO GRUPO REVOLUCIONARIO.

mas como militante popular, sei que no brasil quando reprimirem esses movimentos populares, usarão os mesmos argumentos que usam em outros países, pois tudo é uma mesma política da burguesia.

eis minha opinião

Anonymous disse...

o que fico pensando é o seguinte, só tem o traficante porque existe o consumidor, acho muito engraçado se fazer uma repressão ao traficante, que deve ser mantida mesmo, respeitando os direitos do individuo. O que estranho é ver como se coloca o usuario como vitima. No final não é este quem dá o lucro no negocio? Será que o fato de ter filhos da burguesia consumindo explica esta boa vontade?? Gostaria que se possivel o AND, fizesse uma materia a respeito.

Anonymous disse...

Olha Cláudio,não sou provocador coisa nenhuma,não sou Falso-Moralista,falo o que penso,embora eu exponha meu pensamento sem ofender as pessoas,o Tráfico é um Estado complementar sim da Burguesia,veja a mentalidade desses Traficantes,nada mais é que Burguesa,e as práticas não diferem da policia Burguesa,torturas,espancamentos execuções sumárias,fora um $$$$ pra PM e pra Policia Civil,no RJ tem Vagabundo que paga até pra PM fazer a segurança dele,uma hora em que a Organização popular nas Favelas avançar,ela vai se chocar com os interesses do Tráfico,se o Traficante não conseguir conter o Avanço da Organização Popular ele vai precisar da policia pra contê-la,não chamei o AND de Jornal Trotskysta,só falei que lembrava o "Opinião Socialista"as vezes por falar pouco do Tráfico.

claudio disse...

Mas francamente é difícil de aguentar quando se chama um jornal como AND de algo parecido que seja com esse outro jornal aí. O que o Lenin pensaria se dissessem que às vezes ele se parecia com o Trotsky? Se você acha que o jornal tem falado pouco do tráfico, envie uma boa reportagem sobre isso, com as pessoas falando disso, para o jornal. Aposto que se estiver bom eles publicarão.
Precisamos de critério até mesmo para criticar, por isso eu continuo não concordando com você, pois o AND não se parece com jornal trotskista nem um pouco, nem nada.
Sobre o papel do tráfico, essa molecada que está nos morros é um misto de lumpem com filhos de trabalhadores que perderam a esperança, misturado com uma espécie de gangaço urbano que quer se vingar de atrocidades policiais, junto com um monte de outras coisas, entorpecidos por drogas, e armados para enfrentar principalmente as faccões de outros morros. Sequer para enfrentar a polícia. Sei disso tudo, mas acho que quando se bate na política do Estado policial, tem que se mirar nela. O tráfico é uma matéria que cobra atenção exclusiva, para uma abordagem profunda sobre o tema. Não apenas um comentário de raspão quando se está falando de outra coisa.
Agora, sobre isso de Estado complementar, discordo também. Não existe esse conceito em nenhuma análise marxista (científica) da sociedade. É também um bom tema para ser debatido a parte.

Anonymous disse...

Essa molecada que está nos morros,na maiora das vezes se deixam levar pelo Capitalismo e querem dinheiro fácil,vontade de ter roupas e coisas eletrônicas que eles não precisam,além de quererem conquistar as mulheres,eles cumprem fiélmente as ordens dos gerentes e donos de bocas,não pensariam 2 vezes antes de expulsar um trabalhador por causa de uma acusação injusta e absurda de que ele seria informante,esses caras não querem enfrentar a policia?veja um desses Funks proibidos pelo Youtube e veja as "músicas"que agora atendem por "Enguiçã Caveirão"substituindo o "Explode Caveirão",felizmente o tráfico não tem tanto dinheiro como antigamente para comprar tantas armas pesadas como comprava antigamente,dos guris a maioria usa pistola,mas tem os que usam fuzis,teve épocas em morros do RJ em que não era raro ver moleques carregando armas maiores que eles,"querem se vingar de atrocidades policias"pq não estudam?pq não vão pro Movimento Estudantil?existem de fatos os necessitados que não são a maioria,mas o Capitalismo de hoje não é como o da década de 70,ele muda junta com a realidade,Dialética é vc acompanhar a realidade,o Capitalismo de hoje consegue hipnotizar bem mais pessoas,isso é fato,esses dias aqui em SP tava conversando com uma moça do RJ que trabalha e estuda aqui eu peguei amizade ela vem me dizer que o Tráfico tem respeito pelos moradores,não quis aprofundar oque pensava com ela,eu respondi que eles drogam a juventude,deixando ela fácil de ser manipulada e outras coisas do tipo,depois ela me disse que o Tráfico dá trabalho para Crianças de 7 ou 8 anos,não deixem por menos,disse"Tanto que muitas acabam morrendo e muitas sendo presas"e ela me diz"Por isso que eles defendem a comunidade"disse pra ela que o Tráfico age junto com a policia,ela me disse que os policias de lá praticam muita extorsão,o que é uma meia verdade,fora que as Ratazanas do tráfico sempre negociam propina pra policia,quando disse pra ela que os caras não pensam 2 X antes de acusar e expulsar um trabalhador sob a acusação de ser informante ela ficou pensativa,não disse nada,mas também teve que adimitir os Traficantes torturam,e disse pra ela que o Tráfico é uma ditadura,não quis aprofundar,é uma pessoa culta e que cursa faculdade,mas é fogo se deixa levar pela "bondade"de traficantes.
Os próprios moradores devem se encarregar desses traficantes,tomando suas armas,matando-os e tomando suas armas e colocando junto aos corpos,cartazes tipo"Não tráfico mais","Não vendo mais maconha","Não vendo mais pó","Não comercializo crack","Não piso mais em moradores",de uma coisa tenham certeza conforme a Organização Popular avança ela vai acabar se chocando com os interesses do Tráfico,aí meus amigos,a Reação deles não será nada bonita e tampouco Marxista.