quarta-feira, 9 de junho de 2010

Greve e ocupação na Universidade de Porto Rico

  • Há sete semanas a combativa greve estudantil mantém-se firme
  • Apesar das ameaças da reitoria, a assembléia geral do último dia 8 de junho decidiu manter a luta



Os estudantes da Universidade de Porto Rico sustentam uma combativa greve e ocupação da universidade há quase dois meses. A ocupação é um protesto estudantil contra “reformas” impostas pelo imperialismo ianque para o ensino superior, particularmente no que diz respeito à privatização de vários setores da universidade.

O quadro de mercantilização e destruição do ensino em Porto Rico é agravado por sua condição colonial. Porto Rico, ou Estado Libre Asociado de Puerto Rico, não é um país livre, é uma colônia do USA. Este arquipélago caribenho, tem gerente de turno (“governador”) Luís Fortuño, mas seu presidente de fato é o ianque Barack Obama.

E como Porto Rico não é um país autônomo, da mesma forma a Universidade de Porto Rico – UPR também não é uma universidade autônoma. Seus estudantes, professores e funcionários estão sujeitos a todo tipo de ingerência ianque. O governador de turno tem o poder de eleger e/ou destituir os reitores e Obama, por sua vez, pode fazer o mesmo com dito governador.

O deflagrar de uma greve estudantil em uma universidade nessas condições tem importância ainda maior e nota-se pelo fato de o monopólio da imprensa praticamente ignorar a importante greve na UPR, de que ela significa um grande incômodo para o imperialismo.

Milhares de estudantes participam das mobilizações no campus Rio Piedras promovendo atividades culturais e artísticas, assim como debates políticos e combativas manifestações, enfrentando a repressão policial. A polícia cercou a universidade e cortou o fornecimento de água, luz e o apoio externo da população. Populares que apoiam a ocupação realizam verdadeira peripécias para driblar o cerco policial enviando alimentos, água e apoio aos estudantes em luta. Professores e funcionários apoiam a luta. Pais de alunos participam dos piquetes e diversos setores do movimento sindical portorriquenho convocaram greves de solidariedade à ocupação.

A solidariedade nos mantém vivos. Queremos construir uma universidade do povo e isso não é uma fantasia — disse o estudante de Ciências Sociais, Arturo Ríos Escribano, em protesto promovido às portas do campus Rio Piedras da UPR.

A Associação Coalizão, que congrega sindicatos e organizações populares de Porto Rico, divulgou uma nota de apoio que diz:

“Nossos estudantes seguraram a bandeira em defesa de uma universidade cujo propósito é servir o povo, servir os filhos e filhas de trabalhadores. Eles têm sido capazes de identificar claramente a forma como a administração da universidade, entregue aos interesses e propósitos imperialistas do atual Governo, pretende aplicar à faculdade critérios estritamente econômicos”.

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